30 de abril de 2025

O Festival das Maias

 
Uma Celebração da Primavera
  
Carlos Cardoso Aveline
 
Nesta foto de 2024 vemos vários estágios da
floração da maia, desde a vagem, cor-de-cinza, até a flor.
 



O antigo festival das maias, que comemora a primavera, é celebrado popularmente nas cidades do Norte de Portugal e em outras regiões do país. Na tarde de 30 de abril, as pessoas percorrem os campos e colhem ramos floridos de maias, para colocá-los em portas e janelas das suas casas na noite que dá início ao mês de maio.

Acredita-se que as maias têm o poder de proteger as casas e preservar nelas as boas vibrações, a paz e as forças vitais. A celebração faz parte da religiosidade popular que expressa a importância da fertilidade, simbolizada pela primavera.

Segundo Rodney Gallop afirma no seu estudo sobre costumes populares portugueses, o festival que marca o início de maio celebra todo o processo da primavera e do verão, assim como a noite da chegada ao mês de novembro assinala e comemora o conjunto do outono e do inverno. Para Gallop, o costume - que tem caráter pastoril - é dos tempos anteriores à prática da agricultura. [1]

A celebração das maias tem, pois, grande antiguidade e é pré-cristã. Está vinculada a Maia, a mãe do deus Hermes, na mitologia grega, e à ninfa Maia, mãe do deus Mercúrio na mitologia romana.  

O planeta Mercúrio rege o signo de Gêmeos, que começa em maio. Existem tradições celtas e cristãs em torno da floração das maias no final de abril e começo de maio. 

O festival da primavera em primeiro de maio é comemorado também na Rússia e na Europa Oriental, embora de outras maneiras. Maia é a deusa da fertilidade e da energia vital, na mitologia romana. Assim como o mês de maio, ela está associada à primavera no hemisfério norte.

A teosofia é a primavera do espírito. Pode começar em qualquer um dos meses do ano. No céu, Maia é uma das Plêiades.

Segundo o Dicionário de Símbolos de Chevalier e Gheerbrant, a celebração das maias está ligada à origem do nome do mês de maio, que começa nesta noite. A palavra “maya”, em sânscrito e de acordo com a sabedoria oriental, se refere ao caráter dinâmico ou “ilusório” da natureza física, isto é da “mãe-natureza” com suas diferentes fases e estações.[2] A natureza toda floresce e se exterioriza no mês das maias, que não por acaso também é o mês das mães.

NOTAS:

[1] “Portugal, A Book of Folk Ways”, de Rodney Gallop, Cambridge University Press, London, UK, first published, 1936, reprinted 1961, 291 pp., ver pp. 121-125.

[2] “Dicionário de Símbolos”, de Jean Chevalier e Alain Gheerbrant, José Olympio Editora, Rio de Janeiro, oitava edição, 1994, 996 páginas. Ver “Maia”, p. 583.

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O artigo “O Festival das Maias” foi publicado nos websites da Loja Independente de Teosofistas dia 30 de abril de 2025. Uma versão inicial dele faz parte da edição de maio de 2024 de “O Teosofista”. Ver pp. 14-15.

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Leia mais:




* O Hino das Árvores (Olavo Bilac).

* Velhas Árvores (Olavo Bilac).

* A Lenda dos Ipês. (Autor Desconhecido)

* Examine nos websites da LIT a seção temática sobre Cristianismo e Teosofia.

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Helena Blavatsky (foto) escreveu estas palavras: “Antes de desejar, faça por merecer”. 

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