A Crise Institucional de 2007-2011
Abriu Espaço Para Uma Renovação Profunda
Carlos Cardoso Aveline
Todas as portas se
abrem, diante da lei do Carma
“O segredo enganoso tem dado o
golpe mortal em numerosas organizações.”
Um Mestre de Sabedoria [1]
Não há nada novo sob o Sol. A vida evolui em ciclos. Cada ação, certa ou
errada, tem resultados naturais, que só podem ser postergados por um prazo
limitado - antes de aparecerem à porta dos seus responsáveis.
Na Sociedade Teosófica de Adyar, Annie Besant obteve
poder político nos anos 1890 graças ao fato de abandonar o caminho estreito e
íngreme que leva à verdade, e que foi ensinado por Helena Blavatsky e os
Mestres de Sabedoria.[2] O bom senso
foi deixado de lado e, desde então, a lei do carma tem estado batendo na porta
da Sociedade de Adyar com intensidades variadas.
Depois de diversas crises, que incluíram farsas
messiânicas como um “retorno de Cristo” e outros eventos ainda piores, o sr. C.
Jinarajadasa inaugurou em 1934 um ciclo de 70 anos de relativa
estabilidade, que trouxe a Sociedade de Adyar até 2004. Neste ano, as batidas
na porta ficaram outra vez mais fortes.
Foi em dezembro de 2003 que o dr. John Algeo, enquanto
ainda era vice-presidente internacional de Adyar, publicou como autêntica uma
coleção de maledicências contra a sra. Helena Blavatsky. Como agravante, tentou
fazer o público acreditar que se tratava de confissões escritas por H.P.B. O
fato funcionou como um acelerador cármico para o movimento todo, porque o forte
magnetismo de H.P.B. - uma Iniciada - constitui o centro definitivo da aura do
movimento teosófico.
Em resposta a uma carta minha, a presidente da Sociedade
de Adyar admitiu em 2004 que os textos publicados pelo dr. Algeo eram
“obviamente espúrios”. A sra. Radha Burnier (1923-2013) explicou que não havia
sido consultada nem avisada sobre a sua publicação. Porém, ela absteve-se de
tomar medidas práticas contra as falsificações promovidas pelo dr. Algeo.
Como resultado disso, em 2007 John Algeo estava ainda
mais autoconfiante quando começou a sua operação para promover um “golpe de
estado eleitoral”. Essa vez, a sua meta era derrubar a sra. Radha da
presidência internacional da Sociedade. Ele foi derrotado. O fracasso, no entanto,
foi apenas parcial, porque a crise institucional criada por ele ganhou raízes e
se alastrou.
1. Os Efeitos
Destrutivos do Segredo Enganoso
A crise de poder provocada pelo dr. Algeo não chegou a
uma profundidade suficiente para que os líderes da Sociedade abram a porta para
uma visão mais inteligente da Verdade e da lei do Carma. No entanto, nenhuma
porta pode permanecer fechada diante da Lei.
A política do segredo enganoso - inspirada por uma visão
ingênua da teosofia - tem sido a tradição desde a morte de H. P. Blavatsky, em
1891. Como resultado disso, as batidas na porta - que ocorrem através de fatos
- têm crescido gradualmente de intensidade. Desde 2008, as próprias paredes da
Sociedade de Annie Besant estão estremecidas. A velha política segundo a qual a
verdade deve ser aceita apenas quando é politicamente lucrativa já não é
eficiente como meio de controlar e manter o poder político.
De acordo com alguns teosofistas de Adyar, o fato de que
Radha Burnier foi a sétima pessoa a ocupar a presidência desde a fundação da
Sociedade em 1875 conclui um ciclo setenário da casca externa e burocrática
do movimento concebido por Annie Besant. Há um vácuo espiritual oculto sob a
crise de poder. A situação desconfortável enfrentada pelos teosofistas de Adyar
(e de outras agrupações) é mais profunda do que o seu aspecto político.
