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30 de janeiro de 2020

Dizeres do Povo Luso-Brasileiro

Um Poeta Ensina Ética e Sabedoria, em Versos

António Corrêa D’Oliveira


Uma rua de Lisboa



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Nota Editorial de 2020:

Os versos a seguir são reproduzidos do livro
Dizêres do Povo”, do poeta português António
 Corrêa D’Oliveira, Livrarias Aillaud & Bertrand,
Paris - Lisboa, Livraria Francisco Alves, RJ, SP, BH,
segunda edição, 146 páginas, sem data (provavelmente
entre 1912 e 1929). A primeira edição é do ano de 1911.

A ortografia dos Dizeres foi atualizada. As páginas
estão indicadas entre parênteses ao final de cada conjunto
de versos. António Corrêa D’Oliveira viveu de 1879 a 1960.

(Carlos Cardoso Aveline)

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- Nem tudo o que luz é ouro. -
Às vezes o riso é mágoa…
Quantos olhos de tristeza
Parecem fogo e são água! (73)

***

- Quem tudo quer, tudo perde, -
Palavras que eu não direi:
Achei-te, quis-te, quiseste-me:
Eu tudo quis, tudo achei. (70)

***

- Muito abarcas, pouco abraças. -
Sem vela que importa um rumo?
Vê que não deixes a chama
E corras atrás do fumo... (74)

***

- Faze o bem e fecha os olhos:
Fecha-os, não olhes a quem. -
Não vejas o mal dos outros,
Vejam os outros teu bem. (76)

***

- Chega-te aos bons e serás
Um dos bons. - Depois de o seres,
Chama a ti os maus: e fá-los
Iguais a ti, se puderes. (77)

***

- Passa a nuvem, fica a chuva. -
Quando se chora por bem,
A dor é nuvem: e as lágrimas
Regam a terra também. (82)

***

- Palavra fora da boca,
É pedra fora da mão. -
Mas as pedras vão, e ficam;
As palavras vêm, e vão. (25)

***

- É como o corpo sem alma
A casa sem ter mulher. -
Não tem luz dentro de si,
Dê-lhe o sol como lhe der. (64)

***

- O sorriso é o sol do Lar. -
Feliz quem no mundo alcança
Acordar à luz de um riso
De mulher ou de criança. (65)

***

- De alto cai quem alto sobe. -
Vai subindo… Se caíres,
Aprende por onde cais
Para de novo subires. (32)

***

- O céu é de quem o ganha. -
Toda a ventura se encerra
Em ganhar na terra o céu,
Transformando em céu a terra. (128)

***

- Água mole em pedra dura
Desgasta-a, de noite e dia. -
Mais pode alegre brandura
Do que dureza sombria. (78)

***

- O que arde cura. - Talvez.
Mas a doçura também:
Se tens bálsamo, não toques
Com ferro em brasa em ninguém. (79)

***

- A Ambição nunca descansa, -
Voa, sobe, noite e dia:
Cansam, correndo atrás dela,
O Bem, a Paz, a Alegria. (87)

***

- Quem se humilha mais se exalta. -
Bendita a água rasteira
Que sobe ao céu, feita em nuvem;
Abre em rosas na roseira. (89)

***

- Mais vale tarde que nunca. -
Medidas que o tempo tem:
Para o mal, é sempre cedo;
Nunca é tarde para o bem. (90)

***

- Quem não olha para diante
Atrás fica, - eis o ditado.
Olha o Futuro: mas lembra-te
Do que foste no Passado. (98)

***

- Homem pobre, com bem pouco
Se alegra, -  diz o rifão:
Não há nada como a fome
Para dar sabor ao pão. (109)

***

- Devagar, que tenho pressa. -
Espalha o bem no caminho:
Tanto mais a água rega
Quanto vai devagarinho. (120)

***

- Quem mais perto está do fogo,
Mais se aquece. - Tem cuidado!
Não te chegues tanto ao fogo
Que venhas a ser queimado… (31) [1]

***

- Os ricos têm parentes. -
Os pobres, coitados! não:
Ainda, um dia, os homens todos
Hão de ser de irmão a irmão. (124) [2]

***

- Atrás do tempo, outro tempo. -
Atrás do céu, outro céu;
Atrás da vida, outra vida…
Homens! que sois? que sou eu? (131)

***

- Ouve muito, e fala pouco. -
Aprende com paciência.
Em sabendo que não sabes,
Chegaste à melhor ciência. (22) [3]

*** 

Não digas, rindo: - Desta água
Não beberei. -  Tem cuidado!
Já a vi beber a alguém
Depois de a ter enlodado… (34)

***

- O melhor, é inimigo
Do bom. - Que mais desejar?
O sopro que acende a chama
Também a pode apagar…  (33) [4]

NOTAS:

[1] Tudo em sua justa medida. (CCA)

[2] A ideia da fraternidade universal. (CCA)

[3] O axioma socrático segundo o qual a melhor sabedoria consiste em saber que pouco ou nada sabemos. (CCA)

[4] Deve-se ter realismo, moderação e firmeza. (CCA)

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Os versos acima foram publicados nos websites associados dia 29 de janeiro de 2020. Eles fazem parte também de “O Teosofista” em suas edições de setembro de 2017, página seis; outubro de 2017, páginas treze e catorze; e janeiro de 2019, páginas seis a oito.

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15 de agosto de 2017

A Alma das Árvores

Do Início do Século 20, Um Livro de
Poemas Para Leitores de Todas as Idades

António Corrêa D’Oliveira




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Nota Editorial de 2017:

O amor às árvores é tão antigo
quanto a humanidade, e o poeta português
António Corrêa D’Oliveira foi um dos que
souberam expressar em forma de versos, no mundo
luso-brasileiro, o sentimento fraterno que nos une ao
reino vegetal e à natureza inteira. Ostensivamente
dirigido às crianças, o livro a seguir tem um poder
curativo sobre todo leitor atento, velho ou jovem.

Corrêa D’Oliveira nasceu em 1879 e viveu até
1960. Sua obra combina a mística cristã com o
princípio pagão e panteísta da unidade de todas as
coisas. O livro “A Alma das Árvores”, publicado em
1913,  ensina que o mundo sagrado está por todo lugar e
estimula o contato do leitor com sua própria alma espiritual.

(Carlos Cardoso Aveline)

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Em setembro de 2016, depois de uma análise da situação do movimento esotérico internacional, um grupo de estudantes decidiu formar a Loja Independente de Teosofistas. Duas das prioridades da LIT são tirar lições práticas do passado e construir um futuro saudável

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