15 de maio de 2024

Profecias Antigas e Guerra Atômica

 
A Sabedoria Esotérica Alerta Para o
Uso de Armas de Destruição em Massa
  
Carlos Cardoso Aveline




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O primeiro parágrafo deste artigo se refere ao
Oriente Médio, mas existem outras regiões do
planeta em que a ameaça nuclear também é grande.

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Como evitar o perigo de uma catástrofe nuclear no Oriente Médio? E diante deste desafio, que papel cumprem as profecias?

Há palavras dolorosas no artigo “Lamas and Druses”, de Helena P. Blavatsky (1831-1891). Helena se refere a uma misteriosa profecia dos drusos com relação à mudança de ciclo na história humana. A profecia diz:

“...Quando o bem e o mal chegarem a um equilíbrio na escala das ações humanas (agora o mal é muito mais forte), então o sopro da Sabedoria aniquilará num piscar de olhos 666.000.000 de homens. Os 666.000.000 sobreviventes terão a ‘Sabedoria Suprema’ encarnada neles.” [1]

Estas frases referem-se claramente a armas de destruição em massa, de uma forma que nos faz pensar em bombas atômicas.

Os números na profecia são alegóricos e simbolizam as duas metades - ou duas naturezas contraditórias - na alma humana e no drama histórico da humanidade. Os números “666” mostram que a destruição é lamentável. A formulação da visão expressa o fato de que existe uma combinação desafiadora de linhas de evolução que são geológicas, psíquicas e espirituais. A evolução da alma humana está ligada aos ciclos geológicos da evolução planetária. 

Deve-se notar que a destruição ocorre “quando o bem e o mal chegam a um equilíbrio na balança das ações humanas (agora o mal é muito mais forte)”.

Isto significa que, embora lamentável, uma destruição em escala mundial pode ser necessária de tempos em tempos para libertar a humanidade do sofrimento. Em outras palavras, certas catástrofes podem ajudar a humanidade a libertar-se de estruturas de hábitos e estruturas de carma mais antigas e inúteis, que causam ignorância e sofrimento desnecessários.

No entanto, as profecias sobre catástrofes não devem ser entendidas como “fotografias exatas de cenas inevitáveis do futuro”. Elas refletem possibilidades e potencialidades. Elas alertam sobre perigos a serem desarticulados. Se forem corretamente compreendidas, servirão para evitar o pior. É preciso compreender as lições trazidas pelas profecias sobre catástrofes. É nosso dever olhar no olho do furacão e remover as causas da catástrofe, antes que a destruição ocorra. O conhecimento do perigo pode funcionar como um mecanismo eficaz para evitar o desastre. Uma profecia sobre a guerra atômica ajuda as pessoas éticas a impedir um tal cataclismo.

H. P. Blavatsky conhecia bem a visão drusa do mundo, porque em 10 de abril de 1878 ela escreveu em uma carta ao sr. Peary Chand Mittra:

“Eu pertenço à seita secreta dos Drusos do Monte Líbano…”. [2]

É interessante o fato de que os drusos vivem agora principalmente em Israel, no Líbano, na Síria e na Jordânia, quatro países do Oriente Médio cuja situação estratégica foi alterada pelo perigo de proliferação nuclear criado pelo Irã.

Nas Cartas dos Mahatmas, podemos ver que existem Iniciados ou “Irmãos” Drusos que trabalham em estreita cooperação com os Mestres de Sabedoria Orientais, e com sábios situados em outras partes do mundo, inclusive Egito. [3] Esses grandes sábios influenciam conscientemente o carma humano. Eles trabalham ao longo dos séculos para reduzir a dor presente na evolução e na aprendizagem da humanidade.

A profecia dos drusos pode aplicar-se a um futuro distante, quando Deva Yuga começará, como HPB sugere numa nota de rodapé em “Lamas and Druses”.[4] No entanto, é um fato que os ciclos menores têm uma correspondência dinâmica com os ciclos maiores, e que os ciclos pequenos preparam e antecipam os ciclos mais longos. O microcosmo interage com o macrocosmo, tanto no espaço quanto no tempo. A profecia dos drusos refere-se a um perigo cíclico que desafia uma e outra vez as sociedades humanas: o perigo da autodestruição.

HPB diz que o texto da profecia acima é alegórico. Se olhamos para ela como uma metáfora e a aplicamos a um nível de realidade superior ao plano físico, a profecia pode relacionar-se com a vitória da verdade que a própria HPB antecipa para o século vinte e um. [5] A profecia drusa pode ser vista então como uma referência à súbita destruição da ignorância nas mentes e nos corações de milhões de seres humanos. Cidadãos de boa vontade têm a honra de trabalhar para que isso aconteça. É seu privilégio tentar evitar a produção de quantidades indescritíveis de dor desnecessária.