2. Contribuindo
para o Processo Aeróbico
Por que motivos os websites independentes devem discutir
a crise e a luta por poder ocorridas na Sociedade de Adyar?
Em primeiro lugar, a teosofia necessita um campo probatório em que as
pessoas possam testar conscientemente o ensinamento em suas vidas e em seu
trabalho. O movimento teosófico constitui este campo magnético, e a importância
de Adyar é inegável para isso. Em todo o mundo, cerca de 80 a 90 por cento dos
indivíduos que se consideram teosofistas estão de algum modo ligados a Adyar. A
Sociedade de Adyar é decisiva para o movimento como um todo, na sua dimensão
externa e visível. A exceção corre por conta daquele núcleo pequeno, interno,
intangível, que reúne trabalhadores teosóficos cuja visão transcende toda forma
externa.
Em segundo lugar, transparência é veracidade. Um diálogo honesto e um
exame sincero das premissas e dos pontos de vista adotados são fatores importantes
para quem quiser ter uma visão minimamente clara sobre o futuro do movimento.
As correntes cármicas de ação e reação seguem padrões
similares na mente e na natureza. A decomposição anaeróbica de poluição
orgânica nas águas de um rio estagnado tem mau cheiro por causa da ausência de
oxigênio. A decomposição aeróbica de um rio com águas em movimento não provoca
mau cheiro por causa da presença significativa de oxigênio.
No plano mental, a transparência e a veracidade são o
oxigênio. A transparência permite que as pessoas vejam através das águas. Ela
torna a vida possível nos rios e também nas mentes. É por isso que o lema do
movimento teosófico afirma o fato simples e fundamental de que não há
religião (ou política) mais elevada que a verdade. A vida é imperfeita, mas
ela pode ser melhorada na medida em que houver boa-fé e abertura mental. Os
teosofistas devem ser capazes de discutir os seus problemas abertamente. Caso
contrário, serão escravos da astúcia, do engano e do jesuitismo. É um fato que
as organizações costumam tomar medidas para sua autoproteção. Seus líderes
frequentemente pensam que podem protegê-las impondo silêncio, mas a eficiência
desta tática não dura muito tempo. A vida do movimento deve ser discutida
amplamente, sobre a base de um respeito compartilhado pela verdade - e pelo
dever comum.
Em terceiro lugar, não se pode dizer que a crise de Adyar é um assunto
limitado aos seus membros. É muito tarde para pensar deste modo. Quaisquer
muros que pareçam existir entre esta ou aquela associação são ilusórios. Sob as
aparências de divisão institucional, o movimento é um só. Os líderes teosóficos
devem ser capazes de vencer o medo político. A lógica das organizações não é a
lógica da verdade, e é necessário fazer uma opção entre a vida interna do
movimento e a sua casca externa.
3. Uma Crise de
Luta Pelo Poder
Às vésperas do Congresso Mundial da Sociedade de Adyar em
Roma, em julho de 2010, a sra. Betty Bland, seguidora de John Algeo e na época presidente
da Sociedade nos Estados Unidos, organizou um encontro informal com alguns
membros do Conselho Geral, isto é, a assembleia de secretários gerais ou
presidentes em cada país.
A sra. Bland discutiu a situação com os líderes de Adyar
na França, na Alemanha, na Suécia, na África do Sul, na Finlândia e em
Portugal. O grupo decidiu questionar oficialmente a validade da eleição da sra.
Linda Oliveira para a vice-presidência internacional, que ocorreu em 29 de
outubro de 2008.
Pouco depois do Congresso de Roma, a sra. Betty Bland
escreveu o seguinte na revista “Quest”, da ST de Adyar nos Estados Unidos:
“Enquanto eu estava lá [em Roma] tive a
oportunidade de me reunir com a nossa presidente internacional da S.T., Radha
Burnier. Embora frágil, ela manteve uma atitude surpreendentemente forte. Nossa
conversa foi cordial, mas aparentemente ela foi influenciada por acusações
maléficas que têm circulado pela Internet contra a seção norte-americana e
especialmente contra mim. Seja como for, tivemos um bom diálogo e nos separamos
em paz.” [3]
Uma pessoa experiente, que convive há muito com a cúpula
política internacional de Adyar, fez um resumo da situação.
