Mostrar mensagens com a etiqueta William Q. Judge. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta William Q. Judge. Mostrar todas as mensagens

13 de janeiro de 2017

Sobre Fundos e Bens Materiais

Como Lidar Com Dinheiro, De Acordo Com
A Proposta Original do Movimento Teosófico

William Q. Judge



000000000000000000000000000000000000000000

Nota Editorial de 2017:

O artigo a seguir foi publicado inicialmente na
revista teosófica “The Path”, de Nova Iorque, em
sua edição de fevereiro de 1894, pp. 354-357. Título
original: “Of Funds and Property”. O leitor deve levar
em conta que a Sociedade Teosófica das primeiras décadas
do esforço esotérico moderno, mencionada no texto,  já
não existe. Há hoje um movimento teosófico amplo e diverso.

William Judge aborda a política original do
movimento teosófico em relação a bens materiais. Essa
mesma filosofia da simplicidade dos primeiros tempos
guia a ação da Loja Independente de Teosofistas, LIT.   

(Carlos Cardoso Aveline)

000000000000000000000000000000000000000000000000000000



Em determinado momento da história da Sociedade Teosófica, alguns pensaram que um Fundo da Sociedade era um pré-requisito indispensável para que o movimento crescesse.

Esta era uma ideia que surgia naturalmente para a mentalidade ocidental, porque a maior parte dos progressos do Ocidente são resultado do uso de dinheiro. Mas quando alguém tem um bom conhecimento da natureza humana, e lembra do que aconteceu em outras organizações, percebe sem esforço que, embora o dinheiro seja necessário para conseguir alimento, não é absolutamente necessário para o trabalho da Sociedade Teosófica.

A Igreja Católica Romana é provavelmente a organização religiosa mais poderosa. Ela controla grandes somas de dinheiro e possui as melhores propriedades em todos os lugares, mas as suas grandes vitórias têm sido na produção de dogmatismo e na dominação das mentes dos seres humanos. A sua vitória mais recente, alguns meses atrás, consistiu em obrigar St. George Mivart, um católico romano, a se retratar em relação ao que disse quando sugeriu, em uma publicação importante, que a condenação eterna é impossível.

A Igreja Metodista e outras Igrejas dos setores dissidentes do cristianismo promovem grandes empreendimentos missionários, para os quais recebem milhões de dólares de seus seguidores. O resultado é que pagam os salários de muitos missionários, possibilitando que seus secretários nos Estados Unidos acumulem dinheiro enquanto produzem apenas alguns poucos novos seguidores no exterior, e mantêm assim a falta de fraternidade entre o Oriente e o Ocidente, estimulando a ideia de que os pagãos estão condenados.

Se a Sociedade Teosófica - como organização - tivesse tido sempre um Fundo e bens materiais, sempre haveria aqueles que, movidos por intenções egoístas, lutariam para obter a posse do dinheiro e utilizar a propriedade para seu próprio benefício. Mas sem um fundo que pertença a alguma Tesouraria, a Sociedade tem crescido constantemente, tanto em influência quanto em quantidade de participantes. Isso ocorre porque, em vez de dinheiro para ser disputado, nós temos tido um ideal inspirador; e, em vez de fundos corporativos com os quais trabalhar, temos tido devoção. Isso faz com que os membros usem no trabalho da organização os seus próprios meios particulares, sem serem restringidos pelas regras de uma tesouraria. Assim, a Sociedade é pobre, e esperamos sinceramente que ela permaneça sempre sem algum fundo que seja uma tentação para a cobiça humana.

A sede geral nos Estados Unidos, situada em Nova Iorque, é uma propriedade cujo título de posse foi transferido à loja local. Esta é uma pessoa jurídica formada com a finalidade de administrar a propriedade. A sede não pertence à Sociedade Teosófica, mas está colocada a serviço dela, com o mesmo espírito de devoção que tem inspirado todos os verdadeiros trabalhadores teosóficos.

A sede em Londres também pertence a um grupo de pessoas e não à Sociedade Teosófica.

Excepcionalmente, a sede em Adyar pertence - como um centro - a toda a organização teosófica. Alguns disseram que todas as doações, todas as heranças, legados de propriedades, todas as aquisições gerais de todas as propriedades destinadas ao trabalho da Sociedade Teosófica devem ser da Sociedade Teosófica, como beneficiária legal; mas não posso concordar com este ponto de vista.  

Os recursos usados no trabalho, à parte dos recursos pertencentes às várias seções e gastos durante o ano, devem permanecer como propriedade particular das pessoas que os dedicam ao trabalho da Sociedade, para que elas os usem livremente e de qualquer maneira ditada por suas consciências.

Se acumularmos um grande fundo corporativo, também vamos acumular em torno dele os seres humanos que, tanto consciente como inconscientemente, escondem as suas intenções, que pedem para trabalhar com o objetivo de serem pagos, e que, como membros da entidade que é proprietária do Fundo, têm o direito de exigir a divisão dos bens. Que os céus nos protejam de uma situação destas! Se as pessoas têm dinheiro e desejam dedicá-lo em grandes somas para o trabalho da Sociedade, elas mesmas devem usá-lo no âmbito da atividade em curso, ou entregá-lo a trabalhadores dedicados que tenham demonstrado que o centro das suas vidas é o autossacrifício em benefício do todo.

Vejamos alguns exemplos concretos.

Na Seção norte-americana, por exemplo, não são pagos salários, a menos que se chame de salário o alojamento e a comida dados a certas pessoas que não têm meios de subsistência. Há trabalhadores nos departamentos oficiais daquela Seção que passam o tempo todo, desde a manhã até a noite, trabalhando pela Sociedade Teosófica sem salário, e ao mesmo tempo doam do seu dinheiro para atender as necessidades do trabalho.

Na Inglaterra ocorre a mesma situação. Lá a sra. Besant e outros trabalham incessantemente pela Sociedade. Ela se mantém e ainda doa tudo o que sobra da sua renda para atender as necessidades da Sociedade. H. P. Blavatsky fazia a mesma coisa. O Coronel Olcott agiu e ainda age da mesma forma. Assim, em todo lugar, as atividades realmente duradouras e benéficas da Sociedade são exercidas por aqueles que, dispostos a trabalhar pela causa, não pedem um salário. E, entre estes, quem possui disponibilidade financeira não deseja ser travado pelas regras e pelos regulamentos de um fundo geral que sempre será fonte de aborrecimentos, e uma tentação para os mal-intencionados.

Em nossa história de muitos anos, vimos isto ser comprovado no caso de um tesoureiro na Índia que, tendo os fundos gerais de pequeno porte sob seu controle, roubou tudo o que pôde. Era apenas um mortal colocado diante de uma tentação. Se o dinheiro com que ele estava trabalhando fosse dele mesmo, ele não iria roubá-lo, porque não haveria essa possibilidade.

Não devemos incentivar grandes doações para o setor financeiro da Sociedade. Devemos divulgar o princípio de que as doações particulares devem ser generosamente entregues a elementos confiáveis e experimentados,  para uso a critério deles, quando os doadores não têm oportunidade de fazer esta utilização por eles mesmos, ou não souberem como o recurso deve ser gasto. Eles devem proceder como tem sido feito. Um homem doou a H. P. Blavatsky $ 5000 para o “Clube Feminino” em Bow, Londres, e o dinheiro foi usado sabiamente pela sra. Besant como representante. Em um caso, uma pessoa deu uma grande quantidade de dinheiro para ajudar a iniciar uma sede. Em outra situação, foi dado dinheiro para imprimir grande quantidade de folhetos e livretos. E ainda outra pessoa fazia de tempos em tempos contribuições que permitiam a um trabalhador devotado, experiente, mas que não tinha um tostão, viajar e dar palestras pela Causa.  

