Carta de um
Sábio Oriental Mostra o
Aspecto Rigoroso
do Verdadeiro Aprendizado
Um Mahatma dos Himalaias
Um Mahatma dos Himalaias
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Nota
Editorial:
Reproduzimos de O Teosofista,
edição de novembro
de 2012, a carta 24
da primeira série
de “Cartas dos Mestres de
Sabedoria”, compiladas
por C. Jinarajadasa
(Editora
Teosófica, Brasília). O texto tem
importância por
vários motivos, três dos quais
devem ser citados
aqui. Em primeiro lugar, a
carta mostra a
franqueza e a linguagem direta
usada por sábios
autênticos. O contraste é
enorme com a
linguagem adocicada dos falsos
mestres fabricados
por Charles Leadbeater, Annie
Besant, Geoffrey
Hodson, e outros desinformados.
Em segundo lugar,
ela indica o perigo fatal
da falta de
sinceridade ao longo do caminho do
conhecimento. Vale
sempre o axioma indicado
por Helena P. Blavatsky
no artigo “Chelas e Chelas
Leigos”: “antes
de desejar, faça por merecer”. Em
terceiro lugar, a
carta mostra a situação de um
discípulo direto
que está a um passo da queda.
(Carlos Cardoso
Aveline)
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A Um Chela
Então você
realmente imaginou que - quando lhe fosse permitido considerar-se meu chela -
as negras recordações de seus erros passados estariam também ocultas de meu
conhecimento, ou que eu sabia e mesmo
assim perdoava? Você imaginou que eu
era conivente com eles? Tolo...! três vezes tolo! Foi para ajudar a salvá-lo de
seu Eu mais vil, despertar-lhe melhores aspirações; fazer com que a voz de sua
“alma” desrespeitada fosse ouvida; para dar-lhe um estímulo para fazer alguma reparação... por estes motivos, somente, seu pedido para se tornar meu
chela foi atendido. Somos os agentes da Justiça, não os lictores [1] sem
sentimentos de um deus cruel. Mesmo indigno como você tem sido, colocando fora
de modo vil seus talentos... cego como tem sido em relação aos clamores de
gratidão, virtude e equidade, ainda assim você possui as qualidades de um homem
bom - (adormecidas, na verdade, até
agora!) e de um chela útil. Mas até quando continuarão suas relações conosco -
isto depende somente de você. Você pode esforçar-se para sair do lodo, ou
deslizar de volta até profundezas de vício e miséria agora inconcebíveis para
sua imaginação... Lembre-se... de que você está diante de seu Atma, o qual é seu juiz, e que nem
sorrisos, nem falsidades, nem sofismas podem enganar. Até aqui você recebeu
apenas pequenos bilhetes de mim e - não me conhecia; agora me conhece
melhor, pois sou eu que o acuso diante de sua consciência alertada. Você não
precisa fazer promessas da boca para fora a Ele
[2] ou a mim, nem confissões pela metade. Ainda que... você derrame
oceanos de lágrimas e rasteje na poeira, isso não alterará em nada a balança da
Justiça. Se quiser recuperar o terreno perdido, faça duas coisas: promova a
mais ampla, mais completa reparação... e dedique suas energias ao bem da
humanidade... Tente preencher cada dia com pensamentos puros, palavras sábias,
ações amáveis. Não darei ordens, nem irei mesmerizar você, nem o influenciarei.
Mas sem que perceba e quando talvez você vier - como tantos outros - a
desacreditar de minha existência, estarei observando sua trajetória e
simpatizando com suas lutas. Se você sair vitorioso no final de sua provação,
serei o primeiro a dar-lhe parabéns. E, agora, há dois caminhos à sua frente, escolha! Quando tiver escolhido poderá
consultar seu oficial superior visível - H. S. Olcott, e ele será instruído por mim, através de seu
Guru, para guiar você e mandá-lo adiante...
Você aspira
a ser um missionário da Teosofia: seja um - se puder sê-lo de fato. Mas antes de sair pregando com um coração e uma vida
prática que contradizem seu discurso - bendiga
o raio que cause a sua morte, pois cada palavra irá acusá-lo no futuro. Vá
e consulte o Cel. Olcott - confesse seus erros para este bom homem - e peça seu conselho.
K. H.
NOTAS:
[1] Lictor: Oficial da antiga Roma que
acompanhava os magistrados com um molho de varas e uma machadinha para as
execuções de sentença. (Nota da edição brasileira de “Cartas dos Mestres de Sabedoria”.)
[2] Ele: No original, It: refere-se ao Atma. (Nota
da edição brasileira de “Cartas
dos Mestres de Sabedoria”)
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