Com a condição de permanecer no anonimato, para evitar
uma vingança política, foi-nos dito o seguinte em 2010:
“A conspiração contra a sra. Radha Burnier começou em
2007, envolvendo vários diretores internacionais da Sociedade e secretários
gerais de vários países. Numa tentativa de tomar a presidência internacional,
eles disseminaram falsas afirmações sobre a saúde da Presidente. Eles fracassaram,
porque suas mentiras logo foram reconhecidas como tais. Mas não pararam de
conspirar. Betty Bland e os seus apoiadores estão buscando agora novas metas.”
A mesma pessoa acrescenta:
“Aqueles que espalharam falsos rumores sobre a saúde da
sra. Radha destruíram, moralmente, a sua condição de teosofistas. Os e-mails
que eles mandaram para centenas de membros em todo o mundo eram parte de uma
tentativa de destruir a própria substância da fraternidade dentro da ST.”
Enquanto isso, a oposição política, liderada pelos
secretários gerais dos sete países indicados acima, preparava um candidato para
a vice-presidência e, no futuro, para a presidência. O pré-candidato era o sr.
C.V. K. Maithreya, pertencente a uma tradicional família de teosofistas na
Índia e vinculado com a Ordem Teosófica de Serviço (O.T.S.).
A sra. Betty Bland, a sra. Kim Dieu (presidente da
Federação Europeia), e a sra. Susan Kachula (presidente da ST na África do Sul)
estavam entre os líderes mais ativos da oposição entre 2008 e 2010.
4. O Desafio de
2007-2011
Em 2011, a força da oposição já não era suficiente para
obter quaisquer vitórias de curto prazo. Seus líderes provavelmente desejavam fortalecer
suas posições com vistas ao futuro. É bem conhecido o fato de que, para muitos
líderes de Adyar, os seus rituais maçônicos são muito mais “ocultos” que a
Sociedade.
Não se passaram muitos anos desde que John Algeo e alguns
dos seus apoiadores mais próximos provocaram a primeira dissidência por
disputas de poder na “maçonaria teosófica” desde os tempos de Annie Besant. O
dr. Algeo teve a bênção da sra. Radha para cumprir um papel central naquele
“racha”, um processo - conforme se pode deduzir - que inegavelmente abriu uma
fenda na aura magnética da Sociedade de Besant.
O ritualismo envolve grande quantidade de elementais, a
maior parte dos quais é nociva à verdadeira teosofia na atual etapa da evolução
humana, segundo H. P. Blavatsky advertiu. A divisão da aura maçônica na
Sociedade de Annie Besant teve necessariamente consequências envolvendo
elementais, talvez elementários. Agora, as mesmas pessoas responsáveis pela
dissidência ritualística pareciam estar pensando em provocar a divisão em dois
do “corpo externo” da Sociedade de Adyar. Há uma ligação cármica, portanto,
entre a divisão da Ordem Maçônica “Le Droit Humain”, realizada anos antes, e o processo
de crise institucional entre 2007 e 2011.
Qual é, então, podemos perguntar, a verdadeira
profundidade da crise?
A autoridade quase papal que todos os presidentes
internacionais tiveram desde Annie Besant foi definitivamente destruída. No seu
aspecto de organização que funciona autoritariamente, a Sociedade de Adyar está
passando desde 2007 por uma implosão silenciosa, e ela acelerou-se após
a morte de Radha Burnier em dezembro de 2013.
O fato de que a implosão ocorre lenta e gradualmente não
é suficiente para que ela possa ser evitada. A causa central do processo está
no fato de que as ilusões que estão na base da sua estrutura ritualista de
poder “teosófico” ultrapassaram o seu prazo de validade e são claramente
insustentáveis.