Desta forma, a devoção se torna mais valiosa do que uma fortuna em dinheiro. Aqueles que são capazes de falar e escrever, mas não têm meios de sustento, serão habilitados a realizar o trabalho graças a outros que, favorecidos pela sorte material, têm um excedente em recursos. Mas constituir um grande fundo de tesouraria criaria tantos riscos e problemas, e pessoas inescrupulosas e parasitas poderiam se fixar de forma demasiadamente arraigada na estrutura da Sociedade, por terem voz e voto na gestão dos fundos financeiros.

Por outro lado, as pessoas que são capciosas e cheias de suspeitas, que sempre contam até o último centavo e sabem o número de série de cada nota de dinheiro, iriam hostilizar os que estivessem encarregados de empregar os recursos.

A nossa pobreza e a falta de recompensas e aplausos no mundo externo nos salvaram de excêntricos e sectários que, atraídos pela riqueza, iriam falar sobre a doutrina e sobre o dever, mantendo ao mesmo tempo os olhos fixos no dinheiro.

O nosso poder está na força do nosso ideal e da nossa dedicação. O trabalho feito sem recompensa material e sem pretensão de obtê-la, e livre da influência negativa da contabilidade de débito e crédito, vai mais longe, e dura mais tempo, do que qualquer trabalho feito em troca de uma remuneração financeira.

000

Em setembro de 2016, depois de cuidadosa análise da situação do movimento esotérico internacional, um grupo de estudantes decidiu formar a Loja Independente de Teosofistas, que tem como uma das suas prioridades a construção de um futuro melhor nas diversas dimensões da vida.

000

1 de novembro de 2016

As Vibrações Ocultas

Uma Conversa Com Helena Blavatsky em 1888

William Q. Judge



00000000000000000000000000000000

Nota Editorial:

Publicado pela  revista teosófica
norte-americana  “Path” na edição
de junho de 1893, sob o título de
Occult Vibrations”, o artigo a
seguir aborda as diferenças entre os
grandes sábios (ou “adeptos”) e os
cidadãos comuns. Foi publicado pela
primeira vez em língua portuguesa na
edição de outubro de 2008 de “O Teosofista”.

(CCA)

00000000000000000000000000000000000000000000000




[O texto seguinte foi anotado por mim em 1888, conforme o que era ditado por H.P.B. e com o propósito de publicá-lo naquela época. Mas o material não foi usado de imediato. Eu o trouxe comigo para casa, e agora é de interesse. W.Q.J. ]

000

Pergunta – Chamou-me atenção, enquanto pensava sobre a diferença entre as pessoas comuns e um adepto ou mesmo um estudante parcialmente avançado, que a frequência de vibração das moléculas cerebrais, assim como a sua coordenação com as vibrações mais elevadas do cérebro, pode estar na essência da diferença, e pode explicar também muitos outros problemas.

H.P.B. – É verdade. As vibrações causam diferenças e também provocam muitos fenômenos curiosos. As diferenças entre as pessoas se devem em grande parte a vibrações de todos tipos. 

Pergunta – Ao ler o artigo [“Aum!”] na revista “Path” de abril de 1886, esta ideia surgiu novamente. Abro na página 6 da revista: “A Ressonância Divina de que se fala acima não é a Luz Divina em si mesma. A Ressonância é apenas a manifestação do primeiro som de todo o Aum . . . .  Ela não se expressa apenas como o poder que agita e anima as partículas do universo, mas também se expressa na evolução e na dissolução do ser humano, dos reinos mineral e animal e do sistema solar. Entre os hindus, era representada como o planeta Mercúrio, ao qual tem sido sempre atribuído o governo das atividades intelectuais e a função de estimulador universal.”  

O que me diz sobre isso?

H.P.B. – Mercúrio sempre foi conhecido como o deus da sabedoria secreta. Ele é Hermes, assim como Buddha, filho de Soma. Falando das coisas do plano inferior, eu chamaria a “Ressonância Divina” sobre a qual você lê na revista Path de “vibrações”; e diria que está na origem, ou que dá o impulso a todo tipo de fenômeno do plano astral.

Pergunta – As diferenças percebidas nos cérebros e nas naturezas humanas devem, então, ter como base as diferenças de vibração?

H.P.B. – Seguramente. 

Pergunta – Falando da humanidade em seu conjunto, é verdade que todos os humanos têm uma chave, ou uma frequência vibratória, à qual respondem?

H.P.B. – Os seres humanos são em geral como conjuntos de teclas de piano. Cada tecla tem o seu próprio som, e a combinação dos sons produz outros sons em uma variedade sem fim. Como a natureza inanimada, os humanos têm uma nota-chave a partir da qual todas as espécies de caráter e de constituição avançam atravessando mudanças permanentes. Lembre do que foi dito em “Ísis Sem Véu”, página 16, volume I [da edição original em inglês. NT] : “O Universo é a combinação de milhares de elementos, e no entanto é a expressão de um só espírito. Ele é um caos para os sentidos (físicos), e um cosmos para a razão (manas).”

Pergunta – Até aqui, o que foi dito se aplica à natureza em geral. Isto explica a diferença entre o adepto e a pessoa comum?

H.P.B. – Sim. A diferença está em que um adepto pode ser comparado àquela nota-chave que contém em si todas as notas da grande música da natureza. Ele tem em seus pensamentos a síntese de todas as notas, enquanto que o homem comum possui a base da mesma nota-chave, mas apenas age e pensa em uma, ou em algumas poucas modalidades desta chave, produzindo com seu cérebro somente alguns poucos acordes da grande música que é possível.

Pergunta – Isto terá algo a ver com o fato de que o discípulo pode ouvir a voz do seu mestre através dos espaços astrais, enquanto outro não consegue ouvir ou comunicar-se com os adeptos?

H.P.B. – Isto ocorre porque, através do treinamento, o cérebro de um chela está sintonizado com o cérebro do Mestre. Suas vibrações sincronizam-se com as do Adepto; mas o cérebro não-treinado não está sintonizado desta forma. Assim, o cérebro do chela não é normal, se olhamos para ele do ponto de vista da vida convencional; enquanto que o cérebro do homem comum é normal, do ponto de vista das metas mundanas. Este último pode ser comparado aos que são incapazes de distinguir cores.

Pergunta – Pode explicar melhor?

H.P.B. – O que é considerado normal do ponto de vista do médico é visto como anormal do ponto de vista do ocultismo, e vice-versa. A diferença entre um homem que não distingue as cores umas das outras e não consegue identificar lâmpadas coloridas, e um adepto que as vê e que as distingue, está no fato de que um confunde uma cor com a outra, enquanto o adepto vê todas as cores em cada cor, mas, mesmo assim, não as confunde.

Pergunta – Então, o adepto elevou as suas vibrações de modo que elas são iguais às vibrações da natureza como um todo?

H.P.B. – Sim, no caso dos adeptos mais elevados. Mas há outros adeptos que, embora amplamente mais avançados que a humanidade média, ainda são incapazes de vibrar neste nível.

Pergunta – O adepto pode produzir por vontade própria uma vibração que altere uma cor, transformando-a em outra?

