2 de outubro de 2015

A Chave do Discernimento

 Impessoalidade na Auto-observação

 Carlos Cardoso Aveline




A autoimagem correta de um buscador da verdade não é uma imagem simples dele próprio como “um”. Se ele pensa que é apenas um, está enganando a si mesmo.

Ele deve ter uma imagem de si que inclui tanto uma visão da sua unidade como da sua multiplicidade. Ele tem muitos “eus” em si. [1] Alguns destes “eus” procuram pela verdade universal, e outros boicotam esta busca.

Uma visão realista das suas contradições possui importância decisiva para a eficiência do estudante ao longo do Caminho. A busca da verdade universal acelera a luta interna em sua alma: seu combate principal é com ele mesmo.

A prática da observação das suas próprias falhas e contradições permite ao estudante não só compreender melhor a si próprio, mas também compreender melhor os outros. Deve levar em conta que as pessoas ao seu redor são tão contraditórias quanto ele, quer saibam disso ou não.

A vida do estudante de filosofia exige um grau de impessoalidade. Ele deve concentrar sua consciência no ponto mais nobre possível - situado no coração - e atuar a partir deste ponto.  Cabe estimular o melhor nos outros, enquanto aprende a observar, compreender e eliminar o que haja nele próprio capaz de boicotar seu progresso espiritual, ou o progresso espiritual de seus companheiros.

Uma armadilha clássica consiste em pensar excessivamente nos erros dos outros;  e, na verdade, tais falhas podem ser reais ou imaginárias. 

O peregrino não deve esquecer que os seus colegas de caminhada têm eus superiores, e que as almas espirituais deles devem ser trazidas para uma atuação mais forte através da constante ajuda mútua. Para alcançar a vitória, a boa vontade para com os outros deve ser impessoal, incondicional, e constante. 

NOTA:

[1] Veja a respeito, em nossos websites associados, os artigos “Uma Pluralidade de Passos Integrados” e “Os Sete Princípios da Consciência”.  

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O artigo “A Chave do Discernimento” está disponível nos websites da Loja Independente de Teosofistas desde 02 de outubro de 2015. Uma versão anterior dele foi publicada na edição de dezembro de 2014 de “O Teosofista”.

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Leia devagar:





* Corpo e Alma, Cavalo e Cavaleiro (texto de Theodoro D’Almeida).

* Regra da Vida Honesta (tratado estoico clássico de Martinho Bracarense).

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Sobre o mistério do despertar individual para a sabedoria do universo, leia a edição luso-brasileira de “Luz no Caminho”, de M. C.

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Com tradução, prólogo e notas de Carlos Cardoso Aveline, a obra tem sete capítulos, 85 páginas, e foi publicada em 2014 por “The Aquarian Theosophist”.

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