Visões Cármicas

Outra previsão de uso em larga escala de armas de destruição em massa é divulgada por H. P. Blavatsky em seu conto místico intitulado “Karmic Visions”:

“NOVA ERA: 970.995 ANOS DESDE A DESTRUIÇÃO INSTANTÂNEA POR PNEUMO-DYNO-VRIL DOS ÚLTIMOS 2.000.000 DE SOLDADOS EM CAMPO, NA PORÇÃO OCIDENTAL DO GLOBO. 971.000 ANOS SOLARES DESDE A SUBMERSÃO DOS CONTINENTES E ILHAS EUROPEIAS. TAIS SÃO O DECRETO DE ORLOG E A RESPOSTA DE SKULD …...”. [6]

“Orlog” e “Skuld” são personagens que simbolizam o Carma em lendas nórdicas. Também neste caso, as datas e números tendem a ser alegóricos. No entanto, é interessante observar que, de acordo com este relato da profecia, decorrem cinco anos entre o uso de armas de destruição em massa e a submersão da Europa: a diferença entre 970.995 e 971.000.

A Causa dos Cataclismos

Neste ponto, cabe examinar o principal fator que desencadeia periodicamente a destruição em grande escala de uma sociedade ou civilização.

Será o fato - como diz a profecia dos drusos - de que a Bondade e a Beleza Moral cresceram o suficiente? Ao estabelecerem um equilíbrio na balança do Carma e da Justiça, as forças éticas provocam um ajustamento e uma mudança de Era? Sim, às vezes. Talvez. Mas o gatilho não é exatamente o mesmo em todas as ocasiões.

As inteligências planetárias superiores, as inteligências dos Nirmanakayas, veem a unidade por trás do paradoxo. Nas Cartas dos Mahatmas há uma referência a outro gatilho detonador das destruições cíclicas em dimensão planetária. Estes cataclismos podem na verdade salvar a humanidade, a qual, vista na sua essência, é uma comum união de almas reencarnantes. Os cataclismos periódicos evitam que a humanidade persista no erro e caia em níveis inaceitáveis de mau Carma, maldade ou injustiça.

Usando a palavra “raça” para referir-se à atual civilização materialista, com todas as suas diferentes etnias, um Mestre escreveu:

“Quando a sua raça - a quinta - houver alcançado o seu zênite de intelectualidade física, e desenvolvido a civilização mais elevada (lembre da diferença que nós estabelecemos entre civilizações físicas e espirituais), incapaz de elevar-se em mais nada em seu próprio ciclo, seu avanço em direção ao mal absoluto será interrompido (…..) por uma destas mudanças cataclísmicas; sua grande civilização será destruída, e todas as sub-raças desta raça serão vistas decaindo ao longo dos seus respectivos ciclos, depois de um curto período de glória e aprendizado.” [7]

Embora os estudantes pseudoesotéricos rejeitem ansiosamente qualquer ideia de um conflito entre a Sabedoria e a Ignorância, a longa batalha entre a alma humana e os obstáculos à sua evolução é claramente descrita nas Cartas dos Mahatmas (Carta 93-B, entre outras).

O antigo tratado taoista “Wen-tzu” estabelece uma relação entre os níveis coletivos de ética, especialmente nas elites governantes, e o destino das civilizações. (Veja, por exemplo, os capítulos 15, 19 e 20.)

As Bíblias judaica e cristã e as escrituras sagradas de outras tradições culturais seguem a mesma linha. O carma da humanidade pode ser avaliado comparando o número de “homens justos” com a massa acumulada de cegueira moral e ignorância.

De acordo com a tradição judaica, um pequeno número de indivíduos justos desconhecidos - os Tzadikim Nistarim - é responsável por preservar a humanidade da destruição. A lenda corresponde ao fato de que na realidade umas “Poucas” almas altruístas fazem uma grande diferença no Carma humano, conforme ensinado por H. P. Blavatsky. A mesma ideia é ensinada com outras palavras nos Evangelhos cristãos, como em Mateus, 7: 13-14.

Existe uma tensão criativa no esforço para obter um número suficiente de cidadãos éticos no mundo, de modo a evitar a necessidade de uma mudança cataclísmica e destrutiva. Nenhum século está cercado totalmente por perigos: cada momento da história tem também potencialidades sagradas, que podem ser desenvolvidas para evitar a necessidade de destruição.

Isto é ensinado no Gênesis judaico, capítulos 18 e 19, e especialmente no diálogo entre Abraão e o Senhor, no capítulo 18. O Senhor do Carma e da Justiça diz a Abraão que se ele conseguir identificar alguns homens justos, a cidade não será destruída. Eles discutem o número de pessoas decentes que Abraão precisa encontrar para evitar o cataclismo.

Essa parte da Tanakh judaica contém lições decisivas para o século 21. Uma tarefa está agora diante dos cidadãos de boa vontade. Já não consiste em identificar 50, 40, 30, 20, ou mesmo 10 indivíduos profundamente honestos, como vemos em Gênesis, 18.