H.P.B. – Ele pode produzir um som que altere uma cor. É o som que produz a cor e não o contrário. Ao correlacionar as vibrações de um som da maneira correta, faz-se uma nova cor.

Pergunta – É verdade que no plano astral cada som sempre produz uma cor?

H.P.B. – Sim; mas estas cores são invisíveis porque ainda não foram correlacionadas pelo cérebro de modo que se tornem visíveis no plano terrestre. Leia Galton, que narra experimentos com cores e sons tais como percebidos por indivíduos psíquicos e sensitivos, mostrando que muitas pessoas sensitivas sempre veem uma cor para cada som. O homem que é cego em relação a cores tem diante de si as mesmas vibrações que se mostram como vermelho, mas, como não é capaz de percebê-las, ele altera o total das vibrações, digamos assim; e então, daquele total de vibrações, ele vê uma cor que corresponde às vibrações que consegue perceber. Os seus sentidos astrais podem ver a cor verdadeira, mas o olho físico tem as suas próprias vibrações; e estas, estando no plano externo, predominam por enquanto sobre as outras – e o homem astral é levado a informar ao cérebro que o olho físico viu corretamente. Porque, em cada um dos casos, o estímulo externo é mandado para o homem interno, e este é então forçado de certo modo a aceitar naquele momento a mensagem, até que a situação mude. Mas há casos em que o homem interno é capaz até mesmo de vencer a limitação externa e fazer com que o cérebro veja a diferença. Em muitos casos de insanidade mental, a confusão entre as vibrações de todo tipo é tão grande que não há correlação entre o homem interno e o homem externo, e temos então um caso de alienação mental. Mesmo em algumas destas situações infelizes a pessoa está o tempo todo interiormente consciente de que não é insana, mas não consegue fazer-se entender. Assim, frequentemente as pessoas são levadas à verdadeira insanidade por tratamentos errados.

Pergunta – Através de que tipo de vibrações os elementais produzem cores e luzes variadas?

H.P.B. – Embora conheça bem o assunto, esta é uma pergunta a que não devo responder. Eu não disse a você que, às vezes, os segredos podem ser revelados demasiado cedo?

000

O texto acima foi traduzido de “Theosophical Articles”, William Judge, Theosophy Co., Los Angeles, CA, edição em dois volumes, volume I, pp. 423-426.  

000

Em setembro de 2016, depois de cuidadosa análise da situação do movimento esotérico internacional, um grupo de estudantes decidiu formar a Loja Independente de Teosofistas, que tem como uma das suas prioridades a construção de um futuro melhor nas diversas dimensões da vida.

000 

13 de setembro de 2016

Os Adeptos na América em 1776

Mestres de Sabedoria Trabalham Por Uma
Nova Ordem dos Tempos na História Humana

William Q. Judge

William Q. Judge (1851-1896) e Thomas Paine (1737-1809)


000000000000000000000000000000000000000
 
Nota Editorial: 

“Adeptos” são altos Iniciados, isto é,
sábios que têm um conhecimento completo
sobre filosofia esotérica e sabedoria universal.

(CCA)

00000000000000000000000000000000000000000000000



As sugestões e afirmações  feitas a seguir estão inteiramente sob a responsabilidade pessoal do autor e - tanto quanto ele saiba - não foram levadas ao conhecimento ou obtiveram o consentimento dos Adeptos a que, em termos gerais, se alude.

Qualquer pessoa reflexiva fica atônita e espantada quando examina a história da formação e da ascensão dos Estados Unidos da América da Norte, e constata que a Teologia dogmática não dispõe de ponto de apoio em nenhuma parte da Declaração de Independência ou da Constituição, sobre a qual ela gostaria de bom grado de construir uma estrutura, e que, desde então, tantas vezes tentou erigir, dentro, ou sobre, o Governo. Ficamos admirados porque esses documentos foram redigidos, e o Governo empossado, numa época  em que o dogmatismo, de qualquer espécie que fosse, era muito poderoso e influente.

Embora os Puritanos [1] e outros tivessem vindo para a América para fruir de liberdade religiosa, eles eram muito dogmáticos e tenazmente arraigados às suas próprias teorias e crenças particulares, de tal maneira que, se nós tivéssemos encontrado nessa lei fundamental inúmeras alusões à religião ou a estabelecimentos religiosos, isso não nos admiraria. Mas é debalde que as procurámos e é em vão também que os partidários da Igreja de Ferro tentaram embutir a pedra-angular de que necessitavam, e hoje em dia a América do Norte regozija-se com isso, e foi desse modo capaz de ter um crescimento maravilhoso que fez o espanto e a admiração da Europa.

A neutralização dos esforços feitos pela beatice em 1776 se deve aos Adeptos que olham hoje pela S.T. e lhe outorgam a garantia dos seus Elevados Nomes.

Eles supervisaram a redação da Declaração e o esboço da Constituição, nas suas grandes linhas, e é esta a razão pela qual nenhum ponto de apoio foi deixado a esses cristãos tumultuosos que desejam injetar Deus na Constituição.

Na Declaração, da qual  brotou a liberdade, é feita menção à “natureza e ao  deus da  natureza. Nos parágrafos segundo e terceiro estão especificados os direitos naturais do homem, tais como a vida, a liberdade e a busca pela felicidade. O rei é mencionado como sendo “indigno de governar uma Nação civilizada”, e nada é dito sobre se ele seria o chefe, ou se seria digno de ser o chefe, dum povo cristão.  

Ao dirigir-se aos seus irmãos britânicos, a Declaração indica que se “faz um apelo à justiça e à magnanimidade nativas deles”. Foi deixada de fora qualquer referência a religião, ao Cristianismo ou aos mandamentos de Deus. E isto pela muito boa razão de que durante 1.700 anos a religião havia lutado contra o progresso, contra a justiça, contra a grandeza de alma e generosidade, e contra os direitos do homem. E na frase de conclusão os signatários comprometem-se mutuamente, em juramento, a defender esta Declaração ignorando qualquer apelo a Deus.

Na Constituição de 1787 é declarado, no Preâmbulo, que o instrumento definido foi criado para a união, para a justiça, para a tranquilidade e a defesa, o bem de todos e a liberdade. O Artigo VI estipula que nunca será exigida uma fé religiosa para aceder a uma função, e a Primeira Emenda proíbe toda e qualquer instauração de uma religião institucional, ou qualquer restrição à liberdade de culto.

Ao procurar ao redor do Mundo uma mente através da qual pudessem produzir na América a reação que era necessária nesta época, os elevados Adeptos Teósofos encontraram, na Inglaterra,  Thomas Paine. Em 1774 eles influenciaram-no, com a ajuda do valioso Irmão Benjamim Franklin,  para que viesse para a América do Norte. Ele veio para cá e foi o principal instigador da separação das Colônias em relação à Coroa Britânica.

Aceitando a sugestão de Washington, Franklin, Jefferson e outros francomaçons, cujas mentes, através dos ensinamentos dos graus simbólicos da Maçonaria, estavam aptas a raciocinar corretamente e a rejeitar o conservantismo teológico, ele escreveu o seu livro “O Sentido Comum”, que se transformou na tocha incendiária cujas chamas devoraram os laços e os  vínculos que existiam entre a Inglaterra e a América do Norte. Thomas Paine recebeu agradecimentos públicos frequentes por “O Sentido Comum”. George Washington escreveu a Paine em 10 de Setembro de 1783:

“Eu ficaria extremamente feliz em encontrar-me consigo. A sua presença recordará talvez aos Membros do Congresso os serviços prestados no passado a este país, e se eu puder  influenciá-los, não hesite em pedir livremente os meus serviços, que serão prestados com alegria por alguém que nutre um vivo sentido de reconhecimento pela importância das suas obras.”