De 2014 em diante, a boa lei do carma convida os líderes
da Sociedade de Adyar a abrirem os seus olhos e enxergarem além de qualquer
luta de curto prazo pelo poder. Eles dispõem de tempo suficiente para olhar mais
longe. Eles precisarão de uma certa coragem para aceitar os fatos, aprender com
os erros e dar passos que levem a um diálogo aberto e a uma teosofia autêntica,
que é a teosofia original. Caso contrário a paralisia espiritual e ética
prosseguirá.
5. Cenários
Futuros Para a Sociedade de Adyar
Em 1980, quando a sra. Radha assumiu a presidência, já
era fácil ver que o ritualismo não tinha futuro. Desde então, ela tentou
renovar a Sociedade de Adyar promovendo os ensinamentos de Jiddu Krishnamurti.
No início, a situação pareceu evoluir favoravelmente. Os problemas começaram
pela metade dos anos 1990. O real obstáculo, porém, era o esquema conceitual
adulterado por Annie Besant e sua equipe. O problema central era, e continua
sendo, o falso sistema de referências.
Krishnamurti tentou libertar-se do ritualismo e da pseudoteosofia,
mas o fez abandonando a teosofia como um todo. Falando de uma indefinida “terra
sem caminhos”, ele rejeitou os principais conceitos teosóficos, inclusive as
ideias de lei do carma, reencarnação, adeptado, discipulado, paramitas,
tradição esotérica, e até mesmo ética. Os seus seguidores foram levados a um
beco sem saída. A Sociedade de Adyar não está longe do mesmo beco.
É importante deixar claro que a sra. Radha foi uma pessoa
honesta. Ela era uma teosofista devotada e uma pensadora profunda que mereceu
um grande respeito por parte de todos, embora nem sempre o tenha tido.
Ela fez o melhor que podia em todas as situações, e agiu
bem em muitos aspectos. Ela tinha uma fina intuição e possuía um coração puro e
nobre. Ela tentou fazer uma síntese entre Krishnamurti e a teosofia. No
entanto, as armadilhas criadas por Maya [4] são tremendamente complexas durante o ciclo atual da evolução.
A sra. Radha não soube ir além da estrutura “papal” de Adyar. Ao adotar
Krishnamurti como sua referência central, ela estava de fato renunciando
inconscientemente à Teosofia, em grande parte. Deste modo, enfraquecia ainda
mais a sua ligação com o centro da aura magnética do movimento.
Está claro, a esta altura, que a tese segundo a qual “Krishnamurti
é o avatar, afinal de contas” não faz sentido. Adotar Krishnamurti como
referência central foi uma tentativa tímida de ver-se livre do período de
Besant. Não funcionou. Qual é a saída? Já cresce o número daqueles que percebem
um fato básico: o único futuro saudável que está disponível para a Sociedade
de Adyar depende de ela voltar para a verdadeira Teosofia.
No entanto, não é suficiente abandonar os livros escritos
por A. Besant e autores semelhantes. É necessário também libertar-se das
estruturas de poder criadas pelos falsos clarividentes do período 1900-1934.
Tais estruturas são baseadas em rituais “maçônicos”, “católicos” e
“esotéricos”, e em dogmatismo supersticioso. O seu conjunto forma uma espécie
de “papado esotérico”, um processo autoritário denunciado por antecipação na
Carta de 1900. [5] O pensamento de
Krishnamurti não é uma solução teosófica para o problema.
O bom senso aponta para a alternativa: não há necessidade
de esperar mais um século, antes de voltar às linhas originais estabelecidas
por H. P. Blavatsky e seus Mestres. É necessário, no entanto, compreender o
verdadeiro significado da expressão “voltar para Blavatsky”.
“Voltar para Blavatsky” não é a mesma coisa que viajar no
tempo e voltar para o século 19.
Não é um esforço para memorizar cada palavra escrita por
H.P.B. Não é repetir sempre as mesmas citações dos livros dela. Voltar para
Blavatsky na verdade é ir para a frente. É enxergar o futuro e resgatar a
Teosofia como um fator vivo na vida diária do movimento teosófico. Isso inclui
a tarefa de desafiar ativa e criativamente as diferentes formas de ignorância
organizada, onde quer que elas estejam.
