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23 de dezembro de 2022

Um Poema Clássico de Natal

 
Luís de Camões

 
 
 
Dos Céus à Terra desce a maior Beleza,
Une-se à nossa carne e fá-la nobre;
E sendo a humanidade dantes pobre,
Hoje subida fica à maior alteza.
 
Busca o Senhor mais rico a maior pobreza;
Que como ao mundo o seu amor descobre,
De palhas vis o corpo tenro cobre,
E por elas o mesmo Céu despreza.
 
Como? Deus em pobreza à terra desce?
O que é mais pobre tanto lhe contenta.
Que este somente rico lhe parece.
 
Pobreza este Presépio representa;
Mas tanto por ser pobre já merece,
Que quanto mais o é, mais lhe contenta.
 
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O poema acima está disponível como item independente nos websites da Loja Independente de Teosofistas desde o dia 23 de dezembro de 2022. 

Os versos são reproduzidos de “Obras Completas”, Luís de Camões, Livraria Sá da Costa Editora, Lisboa, vol. I, quinta edição, 1985, 359 pp., ver pp. 257-258. A ortografia foi atualizada. “Um Poema Clássico de Natal” faz parte também da edição de dezembro de 2019 de “O Teosofista”, p. 2.
  
 
Luís de Camões, o poeta maior da língua portuguesa, nasceu por volta de 1524 e viveu até o dia 10 de junho de 1580.  
 
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Leia mais:
 
 
 
* “A Noite Santa de Dezembro”, conto de Selma Lagerlöff, adaptado por Malba Tahan,
 
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23 de abril de 2021

Camões, Sobre o Amor Altruísta

 Um Fogo Que Arde Invisível,
Um Solitário Andar por Entre a Gente

Luís de Camões

Luís de Camões (1524-1580) é considerado o maior poeta da língua portuguesa. A
imagem acima mostra uma medalha de bronze feita quatro séculos depois da sua
morte. O verso à direita, embaixo - “…e aqueles que por obras valerosas se vão da
lei da morte libertando” - é claramente teosófico pois fala da conquista gradual da
imortalidade através da prática do altruísmo. (“Os Lusíadas”, Canto I, Estância II.)
  
 
 
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
 
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
 
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
 
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
 
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O soneto acima está publicado nos websites associados desde o dia 23 de abril de 2021, tendo sido reproduzido de “Obras Completas”, Luís de Camões, volume I, Redondilhas e Sonetos, Livraria Sá da Costa Editora, Lisboa, quinta edição, 1985, 355 pp., ver p. 232.  Clique para ver o poema em língua inglesa: “Camões, On Atruistic Love”.
  
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Helena Blavatsky (foto) escreveu estas palavras: “Antes de desejar, faça por merecer”. 
 
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15 de outubro de 2019

O Tempo

Com o Tempo, Tudo Anda, e Tudo Pára

Luís de Camões


Visão parcial de uma estátua de Luís de Camões (1524-1580) feita pelo escultor Vítor
Bastos. A estátua encontra-se no centro do Largo de Camões, no bairro do Chiado, Lisboa.



Co tempo o prado verde reverdece,
Co tempo cai a folha ao bosque umbroso,
Co tempo pára o rio caudaloso,
Co tempo o campo pobre se enriquece.

Co tempo um louro morre, outro floresce,
Co tempo um é sereno, outro invernoso,
Co tempo foge o mal duro e penoso,
Co tempo torna o bem já quando esquece.

Co tempo faz mudança a sorte avara,
Co tempo se aniquila um grande estado,
Co tempo torna a ser mais eminente.

Co tempo tudo anda e tudo pára,
Mas só aquele tempo que é passado
Co tempo se não faz tempo presente.

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O poema acima está publicado nos websites associados desde 15 de outubro de 2019. Foi reproduzido do volume “Obras de Luís de Camões”, Lello & Irmão - Editores, Porto, Portugal, 1459 pp., 1970, ver Soneto CCCXLVI, p. 180.

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