20 de dezembro de 2012

As Sete Idades do Homem

Um Trecho da Peça “Como Você Quiser” 
  
William Shakespeare





Nota Editorial:

As peças de Shakespeare foram escritas em versos, mas, nesta tradução para o português coloquial,  abandono a ideia de rimas. O trecho a seguir,  da comédia “As You Like It” (“Como Você Quiser”), é um  exercício irônico de meditação sobre a passagem da vida humana,  e um estímulo para que não percamos muito  tempo  com o eu  inferior, a casca, e busquemos viver em nosso eu superior,  Atma-Buddhi, a alma imortal.

O trecho pertence à Cena Sete do Ato II.  Poucas falas antes, um personagem da comédia afirma:

“Agora são dez horas e você pode ver como o mundo oscila; há uma hora eram nove, dentro de uma hora serão onze; a cada hora que passa nós amadurecemos; a cada  hora apodrecemos; nisso há toda uma história.”

O desânimo em Shakespeare é aparente: a lição prática está em  viver com plena atenção cada instante da  vida.

(Carlos Cardoso Aveline)

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As Sete Idades do Homem

William Shakespeare

O mundo inteiro é um palco,
E todos os homens e mulheres são meros atores: 
Eles têm suas saídas e suas entradas;
E um homem cumpre em seu tempo muitos papéis.
Seus atos se distribuem por sete idades. No início a criança
Choraminga e regurgita nos braços da mãe.
E mais tarde o garoto se queixa com sua mochila,
E seu rosto iluminado pela manhã, arrastando-se como uma lesma
Sem vontade de ir à escola. E então o apaixonado,
Suspirando como um forno, com uma balada aflita,
Feita para os olhos da sua amada.  Depois o soldado,
Cheio de juramentos estranhos, com a barba de um leopardo,
Zeloso de sua honra, rápido e súbito na briga,
Buscando a bolha ilusória da reputação
Até mesmo na boca de um canhão.  E então vem a justiça,
Com uma grande barriga arredondada pelo consumo de frangos gordos,
Com olhos severos e barba bem cortada,
Cheio de aforismos sábios e argumentos modernos.
E assim ele cumpre seu papel. A sexta idade o introduz
Na pobre situação de velho bobo de chinelos,
Com óculos no nariz e a bolsa do lado,
Suas calças estreitas guardadas, o mundo demasiado largo para elas,
Suas canelas encolhidas, e sua grande voz masculina
Quebrando-se e voltando-se outra vez para os sons agudos,
Os sopros e assobios da infância.  A última cena de todas,
Que termina sua estranha e acidentada história,
É a segunda infância e o mero esquecimento,
Sem dentes, sem mais visão, sem gosto, sem coisa alguma.

[ “As You Like It”, Ato II, Cena VII, em “The Complete Works of William Shakespeare”, Edited by  W. J. Craig, M.A., Magpie Books, London, 1992, 1142 pp. ]


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Sobre o significado numerológico do sete, veja em nossos websites associados o texto “O Número Sete”, de Helena Blavatsky.  

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Segundo alguns estudantes de  filosofia esotérica, o ator inglês William Shakespeare na verdade apenas emprestou seu nome e concordou em aparecer como autor das numerosas peças escritas pelo pensador e estadista Francis Bacon, que era um profundo conhecedor da tradição esotérica. O autor norte-americano Manly P. Hall e a autora inglesa Jean Overton Fuller  apresentaram evidências a respeito.    

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Em setembro de 2016, depois de cuidadosa análise da situação do movimento esotérico internacional, um grupo de estudantes decidiu formar a Loja Independente de Teosofistas, que tem como uma das suas prioridades a construção de um futuro melhor nas diversas dimensões da vida.

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