E novamente numa carta de junho de 1784, endereçada a Madison, Washington diz:

“Não se poderá fazer algo na nossa Assembleia em prol do pobre Paine? Os méritos e os serviços de ‘O Sentido Comum’ dissipar-se-ão pouco a pouco no tempo sem serem recompensados por este país? As obras de Thomas Paine exerceram certamente um efeito muito poderoso sobre o espírito do público. Não deveriam aquelas, portanto,  serem por sua vez justamente recompensadas?” [2]  

Na sua obra “A Idade da Razão”, que escreveu em Paris vários anos mais tarde, Paine declara: “Eu  vi, ou pelo menos pensei ter visto uma  vasta cena que se abria para o Mundo nos assuntos da América;  e pareceu-me que a menos que os Americanos modificassem o projeto que tinham então, e se declarassem independentes, não só eles se envolveriam numa multiplicidade de novas dificuldades, mas eliminariam a perspectiva que, então, surgia para a Humanidade através deles. Mais adiante ele diz: “Há duas categorias diferentes de pensamento: aqueles que resultam da reflexão e aqueles que surgem na mente repentinamente e por si próprios. Eu sempre tive por regra tratar estes visitantes voluntários com cortesia, e é deles que adquiri todo o Conhecimento que tenho.

Estes “visitantes voluntários” foram injetados no seu cérebro pelos Adeptos, Teósofos. Vendo que uma nova ordem dos tempos estava prestes a começar e que havia uma nova oportunidade para a liberdade e a fraternidade entre os homens, eles colocaram diante dos olhos de Thomas Paine - em quem sabiam que podiam confiar para se manter quase sozinho com a lanterna da verdade, no meio de outros que, “em tempos que testavam os homens” tremiam de medo -, “uma vasta cena que se abria para a Humanidade nos assuntos da América”. O resultado foi  a Declaração e a Constituição da América do Norte. E como para dar ainda mais peso a estas palavras e à sua afirmação sobre esta vasta cena que se abre, esta nova ordem dos tempos, o desenho que figura na parte detrás do grande selo dos Estados Unidos representa uma pirâmide cujo cume foi truncado e substituído por um resplandecente olho de luz deslumbrante, inserido num triângulo, por cima do qual estão escritas as palavras “os Céus aprovam”, e por baixo aparece esta máxima surpreendente: “uma nova ordem dos tempos”.

Não podemos duvidar que ele tinha na ideia uma nova ordem dos tempos, quando lemos na sua obra “Os Direitos do Homem”, parte dois, capítulo 2: “Não é na Ásia, na África ou na Europa que  poderia ter começado a reforma da condição política do Homem. Ela (a América) tomou uma posição que não era só para ela, mas para o mundo, e olhava para além da vantagem que ela poderia obter”. E no Capítulo 4: “O caso e as circunstâncias na América apresentam-se como se tratasse do começo dum mundo ... há um alvorecer da razão que se levanta sobre o homem, em matéria  de Governo, que não se tinha visto antes”.

O conteúdo “do selo” não foi acidental, mas tinha a real intenção de simbolizar  a construção e a fundação sólida duma nova ordem dos tempos. Ele estava dando forma à  ideia, que fora mostrada à mente de Thomas Paine através de um “visitante voluntário”, de uma vasta cena que se abria, o começo na América duma nova ordem dos tempos. Esse lado do Selo nunca chegou a ser cinzelado ou utilizado, e o lado que é usado até hoje não foi sancionado pela Lei. Na primavera de 1841, quando Daniel Webster era o Secretário de Estado, um outro Selo foi esculpido, e em vez da águia segurar na sua garra esquerda treze (13) flechas como estava previsto, ela apenas agarra seis. Não só esta modificação não foi autorizada, mas  também se desconhece a razão porque foi feita. [3] Quando o outro lado [do Selo] for lavrado e utilizado, não estará realmente estabelecida a nova ordem dos tempos?

Portanto, reivindica-se para os Adeptos Teósofos algo mais do que o simples poder de transformar um metal grosseiro em ouro, ou a posse duma coisa puramente material como o elixir da vida. Eles observam constantemente o progresso do homem e ajudam-no no seu voo vacilante em direção das alturas escarpadas do progresso. Estes Adeptos influenciaram Washington, Jefferson e todos os outros corajosos francomaçons que ousaram fundar no Ocidente um Governo livre e isento das escórias e da sujidão do dogmatismo. Eles clarificaram as mentes desses homens, inspiraram a pluma deles e deixaram impresso, no grande selo desta poderosa nação, a marca da sua presença.

NOTAS:

[1] Puritano - seguidor do Puritanismo, cuja doutrina é de inspiração Calvinista. Jean Calvin foi um reformador nascido em 1509, em Genebra na Suíça, tendo morrido em 1564. [Nota do Tradutor]

[2] 9 Sparks, 49. [Nota de William Q. Judge]

[3] Ver os arquivos do Departamento de Estado dos EUA. [Nota de William Q. Judge]

000

O texto acima - cujo título original é “Adepts in America in 1776” - pode ser encontrado em “Theosophical Articles”, de William Q. Judge, edição em dois volumes publicada em Los Angeles pela Theosophy Company. Ver volume II, pp. 70-73. Ele foi publicado pela primeira vez em “The Theosophist”, na Índia, em outubro de 1883. Escrito por William Q. Judge, foi assinado com o pseudônimo “Um Ex-Asiático”. A presente tradução foi realizada por associados da Loja Unida de Teosofistas (LUT) em Portugal.

000

8 de julho de 2016

Aforismos de Ioga, de Patañjali

O Tratado Clássico de Raja Ioga

William Q. Judge

À esquerda, a capa da edição original de “Aforismos de Ioga, de Patañjali”

Prefácio à Primeira Edição

Essa edição dos Aforismos de Ioga de Patañjali não é lançada como uma nova tradução, nem como uma apresentação literal do original em língua inglesa.

No ano de 1885, foi impressa uma edição em Bombaim (Mumbai) pelo sr. Tookeram Tatya, membro da Sociedade Teosófica, e desde então ela tem circulado amplamente entre os membros da Sociedade em todas as partes do mundo. Mas ela tem sido útil apenas para aqueles que já tinham suficiente conhecimento do sistema indiano de filosofia para compreender o significado real dos Aforismos apesar dos grandes e peculiares obstáculos que há, devido às inúmeras frases acrescentadas entre parênteses, não só no texto dos Aforismos, mas também nas chamadas notas explicativas. Para a maior parte dos estudantes essas dificuldades têm sido uma barreira quase insuperável; e foi esse fato que levou à preparação dessa edição, que tenta tornar mais clara uma obra de grande valor para os estudantes atentos.

Alguns críticos capciosos podem dizer que foram tomadas liberdades com o texto e, se essa tradução fosse apresentada como sendo literal, a acusação estaria justificada. Mas ao invés de pretender ser uma tradução, o texto a seguir é apresentado como uma interpretação, e como o pensamento de Patañjali revestido da nossa linguagem. Nenhuma liberdade foi tomada com o sistema do grande sábio, mas o esforço foi no sentido de interpretá-lo fielmente para as mentes ocidentais que não conhecem os modos de expressão hindus e tampouco estão acostumadas à sua filosofia e sua lógica.



