Mestres da Sabedoria Oriental Ensinam
um Direito Abstrato e uma Absoluta Justiça
Carlos Cardoso Aveline

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Uma versão inicial do texto a seguir
foi publicada de modo anônimo na edição
de
outubro de 2018 de “O Teosofista”, pp. 1-2.
Título Original: “Justiça Deve Valer
Para Todos”.
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O Brasil
vive uma primavera cultural em câmara lenta. Década após década, o país
experimenta um vagaroso despertar do sentimento ético. Porém primavera não é sinônimo de bom tempo, e
há uma crise climática na sociedade
brasileira.
As
bases da corrupção são culturais e dificultam a mudança. Vive-se uma guerra
híbrida, um conflito oculto intenso. Os problemas são com frequência mais
visíveis que as soluções, porque o carma acumulado não pode ser mudado de um
dia para outro.
A
mudança gradual é segura. O aumento da criminalidade no mundo político acelera
como reação natural o nascimento de uma ética mais profunda e verdadeira do que
a velha “ética para inglês ver” de tempos anteriores.
O
processo é desafiador. Implica derrotas. O cumprimento da lei gera conflitos, especialmente
nos casos em que o réu se julga poderoso o suficiente para desafiar e atacar as
autoridades honestas.
Diante
do amanhecer difícil da boa vontade, que acontece a cada ressurgimento da ética,
cabe examinar problemas complexos. As dificuldades servem de desculpas para
mais de um místico e esoterista abandonarem o compromisso que deveriam ter com
a honestidade.
Eis
algumas destas questões:
*
Será dever de um teosofista bondoso e bem informado defender os criminosos,
sempre que eles forem - pelo menos na aparência - simpáticos ao povo?
*
Será antifraterno, antiteosófico e até fascista
exigir a punição daqueles que mentem e roubam dinheiro da população pagadora de
impostos, desmoralizando a democracia e atacando as instituições? Seria piedoso
e fraterno deixar que os jovens sejam suavemente educados para o crime e
induzidos ao uso de drogas?
Para
estas perguntas, a resposta negativa será acertada.
O
correto, para o teosofista sensato e que possui um caráter bem formado, é
defender a ética: mesmo que isso pareça difícil.
O
conluio com criminosos, ainda que eles tenham fama, dinheiro e poder mundano, é
antiteosófico. É antiético. Uma mentira apoiada por milhões de pessoas ainda
será uma mentira. As injustiças destroem a si próprias. Um dos mestres de
sabedoria oriental que inspiram o movimento teosófico desde 1875 escreveu:
“Todo
teosofista ocidental deveria saber e lembrar - especialmente aqueles que quiserem
ser nossos seguidores - que em nossa Fraternidade todas as personalidades
submergem em uma ideia - o direito abstrato e a justiça prática absoluta para
todos. E que, embora nós não digamos, com os cristãos, ‘retribua com o bem a
quem lhe faz o mal’, nós repetimos as palavras de Confúcio, ‘retribua com o bem a quem lhe faz o bem; a
quem faz o mal - JUSTIÇA’.” [1]
A
posição da teosofia é clara. Só os peregrinos espirituais mais desinformados em
relação à lei do carma poderiam apoiar ou tolerar o crime pensando que isso
expressa um sentimento de compaixão divina. A filosofia esotérica, quando
ensinada por quem a conhece, é contrária à hipocrisia e ao roubo do dinheiro
público - e também condena o uso de drogas e outras formas de indolência.
A
fraternidade universal exige a prática da sinceridade. Ela ensina a moderação,
a sobriedade, o respeito impessoal por todos e a mais elevada moral.
NOTA:
[1] “Cartas
dos Mahatmas”, Ed. Teosófica, Brasília, volume II, Carta 120, página 260.
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O texto
acima foi publicado dia 22 de outubro de 2018.
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Leia
também “Observando o Astral de um País”,
“A Fonte da Ética na Política” e
“O Renascimento Moral do Brasil”.
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