O dever de alguém que vive no século 21 é, em primeiro lugar, ser profundamente honesto consigo mesmo e com os outros. Uma vez que isto esteja garantido, o peregrino passa a possuir olhos para ver, e já será mais fácil reconhecer outros cidadãos justos, o que acontecerá de acordo com o critério da afinidade natural. Em outras palavras, cada cidadão que desperta para a ética tem em si uma energia que mais cedo ou mais tarde faz com que outros indivíduos éticos se tornem visíveis, ou comecem a despertar como ele. Esta reação em cadeia faz mais do que evitar um Armagedon arrasador: o amanhecer da alma acelera o renascimento da ética e da fraternidade universais. Contudo, a Vida exige uma garantia de que o nascimento de uma sociedade melhor não será prematuro. Tal como o nascimento de um indivíduo, o surgimento de uma nova civilização é uma grande bênção, e também uma situação perigosa.

Quatro Níveis de Placenta no Século 21

Uma placenta cármica sutil e a sua “bolsa amniótica” evitam que o nascimento da civilização fraterna do futuro ocorra antes que todos os elementos necessários estejam prontos.

Um dos sinais de que começa um trabalho de parto é a ruptura da bolsa amniótica e a perda do líquido que contém a vida na fase da gravidez e garante a sua preservação.

Desde as últimas décadas do século 20, o mecanismo detonador central do nascimento de uma fase nova do desenvolvimento humano tem pelo menos quatro aspectos, que são os seguintes, não necessariamente nesta ordem:

1) O perigo provocado pela proliferação nuclear;

2) A crise ambiental, climática e geológica;

3) As ameaças à ordem mundial causadas pelo processo socioeconômico e financeiro;

4) A consciência ética-espiritual e o despertar de uma boa vontade incondicional em escala planetária, ao lado de um severo discernimento e de um sentido de justiça.

O ponto de ruptura que inviabiliza a continuação do egoísmo e da hipocrisia como princípios da organização social é um e é múltiplo ao mesmo tempo. Os seus quatro aspectos principais se aceleram de modo interligado.

Como vimos acima, deve haver um certo número mínimo de pessoas sinceras, suficientemente conscientes e suficientemente comprometidas com um futuro saudável, para que o processo ultrapasse o limiar do perigo e da destruição e prossiga por linhas simples e saudáveis. Não é a quantidade que faz a diferença, mas sim a qualidade e a determinação das pessoas éticas. [8]

Depois de alcançada a massa crítica de seres humanos éticos, as profecias sobre a destruição mundial serão corretamente interpretadas como lições, avisos e sinais ao longo do caminho para a sabedoria. Serão reconhecidas como metáforas que indicam a autodestruição da ignorância organizada. O processo todo abre o caminho para que a humanidade atinja um nível de evolução melhor, e mais elevado.

NOTAS:

[1] Helena Blavatsky, no artigo “Lamas and Druses”. O texto está incluído no livro “A Modern Panarion”, de HPB, publicado por Theosophy Co., Los Angeles. Veja as pp. 383-384.

[2] “The Theosophist”, Adyar, Índia, Novembro de 1965, p. 86. A mensagem foi publicada sob o título de “Unpublished Letters of the Founders”.

[3] “Cartas dos Mahatmas”, Volume I, Carta 68, p. 317. Sobre o Egito, veja também o artigo “O Observatório de Luxor”.

[4] “A Modern Panarion”, H. P. Blavatsky, Theosophy Co., Los Angeles, EUA, p. 383.

[5] “Collected Writings”, H. P. Blavatsky, TPH, EUA, volume XIV, p. 27. Veja também as linhas finais do livro “A Chave da Teosofia”.

[6] “Collected Writings”, H.P. Blavatsky, TPH, EUA, vol. IX, p. 338.

[7] “Cartas dos Mahatmas”, Ed. Teosófica, Brasília, edição em dois volumes, veja volume II, Carta 93-B, p. 120.

[8] A visão dos quatro níveis de placenta é discutida por alguns teosofistas no artigo “O Olhar Isento”, de 2016.

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Profecias Antigas e Guerra Atômica” foi publicado nos websites da Loja Independente de Teosofistas no dia 15 de maio de 2024. Trata-se de uma tradução, feita pelo autor, do artigo “Old Prophecies and Atomic War”. O texto está disponível também no blog teosófico em “The Times of Israel”.

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Leia mais:






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14 de maio de 2024

A Atenção e a Vontade

 
Como Alimentar uma Ideia Para
Que Ela Se Expresse no Plano da Ação
  
Jean des Vignes Rouges
 
A imagem de JVR (1879-1970) é reprodução de um quadro de
Landowski (conforme a revista Masques & Visages, França, Edição de Agosto
a Outubro de 1970, p. 12). À direita, o seu livro “Dictionnaire de la Volonté”, 1945.



Em grande número de casos, o ato de querer consiste muito simplesmente em instalar uma ideia no centro da consciência e esperar pela sua realização automática.