000

Sobre o mistério do despertar individual para a sabedoria do universo, leia a edição luso-brasileira de “Luz no Caminho”, de M. C.


Com tradução, prólogo e notas de Carlos Cardoso Aveline, a obra tem sete capítulos, 85 páginas, e foi publicada em 2014 por “The Aquarian Theosophist”.

000

7 de junho de 2016

O Oceano da Teosofia

William Q. Judge

W. Q. Judge (1851-1896)


000000000000000000000000000000000000000

Nota Editorial de 2016:

Esta é uma tradução da obra
The Ocean of Theosophy, de
William Q. Judge, The Theosophy Co.,
Los Angeles, Califórnia, EUA,1987,
172 pp. Primeira edição, 1893. Na presente
edição, as notas dos tradutores estão  marcadas
com “(NT)”. As notas que não têm sua autoria
expressamente indicada são de William Judge.

Discípulo de Helena Blavatsky e sujeito a
falhas como todo aprendiz, William Judge
foi um dos fundadores do movimento teosófico
em 1875. “O Oceano da Teosofia” não tem
 a profundidade nem a exatidão de “A Doutrina
Secreta”, obra de H. P. B. em que Judge baseou-se
para escrever. É uma tentativa de popularizar os
conhecimentos básicos de teosofia em uma linguagem
simples, de acordo com a compreensão de que Judge era
capaz. A leitura de “A Doutrina Secreta” é insubstituível.

(Carlos Cardoso Aveline)

00000000000000000000000000000000000000000000


CAPÍTULO I

A Teosofia e os Mestres



A Teosofia é um oceano de conhecimento que se estende de um extremo a outro da evolução dos seres sensíveis.  Insondável nas suas partes mais profundas, ele exige das mentes mais poderosas o máximo de seu alcance, embora seja suficientemente raso em suas margens para ser entendido por uma criança. A Teosofia é a sabedoria sobre Deus, para aqueles que acreditam que ele está em tudo e em todas as coisas, e é sabedoria sobre a natureza, para o homem que aceita a afirmação encontrada na Bíblia Cristã de que Deus não pode ser medido ou descoberto,  e que a escuridão cerca sua tenda. Embora contenha por derivação o nome Deus, e pareça a princípio abarcar apenas a religião, a Teosofia não nega a ciência, pois é a ciência das ciências e por conseguinte foi chamada de sabedoria das religiões. Porque nenhuma ciência é completa se deixar de fora qualquer aspecto da natureza, seja ele visível ou invisível; e a religião que se baseia apenas em uma revelação, deixando de lado as coisas e as leis que as governam, não é mais do que uma ilusão, um inimigo do progresso, um obstáculo no caminho do homem,  em seu avanço rumo à felicidade. Englobando tanto o científico como o religioso, a Teosofia é uma religião científica e uma ciência religiosa.




000

Sobre o mistério do despertar individual para a sabedoria do universo, leia a edição luso-brasileira de “Luz no Caminho”, de M. C.


Com tradução, prólogo e notas de Carlos Cardoso Aveline, a obra tem sete capítulos, 85 páginas, e foi publicada em 2014 por “The Aquarian Theosophist”.

000

6 de junho de 2016

A Doutrina dos Ciclos

O Mistério das Mudanças de
Época, na Vida do Nosso Planeta

William Q. Judge

William Q. Judge (1851-1896)



0000000000000000000000000000000000000000000000

Nota Editorial:

O texto a seguir constitui o capítulo XIV da obra
O Oceano da Teosofia”, de William Judge [1], e
tem um especial interesse para aqueles que buscam   
compreender o momento atual da evolução humana. 

(CCA)

00000000000000000000000000000000000000000000000000000




Os Ciclos – Capítulo XIV

A doutrina dos Ciclos é uma das mais importantes de todo o sistema teosófico, embora seja a menos conhecida e, de todas, a menos frequentemente referida. Os investigadores ocidentais vêm suspeitando há alguns séculos que os eventos ocorrem em ciclos, e uns poucos escritores europeus têm lidado com o assunto, mas todos de modo muito incompleto. Essa visão fragmentária e essa falta de conhecimento preciso se devem à descrença nas coisas espirituais e ao desejo de examinar tudo a partir da ciência materialista. Não pretendo expor a lei dos ciclos inteira, pois ela não é dada em detalhes pelos Mestres de Sabedoria. Mas já foi divulgado o suficiente, e muitas coisas conhecidas durante longo tempo pelos Antigos se somam  para aumentar consideravelmente o nosso conhecimento.

Um ciclo é um círculo ou uma volta, como a derivação da palavra indica. As palavras correspondentes em sânscrito são Yuga, Kalpa e Manvântara, mas, destas, yuga é a que mais se aproxima de “ciclo”, pois, como conceito,  tem  duração menor do que os outros termos. O começo de um ciclo deve ser um momento que, adicionado a outros, completa um dia. Dias somados constituem meses, anos, décadas e séculos. O Ocidente raramente vai além disso. Ele reconhece o ciclo da lua e o grande ciclo sideral, mas olha para ambos e para os outros ciclos como meros períodos de tempo. Se formos considerá-los apenas como duração de tempo, eles não têm interesse, exceto para o estudo matemático ou para a astronomia. E é assim que os ciclos são considerados hoje pelos pensadores europeus e norte-americanos. Para eles, os ciclos existem mas não têm nenhuma grande influência sobre a vida humana, e seguramente não exercem influência alguma sobre a real repetição de acontecimentos, ou sobre o reaparecimento, no palco da vida, de pessoas que já viveram no mundo.

A teoria teosófica é claramente outra, como tem que ser, já que ela inclui a doutrina da reencarnação, que já recebeu uma boa dose de atenção nos capítulos anteriores. Os ciclos não só são considerados fatos concretos em relação ao tempo. Eles e outros períodos têm uma grande influência sobre a vida humana e a evolução do globo, incluindo todas as formas de vida nele existentes. Começando com o momento e prosseguindo ao longo de um dia, essa teoria transforma o ciclo em  um círculo abrangente, que inclui tudo o que está dentro dos seus limites. O momento é a base. A questão a ser examinada em relação ao grande ciclo é a seguinte: quando ocorreu o primeiro momento? Isso não pode ser respondido, mas pode-se dizer que a verdade sustentada pelos antigos teosofistas é que, nos primeiros momentos da solidificação desse globo, a massa de matéria envolvida no processo atingiu um certo padrão definido de vibração,  que se manterá através de todas as variações em qualquer parte dele, até que chegue a hora da dissolução. [2]  São esses padrões de vibração que determinam os diferentes ciclos, e, ao contrário das ideias da ciência ocidental, a doutrina afirma que o sistema solar e o globo em que estamos chegarão ao fim quando a força por trás de toda a massa de matéria visível e invisível tiver alcançado o seu limite de duração sob a lei cíclica. Neste ponto a nossa doutrina é outra vez diferente tanto da visão religiosa como da visão científica. [3]  

Não admitimos que o final da força seja devido à retirada por algum Deus da sua proteção, nem à súbita colocação em movimento por algum Deus de qualquer outra força contrária ao globo. Nós dizemos que a força que trabalha e determina o grande ciclo é a força do próprio homem, visto como um ser espiritual. Quando ele houver terminado de usar esse globo, ele o abandonará, e então com ele partirá a força que mantém tudo junto. A consequência será a dissolução por fogo, água ou o que seja, mas esses fenômenos são apenas efeitos e não causas. As especulações científicas convencionais nessa área afirmam que a terra poderá “cair” no sol, ou que um cometa de peso poderá destruir o globo, ou que poderemos colidir com um planeta maior, conhecido ou não. Do ponto de  vista da etapa em que estamos, estas especulações não fazem sentido.

