A Sabedoria Eterna
Colocada em Poucas Palavras
Helena P. Blavatsky
Helena P. Blavatsky
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Nota Editorial:
Desde a mais remota antiguidade,
estudantes da filosofia
esotérica contemplam preceitos
éticos e axiomas universais até
registrá-los em sua
própria alma, segundo a expressão usada por
Platão em “Fedro” [fólio 276]. Na
mesma tradição, em 1890 foi publicada
em Londres uma
compilação de preceitos feita por Helena P. Blavatsky.
O livro, intitulado
“Gems From the East”, apresenta um pensamento
para cada dia do ano. Hoje a obra faz parte do volume XII dos
“Collected
Writings” (Escritos
Reunidos) de H.P. Blavatsky (TPH, Adyar, pp. 425-476).
Traduzimos a seguir
uma seleção dos axiomas referentes a dois meses do ano.
(Carlos Cardoso
Aveline)
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Você não consegue construir um templo da
Verdade dando marteladas em pedras mortas.
Os alicerces de um tal templo devem surgir por
si mesmos, como cristais que emergem da vida.
H. P. B.
*Julgue a árvore pelos seus frutos, e o homem pelas suas
ações.
*A Teosofia não é a aquisição de poderes, psíquicos ou
intelectuais, embora ambos estejam a serviço dela.
*A Teosofia tampouco é a busca da felicidade, tal como os
homens normalmente entendem a palavra; porque o primeiro passo é o sacrifício,
e o segundo a renúncia.
*A vida é construída com o sacrifício do individuo em
benefício do todo. Cada célula no organismo vivo deve sacrificar-se pela
perfeição do conjunto. Quando é o contrário que ocorre, a doença e a morte
transmitem a lição.
*A Teosofia é a ciência da vida, é a arte de viver.
*A Harmonia é a lei da vida. A discórdia é a sua sombra;
e dela surge o sofrimento, que é o instrutor, o despertador da consciência.
*Através da alegria e da tristeza, da dor e do prazer, a
alma alcança um conhecimento de si mesma.
*O olhar da sabedoria é como a profundeza do oceano. Nele
não há nem contentamento nem dor. Portanto a alma do discípulo deve tornar-se
mais forte que a alegria, e maior que o sofrimento.
*Nós odiamos apenas aqueles de quem temos inveja ou medo.
*O autoconhecimento é inalcançável pelo que as pessoas
chamam de “autoanálise”. Ele não é obtido pelo raciocínio nem pelo uso do
cérebro.
*O real autoconhecimento é o despertar de consciência da
natureza divina do ser humano.
*A Vontade surge do que é divino, do deus no ser humano.
O desejo é a força motora da vida animal.
*A vontade é propriedade exclusiva do ser humano. Ela o
distingue do animal, no qual só o desejo instintivo provoca a ação.
*Obter o conhecimento de si mesmo é uma realização mais
importante do que dominar os elementos da natureza ou conhecer o futuro.
*O medo é escravo da dor, e a rebeldia, sua prisioneira.
*A espiritualidade não é o que nós entendemos pelas
palavras “virtude” e “bondade”. É a capacidade de perceber essências
espirituais, sem forma.
*O grande segredo da vida é a descoberta e o uso correto
da verdadeira essência do Ser.
*Quando o desejo se volta para o que é puramente
abstrato, quando ele perde todo traço ou tonalidade pessoal, então ele se
tornou puro.
*Os Adeptos são raros como os frutos da árvore Udumbara. [1]
*Tanto a vontade como o desejo são absolutamente criadores, formando o ser humano e as
circunstâncias que o rodeiam.
*A vontade cria inteligentemente; o Desejo cria de modo
cego e inconsciente.
*O ser humano constrói a si mesmo à imagem dos seus
desejos, a menos que crie a si mesmo através da sua vontade, que surge da luz.
*A Teosofia é o veículo do espírito que dá vida;
consequentemente, nada que é dogmático
pode ser teosófico.
*Alguns arrancam os frutos da árvore do conhecimento para
fazer uma coroa para si mesmos, ao invés de arrancá-los para alimentar-se.
*A verdade não necessita que se ponha luvas de boxe.
*Você não consegue construir um templo da Verdade dando
marteladas em pedras mortas. Os alicerces de um tal templo devem surgir por si
mesmos, como cristais que emergem da vida.
*Quando certo ponto é alcançado, a dor anula a si mesma.
*São muitos os que preferem seguir um falso líder. Poucos
são aqueles que percebem a verdade de imediato.
*Perceba que as suas verdadeiras riquezas são aquelas que
estão no templo da sua mente.
*Só é livre quem obteve o controle de si mesmo.
*É excelente impedir a ação de um homem injusto; mas se
isso for impossível, é excelente não agir em cumplicidade com ele.
*Deve haver abstenção do erro; não por medo, mas por
afinidade com o que é adequado.
*O desejo intenso por uma coisa qualquer torna a alma
cega para outros aspectos da vida.
*Há muitos que não aprenderam a argumentar racionalmente
e que, apesar disso, vivem de acordo com a razão.
*O equilíbrio é belo em tudo, mas o mesmo não pode ser
dito do excesso e da falta.
*Uma das características do intelecto divino é pensar sempre
sobre aquilo que é belo.
*Dois pedaços de madeira podem reunir-se no oceano, e
depois de encontrar-se podem separar-se de novo. Assim são os encontros dos
seres mortais.
*A juventude é como o riacho de uma montanha. A riqueza é
como o pó nos sapatos de alguém. A força da maturidade é fugidia como uma gota
d’água. A vida é semelhante à espuma.
*O dever abre as portas da bem-aventurança. Aquele que
não cumpre seu dever com uma mente firme é surpreendido pela velhice e pelo
remorso, e queimado pelo fogo da aflição.
*Para aquele que realiza ações corretas, livres de
impureza, sua casa é semelhante a um templo afastado de tudo, na floresta.
*Assim como a corrente de um rio segue adiante e não
retorna, assim também passam os dias e noites, levando consigo as vidas dos
seres humanos.
*O sábio deve pensar na sabedoria como algo permanente e
imortal. Ele deve cumprir seu dever como se a Morte o agarrasse pelos cabelos.
*O sábio não diz o que faz; mas ele não faz nada que não
possa ser dito.
*O coração do tolo está em sua língua; a língua do sábio
está em seu coração.
*Para um ser humano sábio, agir corretamente é algo tão
natural quanto respirar.
NOTA:
[1] Adeptos são sábios que transcenderam o atual reino humano. A árvore
Udumbara (fícus glomerata) floresce e
dá frutos em intervalos de muitos séculos. (CCA)
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Os
preceitos acima foram selecionados dos capítulos referentes a junho e julho, na
obra “Gems From the East”, de H. P. Blavatsky.
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