Com efeito, conforme foi estabelecido de uma maneira indubitável pela psicologia contemporânea, a “representação mental”, isto é, a imagem, a ideia, o pensamento, é já uma fase da ação. Vemos um grão de poeira na manga do nosso casaco, e esta imagem desencadeia imediatamente o movimento que afasta o detrito inconveniente. 

Não reproduzirei aqui as experiências e raciocínios que estabeleceram esta ação “ideomotora”. Basta que você lembre da seguinte verdade: “a ideia inclina à ação”, para usar a fórmula que Antonin Eymieu desenvolveu com precisão e clareza nos seus belos livros sobre a educação da vontade. Você não pode evocar uma ideia, uma palavra, sem que haja, em todo o seu corpo, vibrações imperceptíveis que iniciam o ato ao qual essa ideia, ou essa palavra, está associada.

Nestas condições entendemos que a ideia, bem instalada na nossa consciência, mantida com firmeza, consegue despertar automaticamente os atos que lhe correspondem, sempre que o nosso organismo esteja preparado para realizá-los, porque também acontece que ao combinar ideias e atos nós podemos querer coisas que vão além das nossas possibilidades materiais. É por isso que não é suficiente ter a ideia de ir até a Lua para realmente se projetar no espaço em direção a este astro celeste.

Como você instala uma ideia em sua consciência? Prestando atenção a ela. Como se pode fixar a atenção? Alimentando a atenção com uma ideia que lhe interessa de modo espontâneo e imediato; ou então propondo à atenção uma ideia que será um meio para atingir um objetivo atraente, porém mais distante.

É esse segundo processo que você está aplicando neste momento, enquanto lê este livro [1]. Você talvez o considerasse tedioso, se não tivesse o desejo de cultivar a sua vontade; mas ele cativa a sua atenção (atrevo-me a pensar) porque por baixo das frases às vezes desagradáveis que o convido a ler, você espera encontrar o caminho para melhorar a si mesmo.

Pois bem, esse é o mecanismo da atenção que você deve colocar em movimento a cada instante, para querer. É necessário que você invente o interesse que o forçará a prestar atenção. Quando você sai da cama, o seu dia começa. De repente aparece em sua mente a ideia de uma tarefa a ser realizada durante o dia, e a ideia está com uma cara suja e sombria. O seu primeiro movimento é descartar essa imagem desagradável. “Não quero pensar nisso!”, diz você. Mas isto é covardia! Se esta tarefa desagradável é realmente útil, se ela adaptará você melhor à vida, você deve, pelo contrário, evitar que a ideia da tarefa escape da sua consciência. A situação exige um ato de atenção da sua parte.

Se você for corajoso, você se forçará a repetir: “Preciso fazer essa tarefa desagradável!” Este já é um bom movimento. Mas não basta, porque se a ideia do trabalho penoso mantiver no seu rosto uma expressão lúgubre, a atenção rapidamente se cansará de olhar para o trabalho. Depois de alguns momentos, as suas exortações mentais se tornarão mecânicas e de repente você perceberá que sua atenção se esvaiu; ela já flerta com ideias mais agradáveis.

Para concentrar a atenção, lave bem esta imagem desagradável de trabalho cansativo. Examine a tarefa com mais atenção, esforçando-se por descobrir nela atrações insuspeitadas. Você conseguirá isso com bastante facilidade, se chamar para ajudá-lo todos os interesses que estão em jogo nas circunstâncias. Eles são numerosos. Alguns ficam ameaçados pelo não-cumprimento da tarefa, outros, ficarão felizes com sua conclusão. Eles se apresentam e reclamam os seus direitos. Essa é a imagem que permanece. Se você conseguir que ela crie raízes, tudo está salvo. A ideia de trabalho penoso, que você aceitou como num casamento por interesses, então se torna uma esposa perfeita. Ela limpará a casa sem reclamar e fará você feliz. Em outras palavras, esta ideia produzirá automaticamente os seus efeitos motores, simplesmente porque você conseguiu encantá-la e mantê-la no centro de sua consciência.

É possível treinar a sua atenção? Sim. Isso acontece acostumando-se a prever as consequências das ideias que você deseja fixar na sua consciência. Na prática, basta se questionar sobre a ideia que deseja estabelecer dentro de si. As perguntas forçam a imaginação a servir a atenção.

Então, cada vez que uma “ideia feliz” - daquelas que deveriam crescer em você - entra na sua consciência, tente segurá-la, acariciá-la, para que não desapareça.

Quem realizará este agradável trabalho? A sua imaginação! É a função dela. Para fazê-la esforçar-se nisso, incomode-a fazendo perguntas. Por exemplo, estas. Se esta “ideia feliz” se concretizar, o que verei, o que ouvirei, o que irei cheirar e tocar? O que vou comer e beber? Insista para que a sua imaginação mostre a você da forma mais concreta possível, nas brumas do futuro, uma pessoa que esfrega as mãos de satisfação, que ri, que está de parabéns, e muito feliz. Esse personagem é você.