A reencarnação é a grande lei da vida e do progresso, e está entrelaçada com a lei dos ciclos e a lei do carma. As três leis trabalham juntas, e na prática é quase impossível dissociar a reencarnação da lei dos ciclos. Indivíduos e nações retornam à terra em correntes definidas, e em períodos regularmente repetidos, e assim ressurgem no globo as artes, a civilização e os mesmos indivíduos que um dia estiveram trabalhando nele. Como as nações e os povos estão conectados por fortes fios invisíveis, grandes grupos de seres humanos, movendo-se devagar mas certamente juntos, reúnem-se em épocas diferentes, e sempre emergem novamente, em uma nova etnia e uma nova civilização, à medida que os ciclos percorrem as suas rondas. Dessa forma, as almas que formaram as mais antigas civilizações retornarão e trarão com elas a civilização anterior, em ideia e essência. Isso, somado ao que outros indivíduos fizeram pelo desenvolvimento da raça humana em matéria de caráter e de conhecimento, produzirá um estado novo e mais elevado de civilização. Esse desenvolvimento melhor não se deverá a livros, registros, artes ou mecânica, porque todos estes elementos são periodicamente destruídos, pelo menos do ponto de vista das evidências físicas.[4]  Mas como a alma sempre retém em Manas o conhecimento que obteve em algum momento, e como ela sempre busca e força um desenvolvimento mais completo dos princípios  e dos poderes superiores, a essência do progresso feito permanece, e reaparecerá de modo tão seguro quanto o renascimento do sol.  Ao longo desse caminho estão os pontos em que os ciclos grandes e pequenos de Avatares trazem, para o benefício do ser humano, os grandes personagens que moldam a raça de tempos em tempos.

O Ciclo dos Avatares inclui vários ciclos menores. Os maiores são os marcados pelo aparecimento de Rama e Krishna entre os hindus, de Menes entre os egípcios, de Zoroastro entre os persas, e de Buddha entre os hindus e outras nações orientais. Buddha é o último dos grandes Avatares, e está em um ciclo maior do que Jesus dos judeus, pois os ensinamentos deste são os mesmos que os de Buddha, e estão coloridos pelo que Buddha ensinou àqueles que instruíram Jesus. Outro grande Avatar, correspondendo a uma combinação das linhas de Krishna e de Buddha, ainda está por vir. Krishna e Rama foram da ordem militar, civil, religiosa e oculta; Buddha da ética, religiosa e mística, e nisso foi seguido por Jesus. Maomé foi um intermediário menor para uma certa parte da raça, e foi um líder civil, militar e religioso. Nesses ciclos podemos incluir personagens mistos que tiveram influência sobre as nações, como o rei Artur, Faraó, Moisés, Carlos Magno reencarnado como Napoleão Bonaparte, Clóvis da França renascido como imperador Frederico III da Alemanha e George Washington, o primeiro presidente dos Estados Unidos da América do Norte, onde a raiz da nova raça está sendo formada.

Na intercessão de grandes ciclos, ocorrem efeitos dinâmicos que alteram a superfície do planeta, devido à mudança dos polos do globo ou a alguma outra convulsão. Esta não é uma teoria geralmente aceita, mas nós sustentamos que é verdadeira. O ser humano é um grande dínamo, produzindo, armazenando e irradiando energia, e quando grandes grupos de seres que compõem uma raça humana produzem e distribuem energia, há um efeito dinâmico resultante na matéria do globo, que será poderoso o suficiente para ser nítido e cataclísmico. O fato de que isto tem causado vastas e terríveis perturbações nos estratos do planeta é admitido por toda parte e está comprovado. As perturbações ocorrem através de terremotos e formação de gelo, no tocante à geologia; mas, com respeito às formas animais, a lei cíclica afirma que certas formas animais agora extintas, e também algumas formas humanas, ainda não conhecidas mas suspeitadas, retornarão novamente em seu próprio ciclo; e certas línguas humanas, agora consideradas mortas, estarão em uso outra vez na sua devida hora cíclica.

“O ciclo Metônico é o da Lua. É um período de dezenove anos. Quando ele se completa, a lua nova e a cheia retornam aos mesmos dias do mês.”

“O ciclo do sol é um período de vinte e oito anos. Quando ele se completa, o domingo retorna ao seu lugar prévio e prossegue na ordem anterior, de acordo com o calendário Juliano.”

O grande ano sideral indica o tempo que os pontos equinociais levam para fazer, em sua precessão, uma revolução completa nos céus. É composto de quase 25.868 anos. Afirma-se que o último ano sideral terminou cerca de 9.868 anos atrás [5], época na qual deve ter acontecido na terra uma violenta convulsão, ou uma série delas, assim como o deslocamento geográfico de nações. O encerramento desse grande período coloca a terra em novos locais do cosmos, não com respeito à sua própria órbita, mas em razão do verdadeiro progresso do sol em uma órbita própria, que não pode ser medida por nenhum observador atual [6], mas que é suspeitada por alguns e está localizada em uma das constelações.

O homem é especialmente influenciado pelos ciclos espirituais, psíquicos, e morais; e a partir desses ciclos brotam os ciclos nacionais e individuais.  Os ciclos nacionais e raciais são históricos. Os ciclos individuais são os de reencarnação, de sensação e de outros registros cármicos. A duração do ciclo individual de reencarnação para a massa geral dos seres humanos é de mil e quinhentos anos [7], e isso por sua vez nos fornece um grande ciclo histórico intimamente ligado ao progresso da civilização. Pois à medida que grande quantidade de indivíduos retorna do devachan, pode-se concluir que as épocas romana, grega, e a antiga época ariana, entre outras, serão vistas de novo e que elas  podem ser em grande parte rastreadas. Mas o ser humano também é afetado pelos ciclos astronômicos, porque ele é uma parte do todo, e esses ciclos marcam os períodos em que a humanidade, em conjunto, irá sofrer uma mudança. Nos livros sagrados de todas as nações, estes ciclos são frequentemente mencionados. Eles estão na Bíblia dos cristãos, como, por exemplo, na história de Jonas no ventre da baleia. A narrativa parece absurda quando é lida como história, mas não tanto, quando é vista como um ciclo astronômico. “Jonas” está nas constelações, e quando aquele ponto astronômico que representa o homem alcança o ponto no Zodíaco que está diretamente oposto ao ventre de Cetus, a Baleia, no outro lado do círculo − o que é conhecido como processo de oposição − então diz-se que Jonas está no centro do peixe. Ele é “expelido”  quando se completa o período, quando aquele ponto-homem tiver passado adiante, no Zodíaco, colocando-se fora da oposição com a Baleia. Similarmente, à medida que o mesmo ponto se move através do Zodíaco, ele é trazido à oposição com diferentes constelações que passam a estar exatamente opostas a ele, um século após o outro, à medida que ele se move adiante. Durante esses progressos, há mudanças nos homens e na terra, representadas exatamente pelas constelações,  quando estas são vistas de acordo com as regras corretas da simbologia.

