Impessoalidade
na Auto-observação
Carlos Cardoso Aveline
A autoimagem correta de um buscador da verdade não é
uma imagem simples dele próprio como “um”. Se ele pensa que é apenas um, está
enganando a si mesmo.
Ele deve ter uma imagem
de si que inclui tanto uma visão da sua unidade como da sua multiplicidade. Ele
tem muitos “eus” em si. [1] Alguns destes “eus” procuram pela verdade universal, e
outros boicotam esta busca.
Uma visão realista das
suas contradições possui importância decisiva para a eficiência do estudante ao
longo do Caminho. A busca da verdade universal acelera a luta interna em sua alma:
seu combate principal é com ele mesmo.
A prática da observação
das suas próprias falhas e contradições permite ao estudante não só compreender
melhor a si próprio, mas também compreender melhor os outros. Deve levar em
conta que as pessoas ao seu redor são tão contraditórias quanto ele, quer
saibam disso ou não.
A vida do estudante de
filosofia exige um grau de impessoalidade. Ele deve concentrar sua consciência
no ponto mais nobre possível - situado no coração - e atuar a partir deste
ponto. Cabe estimular o melhor nos
outros, enquanto aprende a observar, compreender e eliminar o que haja nele
próprio capaz de boicotar seu progresso espiritual, ou o progresso espiritual de
seus companheiros.
Uma armadilha clássica consiste em pensar
excessivamente nos erros dos outros; e, na verdade, tais falhas podem ser reais ou imaginárias. O peregrino não deve esquecer que os seus colegas de
caminhada têm eus superiores, e que as almas espirituais deles devem ser
trazidas para uma atuação mais forte através da constante ajuda mútua. Para
alcançar a vitória, a boa vontade para com os outros deve ser impessoal,
incondicional, e constante.
NOTA:
[1] Veja a respeito, em nossos websites associados,
os artigos “Uma Pluralidade de Passos Integrados” e “Os Sete Princípios da
Consciência”.
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Uma versão anterior
do artigo acima foi publicada na edição de dezembro de 2014 de “O Teosofista”.
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Sobre o mistério do despertar individual
para a sabedoria do universo, leia a edição luso-brasileira de “Luz no Caminho”, de M. C.
Com tradução, prólogo e notas de Carlos
Cardoso Aveline, a obra tem sete capítulos, 85 páginas, e foi publicada em 2014
por “The Aquarian Theosophist”.
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