Ah! Como essas imagens estimulam e cativam a sua atenção! Quantos acordes sensíveis vibram dentro de você! Já não há necessidade de ficar tenso para lembrar a “ideia feliz”. Está aí, magnificamente instalada na sua consciência. Dezenas de outras ideias secundárias se colocam a serviço dela. Basta você deixá-las à vontade. Você “quer” realizar a “ideia feliz” sem qualquer questionamento. Sua atenção foi suficiente para tudo.

Então você agora entende que, se tivesse treinado sua atenção para se concentrar em interesses secundários e distantes, seria capaz de realizar sem resistência muitas ações que de outro modo são rejeitadas. É por isso que você aprenderá com prazer a geometria, o manejo de uma ferramenta de carpintaria, o manejo do arado, a limpeza das panelas; porque a sua atenção, ao realizar estas operações, estará fixada na ideia do agrimensor feliz, do carpinteiro eficiente, do bom lavrador ou do cozinheiro famoso, que um dia você será.

No entanto, conforme afirma o grande psicólogo norte-americano William James, principal teórico da vontade adquirida pela fixação da atenção, há casos em que a ideia mantida na consciência é tão desagradável que a atenção, mesmo sendo chicoteada de todas as maneiras, se recusa a absorvê-la, e até, tenta vomitá-la. Neste caso, então, o esforço se impõe como necessário. A ideia que aterroriza ou paralisa a imaginação deve ser mantida em nossa consciência a todo custo. O dever é, então, caminhar na direção da maior resistência. Onde encontrar forças para concordar, apesar de tudo, com a presença destas representações mentais assustadoras? É o mistério do “fiat” - a aceitação silenciosa da nossa vontade, o fortalecimento das fibras do nosso coração, que nos faz dizer diante do dever mais austero, mais doloroso, e mais perigoso: “Sim, quero que seja exatamente deste modo!”

Nisso vemos, mais uma vez, que a vontade surge das profundezas secretas da nossa personalidade, das suas forças misteriosas que impulsionam a mecânica do nosso corpo e, enfim, da nossa alma.

NOTA:

[1] “Dictionnaire de la Volonté”, Paris, 1945. Vários textos desta obra estão disponíveis nos websites da Loja Independente de Teosofistas. Clique no nome do autor para vê-los: Jean des Vignes Rouges.

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O artigo “A Atenção e a Vontade” foi publicado nos websites da Loja Independente de Teosofistas no dia 14 de maio de 2024.

Trata-se de uma tradução do texto «L’Attention et la Volonté», que faz parte da obra «Dictionnaire de la Volonté», de Jean des Vignes Rouges: Éditions J. Oliven, Paris, 320 pp., 1945, ver pp. 33 a 35. Carlos Cardoso Aveline fez a tradução.

Jean des Vignes Rouges é o pseudônimo literário do militar e escritor francês Jean Taboureau (1879-1970).

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24 de abril de 2024

Efeitos do Estudo da Doutrina Secreta

 
A Leitura Atenta da Obra de Helena
Blavatsky  Pode Causar Uma Revolução Pessoal
  
Carlos Cardoso Aveline




O calmo estudo da obra “A Doutrina Secreta” (DS) é uma tarefa contemplativa e ao mesmo tempo envolve uma séria pesquisa pessoal. O esforço emprega todos os níveis de consciência e percepção do peregrino, incluindo a intuição não-pensada e o estudo com apoio dos mais diversos tipos de dicionários e obras de diferentes tradições orientais e ocidentais.

Não devemos, portanto, encarar o estudo da DS como se fosse uma leitura linear, através da qual “simplesmente reunimos informação e ficamos sabendo das coisas”.

A leitura em linha reta, superficial, limitada ao plano das palavras, é no entanto a mais frequente hoje, dado o despreparo e a desinformação do leitor médio.

Poucos procuram aprimorar o modo como pensam. Mesmo no movimento esotérico, temos mais papagaios falantes do que estudantes interessados em aprender. Não são muitos os que buscam pensar por si mesmos, com clareza.

Um dos maiores desastres sofridos pelo movimento teosófico durante o século vinte, por exemplo, foi a vontade de inúmeros teosofistas de agradar os meios acadêmicos, e o desejo deles de “parecer científicos”.

Abandonando a indispensável crítica teosófica à ciência moderna, numerosos teosofistas passaram a bajular acriticamente as universidades e os pequenos mundos acadêmicos. Assim passaram a fazer tentativas infantis de dar uma aparência de legitimidade às suas próprias concepções superficiais de filosofia esotérica.

As Misérias do Mundo Científico

Na verdade, a teosofia original não critica apenas a religiosidade dogmática.

Ela mostra as misérias da ciência acadêmica, que não são poucas. Com frequência a ciência convencional e materialista é tão dogmática quanto qualquer seita religiosa intolerante e os seus adoradores buscam sobretudo dinheiro e poder de um modo muito mal disfarçado.