Não se afirma que a conjunção provoque o efeito, mas,  eras atrás, os Mestres de Sabedoria calcularam todos os problemas em relação ao ser humano e encontraram nos céus os meios para saber as datas exatas em que os eventos com certeza recorrerão, e então, ao imprimir nas mentes de antigas nações a simbologia do Zodíaco, possibilitaram a preservação do registro e da profecia. Assim, da mesma maneira que um relojoeiro pode nos dizer a hora pela movimentação dos ponteiros ao longo de certos pontos fixos, os Sábios podem conhecer o momento dos eventos através do relógio zodiacal. Não se acredita nisso hoje, é claro. Mas isso será bem compreendido nos séculos futuros, e como todas as nações da terra possuem em geral símbolos similares para o zodíaco, e como também os registros de raças há muito extintas possuem o mesmo, não é provável que o espírito de vandalismo do século 19 seja capaz de apagar essa valiosa herança de nossa evolução. No Egito, o zodíaco de Dendera [8] conta uma lenda igual àquela nos foi deixada pela antiga civilização do continente americano. As lendas vêm da mesma fonte. Elas são o trabalho dos Sábios que surgem no começo de cada grande ciclo humano e dão à humanidade − quando ela começa sua difícil trajetória pela estrada do desenvolvimento −  grandes símbolos e ideias de caráter astronômico que irão durar por todos os ciclos menores. 

A respeito dos cataclismos gerais que ocorrem no início e no fim dos grandes ciclos, as principais leis que governam os efeitos são a do Carma e a da Recorporificação ou Reencarnação, que se cumprem  de acordo com a regra cíclica. Não só o ser humano é regido por essas leis. Cada átomo de matéria também é regido por elas, e a totalidade da matéria física está constantemente sofrendo mudanças, ao mesmo tempo que o ser humano. A matéria física deve, portanto, exibir alterações correspondentes àquelas pelas quais o homem pensante está passando. No plano físico, os efeitos são trazidos pelos fluidos elétricos e outros, que agem com os gases nos sólidos do globo. Na virada de um grande ciclo, eles alcançam o que poderia ser chamado de “ponto de explosão” e podem causar convulsões violentas dos seguintes tipos: (a) Terremotos, (b) Inundações, (c) Incêndios, (d) Gelo.

De acordo com essa filosofia, os terremotos podem ser produzidos por duas causas gerais. A primeira é o abaixamento ou elevação da matéria situada sob a crosta terrestre, devido a calor e vapor. A segunda é dada pelas mudanças elétricas ou magnéticas que afetam a água e a terra ao mesmo tempo. Estas últimas têm o poder de tornar a terra instantaneamente fluída, sem liquefazê-la, causando assim deslocamentos imensos e violentos, em ondas grandes ou pequenas. Esse efeito é visto agora em áreas de terremotos, nas quais causas elétricas similares estão em ação em escala menor.

As inundações de grande extensão são causadas por deslocamento de água devido ao abaixamento ou elevação de terras, e por estas alterações combinadas com a mudança elétrica que induz uma copiosa descarga de umidade. Esta última não é o mero esvaziamento de uma nuvem, mas uma súbita transformação em água de vastas massas de fluidos e sólidos.  

Os incêndios em escala planetária surgem de mudanças elétricas e magnéticas na atmosfera, pelas quais a umidade é retirada do ar e este é transformado em uma massa ardente; e, em segundo lugar, pela súbita expansão do centro magnético solar em sete centros, assim queimando o globo.

Os cataclismos pelo gelo não vêm apenas da súbita alteração dos pólos, mas também  do abaixamento da temperatura devido às alterações das correntes mornas no mar e das correntes quentes magnéticas dentro da terra. As  primeiras são conhecidas da ciência, e as últimas, não. O estrato mais inferior da umidade é subitamente congelado,  e vastas áreas de terra são cobertas da noite para o dia com vários metros de gelo. Isso pode facilmente acontecer com as ilhas britânicas, se as correntes mais quentes do oceano forem desviadas do seu litoral. [9]

Tanto os egípcios como os gregos tinham os seus ciclos, mas, em nossa opinião, eles os obtiveram dos sábios indianos. Os chineses sempre foram uma nação de astrônomos, e têm registradas observações que retroagem até bem antes da era cristã, mas como elas pertencem a uma raça antiga, condenada à extinção −  por estranha que essa afirmação possa parecer – suas conclusões não serão corretas para as nações arianas.[10]

Com a chegada da era cristã, um pesado manto de escuridão caiu sobre as mentes dos seres humanos no Ocidente, e a Índia ficou por muitos séculos isolada de modo a preservar essas suas grandes ideias durante a noite mental da Europa.  Esse isolamento foi produzido deliberadamente como uma precaução necessária tomada pela Loja sobre a qual falei no capítulo I, porque seus adeptos, sabendo perfeitamente das leis cíclicas, desejaram preservar a filosofia para as futuras gerações. Como seria meramente pedante e especulativo discutir os desconhecidos Saros e Naros, e outros ciclos dos egípcios, exporei os ciclos bramânicos, já que eles conferem quase exatamente com os períodos corretos.

Um período da manifestação universal é chamado Brahmanda, que é uma vida completa de Brahma. A vida de Brahma é formada por seus dias e anos, os quais, sendo cósmicos, têm cada um uma duração imensa. O dia de Brahma tem as suas próprias 24 horas. O seu ano tem pouco mais do que 360 dias, e o número dos anos da sua vida é 100.

Agora consideremos esse globo – uma vez que não estamos envolvidos com nenhum outro. O seu governo e sua evolução acontecem sob um Manu, ou Homem, e disso vem o termo Manvantara, ou “entre dois Manus”. [11]

O curso da evolução está dividido em quatro Yugas para cada raça, segundo seu próprio tempo e sua maneira. Essas Yugas não afetam toda a humanidade ao mesmo tempo, pois algumas raças estão em uma das Yugas enquanto outras estão em um ciclo diferente. Os nativos norte-americanos, por exemplo, estão no fim da sua idade da pedra [12], enquanto os arianos estão em um estado bem diferente.

Essas quatro Yugas são: Krita, ou Satya, a de ouro; Treta; Dvapara; e Kali ou a negra. A era atual para o ocidente e a Índia é a Kali Yuga, especialmente com respeito ao desenvolvimento moral e espiritual. A primeira dessas é lenta em comparação com o resto e a atual – Kali – é muito rápida. O  seu movimento é acelerado precisamente por determinados períodos astronômicos conhecidos hoje a respeito da lua, mas não totalmente calculados.


                                   TABELA

                                                                                                       ANOS MORTAIS
360 (um pouco mais) dias mortais perfazem.............................................................1
Krita Yuga ….........tem ….......................................................... ................1.728.000
Treta Yuga.............. tem .................................................................. .......... 1.296.000
Dvapara Yuga ….... tem ................................................................................864.000
Kali Yuga …............tem ….............................................................................432.000
Maha Yuga, ou as quatro eras precedentes, tem …......................................4.320.000
71 Maha Yugas formam o período de um Manu, ou  ….............. ...........306.720.000
14 Manus correspondem a ....................................................................4.294.080.000
Adicionando os alvoreceres ou crepúsculos entre cada Manu …...............25.920.000
Estes reinados e alvoreceres perfazem 1000 Maha Yugas,
          um Kalpa ou Dia de Brahma …................................................4.320.000.000
A Noite de Brahma equivale em extensão a seu Dia, e
             Dia e Noite juntos perfazem ….................................................8.640.000.000
360 desses Dias formam um Ano de Brahma ….............................3.110.400.000.000
100 desses Anos perfazem a Vida de Brahma.............................311.040.000.000.000


Os primeiros 5000 anos do Kali Yuga terminam entre os anos de 1897 e 1898. Essa yuga começou cerca de 3102 anos antes da era cristã, quando ocorreu a morte de Krishna. Como 1897-98 não está muito longe, o homem de ciência de hoje terá a oportunidade de ver se o fechamento do ciclo de cinco mil anos será precedido ou seguido por quaisquer convulsões ou grandes mudanças políticas, científicas ou físicas, ou todas elas combinadas. [13]  

As mudanças cíclicas estão se processando agora, à medida que, ano após ano,  almas que viveram em civilizações anteriores estão encarnando nesse tempo, quando a liberdade de pensamento e ação não está tão restrita no Ocidente como foi no passado devido ao fanatismo e ao preconceito religioso e dogmático.

Estamos no momento presente em um ciclo de transição, e, como seria de prever,  tudo está mudando, na filosofia, na religião e na sociedade. Em um período de transição, as regras e os cálculos completos e inteiros não são divulgados para quem coloca o dinheiro acima de todas coisas e menospreza a visão espiritual do homem e da natureza.

NOTAS:

[1] “The Ocean of Theosophy”, William Q. Judge, Theosophy Company, Los Angeles, 1987, 172 pp.

[2] “A massa de matéria envolvida no processo atingiu um certo e definido padrão de vibração, que se manterá através de todas as variações em qualquer parte dele, até que a hora da dissolução aconteça”. A ideia contida nesta frase de W. Judge tem um óbvio paralelo com a atual concepção da teoria astrofísica do Big-Bang. A teoria do Big-Bang afirma que durante uma fração quase incalculavelmente pequena de tempo, uma “explosão silenciosa” de energia, ocorrida em uma dimensão quase incalculavelmente pequena de espaço, estabeleceu a frequência vibratória e o equilíbrio entre expansão e retração que regem até hoje e regerão no futuro a evolução do universo. (Nota do editor brasileiro)

[3] O leitor deve levar em conta que esta obra foi publicada na década de 1890. Desde então, as ciências exatas tiveram tempo de aproximar-se bastante da ciência esotérica e da filosofia teosófica, confirmando com seus próprios métodos muitas das afirmativas feitas por H. P. Blavatsky e seu colaborador William Q. Judge no século 19. (N. ed. bras.)

[4] William Judge se refere aqui apenas às evidências físicas disponíveis ao público. Os Iniciados preservam a memória histórica e cultural de todos os períodos da evolução, em seus registros e em suas bibliotecas esotéricas, conforme explica H.P. Blavatsky nas páginas iniciais de “A Doutrina Secreta”.  A filosofia esotérica revela algumas das informações que estão preservadas em tais arquivos. (N. ed. bras.).

[5] “9868 anos atrás”; contando, naturalmente, a partir do ano em que este livro foi publicado pela primeira vez, o que ocorreu em 1893. (N. ed. bras.)

[6] Exceto os altos iniciados, que conhecem com ampla precisão tudo o que diz respeito à evolução humana. (N. ed. bras.)

[7] “1500 anos”. Na verdade, o intervalo médio entre duas vidas varia flexivelmente em uma faixa muito mais ampla, de um mil a quatro mil anos, e mesmo esta faixa inclui muitas exceções. Um Mahatma dos Himalaias escreveu: “... Como a mônada não tem corpo Cármico para orientar o seu renascimento, cai na não-existência durante um certo período e depois reencarna - certamente não antes de mil ou dois mil anos.” (“Cartas dos Mahatmas”, Ed. Teosófica, Brasília, vol. II, p. 148, pergunta 26, e resposta única às perguntas 25 e 26.) Em outro texto, falando dos casos normais, em que há Devachan, o Mestre esclarece: “Sem dúvida, o Ego real é inerente aos princípios superiores que reencarnam periodicamente a cada mil, dois mil, três mil ou mais anos.” (“Cartas dos Mahatmas”, volume II, Carta 85B, p. 40.) Na Carta 62, o Mestre explica mais uma vez que “os intervalos entre os renascimentos são incomensuravelmente grandes” (volume I, página 256). O início da resposta número nove da Carta 68 das Cartas dos Mahatmas deixa, também, muito claro: o intervalo entre duas vidas é normalmente não só de anos e décadas, mas “séculos e milênios, frequentemente multiplicados por alguma coisa mais”. E o Mestre acrescenta: “os prazos de existência encarnada de um homem correspondem a apenas uma pequena proporção dos seus períodos de existência internatal” (volume I, p. 305.). H. P. B. também aborda a questão. Ela menciona que o intervalo varia, e é de “cerca de 3.000 anos, às vezes mais, às vezes menos.” (“Transmigration of Life Atoms”, texto publicado em “Theosophical Articles”, de H.P. Blavatsky, Theosophy Co., Los Angeles, 1981, volume II, p. 249. O mesmo texto está no volume V de “Collected Writings”, TPH.) (N. ed. bras.)

[8] O Zodíaco de Dendera é mencionado diversas vezes na obra “A Doutrina Secreta”. Ali a senhora Blavatsky afirma, por exemplo, que, segundo registros deste zodíaco em antigos templos egípcios, houve alterações nos pólos terrestres em épocas muito anteriores à nossa. Tais alterações seriam ciclicamente recorrentes. Veja, na edição original, “The Secret Doctrine”, H. P. Blavatsky, Theosophy Company, Los Angeles, volume II, p. 368. (N. ed. bras.)  

[9] Esta possibilidade também é prevista − com base em dados da ciência atual - por Al Gore,  ex-vice-presidente norte-americano e ganhador do Prêmio Nobel da  Paz. (N. ed. bras.)

[10] As nações arianas são os povos que descendem da antiga civilização hindu. Não há aqui, naturalmente, qualquer menção a uma “extinção súbita” do povo chinês. A “extinção” a que se refere William Judge com relação às etnias chinesas ocorrerá em um prazo tão longo que está além de qualquer visão de futuro que se possa ter atualmente.  Além disso, de acordo com a regra geral, ela se dará pouco a pouco, ocorrendo culturalmente, por absorção e por evolução, na medida em que os mesmos eus superiores que hoje renascem no povo chinês forem reencarnando, pelo critério de afinidade, em sub-raças mais recentes. Isso, no entanto, é remoto e não tem grande interesse para o momento atual da evolução humana. (N. ed. bras.)

[11] O termo Manu significa “um homem”, isto é, um tipo ou modelo geral de ser humano que persiste durante uma  longa etapa de desenvolvimento da humanidade. (N. ed. bras.)

[12] A afirmativa se refere ao século 19, e a tribos que não tinham contato com a civilização mais avançada. De lá para cá as condições culturais dos povos indígenas se alteraram substancialmente. (N. ed.bras.)

[13] Como foi lembrado acima, a primeira edição desta obra é de 1893. Por outro lado, as alterações geológicas e a mudança de era se desenvolvem ao longo de vários séculos, no caso dos ciclos menores, de poucos milhares de anos, segundo H. P. Blavatsky explica em “A Doutrina Secreta”. A transição é muito mais demorada no caso dos grandes ciclos. (N. ed. bras.)

000

Para conhecer um diálogo documentado com a sabedoria de grandes pensadores dos últimos 2500 anos, leia o livro “Conversas na Biblioteca”, de Carlos Cardoso Aveline.


Com 28 capítulos e 170 páginas, a obra foi publicada em 2007 pela editora da Universidade de Blumenau, Edifurb.  

000