Veja-se por exemplo o tamanho do esforço científico hoje voltado para a fabricação de armamentos convencionais, de armamentos atômicos, de armamentos biológicos,  e outras atividades igualmente voltadas para o lucro e o consumismo destituídos de ética.

Mesmo a psicologia e a medicina sofrem um grau importante de deturpação devido ao jogo dos interesses econômicos, que, como se sabe, nada têm de científicos, exceto como disfarce para parecerem legítimos. É lamentável ver o uso intenso de conhecimentos psicológicos e tecnológicos com o objetivo de promover a dominação mental de povos inteiros.

A busca da verdade não pode ser colocada a serviço de instituições burocráticas ou materialistas, sejam elas religiosas, tecnológicas ou científicas.

Buscar a verdade, ou ler a Doutrina Secreta, será eficiente se for uma função do nosso templo interno - e independente - situado silenciosamente em cada alma humana.

Deve haver audácia, e também modéstia. O trabalho precisa ser intenso, e também humilde.

O leitor que não tem uma completa paciência e a indispensável capacidade de concentração se decepciona em pouco tempo com a necessidade de tratar quase cada frase da DS, e certamente cada parágrafo, como um quebra-cabeças, um enigma, uma equação a resolver.

No estudo eficiente da DS, o peregrino não fica simplesmente sabendo disso ou daquilo no plano verbal.

Ele incorpora em sua alma, vivencialmente, uma certa percepção direta do cosmo e das suas eternidades, no plural.

Ele percebe que ele próprio, visto como espírito, faz parte das ondas e marés da vida cósmica universal. Ele acorda com cada novo manvântara e adormece com cada começo de pralaya. Ele habita diferentes globos e faz parte de raças materiais, mais densas que a humanidade atual, assim como de raças “pré-adâmicas”, não físicas, espiritualizadas.

Ele compreende alguma coisa dos diferentes tipos de tempo, da duração infinita e do espaço ilimitado. Ele sabe que a própria eternidade e a vastidão imensa estão sujeitas a algo como uma renovação cíclica, eternamente.

Neste processo, o estudante se desidentifica em relação ao mundo material denso, e passa a identificar-se com mundos sutis cujo espaço-tempo é “relativamente imenso” e quase completamente insondável.

O estudo da DS é, portanto, uma transformação lenta, simultânea, trabalhosa, dos mundos emocional, mental e espiritual do leitor.

Exige o máximo do intelecto do estudante, mas impulsiona também uma transformação do seu mundo concreto, assim como do seu espírito.

Ao estudar a DS, portanto, um primeiro passo é examinar se durante o estudo o leitor está integrado com os seus sentimentos. Em teosofia, o conhecimento que exclui emoções, intuições e pensamentos próprios não é conhecimento. É apenas a memorização superficial de palavras e ideias, atividade que caracteriza uma certa vaidade infantil, frequente em meios acadêmicos e até esotéricos.

Os sentimentos devem ser observados. Há orgulho pessoal por estar lendo uma obra tão importante? Existe uma pressa ansiosa de chegar ao fim da leitura? Há uma intenção subconsciente de mostrar erudição aos outros, graças a estes estudos? Haverá preguiça mental? Tudo deve ser observado com paciência, sabendo-se que com o tempo virão emoções mais maduras.  

A questão básica, portanto,  não é ler ou não ler a DS, mas como ler esta obra. A leitura vivencial e vivenciada é a leitura útil. A obra constitui um portal do caminho iniciático, ou seja, do caminho das Iniciações.

Toda bem-aventurança traz sofrimentos. O estudante precisa lidar com a dolorosa perda do mundo simples em que ele próprio vivia, antes de descobrir a bênção da filosofia esotérica.

A leitura é uma luta e muda o leitor. Ela expande a sua consciência, purifica a sua vida e transforma as suas prioridades. Ela o aproxima pessoalmente do cosmos num sentido vivencial direto.

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O artigo acima foi publicado nos websites da Loja Independente de Teosofistas no dia 24 de abril de 2024.  Uma versão inicial e ainda anônima de “Efeitos Práticos do Estudo da Doutrina Secreta” pode ser vista na edição de março de 2023 do periódico O Teosofista.

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Leia mais:





* A Doutrina Secreta, de Helena P. Blavatsky.

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Helena Blavatsky (foto) escreveu estas palavras: “Antes de desejar, faça por merecer”. 

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22 de abril de 2024

Pensar - Desenvolva o Seu Espírito Crítico

 
Graças ao Raciocínio Correto, a Sua
Atividade Será Mais Lúcida e Eficiente
  
Jean des Vignes Rouges




Você sabe pensar corretamente, isto é, com lógica?

Você considera que esta pergunta é uma falta de respeito. No entanto, agora há pouco, você disse: “Fulano é um imbecil!” Este seu julgamento foi baseado em um estudo aprofundado da psicologia do “Fulano”? Claro que não! Aquele homem se permitiu ter uma opinião diferente da sua, ou o seu cabelo ruivo e o seu nariz torto desagradaram você, e isso foi o suficiente para desencadear a sua avaliação maldosa!

Será que isso é pensar corretamente? Evidentemente não.

Em outro momento, porque lhe disseram que um certo fato havia acabado de acontecer, você afirmou com veemência a realidade do acontecimento; depois, descobriu-se que não passava de uma mentira. Esta foi conduta de um homem razoável?

Vi você agir e pensar por pura imitação dos outros. Pelo fato de que os seus pais, as autoridades, “pessoas muito boas” ou os vizinhos agiam e pensavam de determinada maneira, você se conformava com a opinião geral.

Quantas vezes, depois de ler um só livro, um só jornal, sobre uma questão social, econômica, moral, você não declarou peremptoriamente: “Esta é a verdade!”

Em determinada situação, você adotou uma atitude feroz com grande convicção porque, segundo disse, era “uma questão de princípio”. Ora, este princípio era na verdade simplesmente um preconceito e uma ideia pronta sobre a qual nunca você tinha refletido.

E não preciso falar dos casos em que, por preguiça, por negligência ou indiferença, você se absteve de pensar corretamente. São tão numerosos!

Será necessário lembrar também das inúmeras situações em que uma determinada ideia ou possibilidade de ação lhe pareceu contrária aos seus interesses? Você então rejeitou a ideia como absurda, sem examiná-la mais profundamente, qualificando-a ainda como imoral, ridícula ou contrária à honra da pátria.  

Não conheço a sua vida íntima, por isso posso dizer, sem ferir a sua sensibilidade, que há quem ame uma mulher feia, estúpida e perversa e fica extasiado diante da beleza, da inteligência e da gentileza daquela que o cega. E nenhum homem pode ter a pretensão de que não é esse indivíduo.

Esta lista não pretende humilhá-lo, mas visa simplesmente fazê-lo compreender que, como todos os homens, você pensa que está usando a sua inteligência para perceber a verdade, quando, na realidade, são os seus hábitos, seus preconceitos, as suas simpatias, os seus ódios e seus apegos que se expressam sem qualquer preocupação com a lógica, e às vezes sem qualquer bom senso.

Isto traz alguns inconvenientes para você que deseja ter uma vontade forte, uma vontade inteligente, capaz de levá-lo ao sucesso; porque quem age raciocinando erradamente, ou deixando-se enganar pelos seus sentimentos, não entra em contato com a realidade, nem com a verdade; ele se movimenta num mundo de ficção e erro; ele mente para si mesmo, assim como mente para os outros; ele é um “caçador de borboletas”. Em suma, a sua vontade não pode ser eficiente.

Você deve treinar-se, portanto, para pensar corretamente, ou seja, para poder registrar os fatos tal como eles são e examiná-los sem preconceitos, submetendo-os a críticas agudas, sabendo interpretá-los com inteligência, tirando conclusões por meio de raciocínios cujo rigor lógico você verificou, e buscando provas claras, nítidas e convincentes das suas hipóteses. Deve recusar-se a se deixar levar por impressões e opiniões inspiradas pela paixão. Precisa rejeitar as teorias vagas e confusas, clarificar as suas decisões através de um conhecimento amplo, de um espírito sutil capaz de enxergar as nuances, e finalmente deve ter a coragem de reconhecer os seus erros.  

Parece fácil seguir este programa. Na realidade, ele é um convite ao atletismo espiritual. De fato, a prática de todas estas operações intelectuais supõe que já tenhamos superado a formidável barreira representada pela crença espontânea de que estamos na posse da verdade.

Veja quantas vezes - por fraqueza, por vaidade, preguiça, autoestima, ou ciúme, por necessidade de impressionar o público ou de enfurecer a sua sogra - você adota esta ou aquela opinião, ideia, atitude, e fica absolutamente convencido de “estar certo”. Levado pelo sentimento, ou pelo automatismo do seu pensamento, você proclama a sua boa-fé e o rigor absoluto das suas argumentações. Veja mais provas deste fenômeno nas opiniões expressas por um proprietário de imóvel e seu inquilino relativamente a uma lei de alugueis. Examine com que sinceridade cada um deles descreve a lei como uma “negação da justiça”, ou como “um ato de elevada sabedoria”, dependendo de se ela prejudica ou beneficia os seus interesses materiais.

Você compreende, deste modo, por que motivo é necessária às vezes uma extraordinária reserva de imparcialidade para julgar de modo correto e razoável: o processo pode questionar as mais sólidas certezas.

Você já ouviu algumas vezes - não é mesmo? - um perfeito imbecil falando asneiras com um orgulho presunçoso que lhe pareceu cômico ou irritante, conforme o caso. “Como é possível”, pensou você, “que alguém engane a si mesmo desta maneira?”

Você tem uma profunda certeza de que sempre terá, em relação a si mesmo, mais discernimento do que esse indivíduo?

A Coragem de Fazer Algumas Perguntas

Para se acostumar a pensar corretamente sobre “o verdadeiro” e “a realidade”, tenha a coragem - ou talvez o heroísmo - de se fazer de vez em quando perguntas como estas:

Acabei de renunciar a um empreendimento, a uma competição para alcançar um emprego, por uma questão de “gentileza de alma”, segundo eu disse. Não houve também timidez ou preguiça na minha desistência?

Creio que estou expressando a minha tenacidade ao continuar este projeto que depende do puro acaso. Isso não será prova de uma teimosia absurda?

Tive muito sucesso em determinada questão. Foi um prazer enorme. Sinto-me orgulhoso, considero-me um “sujeito bastante forte”, dotado de um discernimento a toda prova. Será que esta crença não me empurrará para uma aventura que terminará mal?

​ Durante uma competição, meu adversário fugiu de mim por covardia. Devo concluir disso que a minha coragem é inabalável?

Aquilo que eu considero em mim mesmo como “um nobre orgulho”, e “uma dignidade orgulhosa” não se assemelha, por acaso, à arrogância estúpida ou à vaidade estúpida que observo nos outros?

Acabo de passar por uma derrota, e expliquei-a aos outros e a mim mesmo alegando todo tipo de razões que tornam a situação mais fácil para a minha autoestima. “Arrumei” um pouco os fatos, atribuí a mim mesmo o bom papel, mencionei “inimigos amargos” e a “sorte contrária”. Será que essas explicações são consistentes com a realidade? Talvez seja melhor eu procurar as verdadeiras causas do meu fracasso. Eu aprenderia, com isso, uma lição valiosa.

Finalmente, em outras circunstâncias, force-se a pensar:

“Neste momento, estou-me deixando levar pela covardia, pela preguiça, e evito fazer um esforço para pensar. Estou errado, tenho que reagir!” Ou repita estas palavras: “Neste instante estou tomado pela raiva, pelo ódio, pela ambição, pela indignação, pelo amor, ou pelo medo; este estado mental não me permite discernir a verdade. Devo dominar esses sentimentos agitados para ajustar minhas ações à realidade, e não às ficções que o meu cérebro produz.”

Pensar corretamente, portanto, é ter força e coragem para superar a si mesmo.

“E também é uma espécie de suicídio”, diz você, tristemente. Exato! O exercício da razão inclui a obrigação de limitar uma parte da sua personalidade. Devemos sacrificar e esmagar com dúvidas e suspeitas, boa quantidade de sentimentos que seria agradável deixar em liberdade.

O Preço a Pagar Pela Vitória

Mas a conquista da verdade é obtida pagando este preço. Você tem que pagar por ela. Em compensação, você será capaz de compreender a realidade com mais força, e de lidar com ela de forma eficaz. Graças ao pensamento correto, você escapará dos erros e dos perigos aos quais os impulsos descontrolados, ou as rotinas paralisantes, o empurrariam. Você dominará até seus instintos e seus apetites. Assim a sua atividade, melhor esclarecida, será mais produtiva.

Porém, chegando ao fim desta análise, encontro de novo uma verdade que domina todas as outras: a necessidade de evitar os excessos, de respeitar o equilíbrio vital. Por isso apresso-me a acrescentar: a preocupação de pensar corretamente não deve se transformar em uma preocupação ansiosa em relação ao que é a verdade. A dúvida prévia e o pensamento crítico, quando se tornam uma mania, matam toda iniciativa. Devemos ter dúvidas para agir melhor, e não pelo prazer de analisar a nós próprios.

As perguntas que você se coloca, para tornar mais eficiente o seu instrumento mental de investigação e de raciocínio, devem visar, portanto, sobretudo as relações entre as coisas e os homens. O objetivo é compreender estas relações e não criar obstáculos artificiais à sua ação.

Porque devemos reconhecer a importância daquilo que os filósofos chamam de “mentiras vitais”. Nenhum homem pode viver sem alimentar em si mesmo esperanças que, na verdade, são inverificáveis. Elas são geradas pelas exigências da nossa natureza. Elas representam nossas maneiras de sentir, nossas necessidades profundas, a nossa personalidade. A razão e o pensamento crítico devem guiar estas forças, mas é preciso cuidado para não destruí-las.

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Jean des Vignes Rouges é o pseudônimo literário do militar e escritor francês Jean Taboureau (1879-1970).

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O artigo acima foi publicado como item independente nos websites da LIT no dia 22 de abril de 2024. “Pensar - Desenvolva o Seu Espírito Crítico” pode ser lido também na edição de fevereiro de 2024 de “O Teosofista”. O texto é parte do livro “Dictionnaire de la Volonté”, de Jean des Vignes Rouges, Éditions J. Oliven, Paris, 319 pp., 1945, pp. 76-79. Veja o original em francês: “Penser - Développez Votre Esprit Critique”. A tradução é de Carlos Cardoso Aveline.

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Helena Blavatsky (foto) escreveu estas palavras: “Antes de desejar, faça por merecer”. 

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