O dharma e a vocação do movimento incluem o dever de
discutir os erros da ciência exata, da religião, da psicologia, da sociologia e
da filosofia. O movimento deve ensinar o princípio da fraternidade universal.
Deve não só torná-lo compreensível para milhões de pessoas ao redor do mundo,
mas também convidar cada indivíduo a viver à altura deste ideal, que é o
próximo passo histórico e evolutivo da humanidade atual.
Naturalmente, a dimensão interna do movimento não pode
ser ignorada. A real vitalidade da ação teosófica depende daqueles poucos cujo único objetivo na
vida é trabalhar pelo bem da humanidade, e que esquecem, portanto, dos seus eus
inferiores. H.P.B. e os Mestres nunca negaram a existência desta condição para
o êxito individual e coletivo.
O movimento tem, pois, vários níveis de consciência. Para
que haja uma vida interna correta, ele necessita um certo número de indivíduos
que sejam sinceros aspirantes ao discipulado. Se quiserem alcançar esta
condição, aqueles que ainda estiverem na Sociedade de Adyar devem ter-se
libertado por completo do lixo formado pelas ilusões acumuladas sob a liderança
de Annie Besant. Esta substância astral e mental é altamente tóxica, e deve ser
removida com cuidado. O magnetismo dos dejetos tem efeitos negativos que vêm se
tornando outra vez mais visíveis. Toda a atmosfera baseada nas falsidades
“clarividentes” do período 1900-1934 deve ser eliminada pelas suas causas.
Está basicamente encerrada a fase besantiana-ritualista
na aura do movimento de Adyar. A situação abre espaço para uma nova
primavera da verdadeira teosofia. O vazio de lideranças criado pela morte da
sra. Radha em outubro de 2013 acentua a necessidade da renovação no rumo da
teosofia original.
No entanto, os odres velhos do dogmatismo não poderão
conter o vinho novo da filosofia esotérica autêntica. Há uma passagem do Novo
Testamento que mostra a diferença entre forma e conteúdo, e demonstra a
necessidade de um instrumento sempre renovado a serviço da Sabedoria sagrada:
“Ninguém coloca remendo de pano novo em roupa velha,
porque um tal remendo rompe a roupa, e a parte rasgada torna-se maior. Nem se
coloca vinho novo em odres velhos, porque neste caso se rompem os odres e o
vinho se derrama, e os odres se estragam; mas o vinho novo é colocado em odres
novos, e assim ele se conserva.” (Mateus, 9: 16-17)
A maçonaria “teosófica”, o krishnamurtianismo e a versão
pseudoteosófica da Igreja Católica são todos odres velhos da fase besantiana.
Outro odre velho é a visão papista do movimento teosófico. Por sua vez, a
filosofia ensinada por Helena P. Blavatsky é hoje tão válida - e tão inovadora
- quanto era em 1891.
O peso da responsabilidade pelo futuro do movimento
teosófico pertence aos milhares de estudantes anônimos que fazem um esforço
diário em todo o mundo para expandir individualmente antahkarana - a
ponte para o eu superior. Esta expansão é impossível dentro da estrutura
conceitual ainda adotada pelos líderes formais de Adyar.
6. A Proposta da
Loja Independente
Entre 1875 e 1891, foi criada a base magnética do
movimento teosófico de modo que ela pudesse ser basicamente sensível ao impulso
original.
Cada vez que o movimento teosófico é desorientado por
ilusões, é necessário algum tempo para que tais erros destruam a si mesmos,
antes que seja aberto espaço novamente para o seu Dharma e a sua Vocação
essenciais. Isso acontece através de processos cármicos naturais.
A visão não-burocrática e não-autoritária do movimento,
tal como está proposta por exemplo nos textos da Loja Independente de
Teosofistas, faz parte dos ensinamentos originais das Cartas dos Mestres e dos
escritos de Helena Blavatsky. A proposta transcendente pertence ao movimento
como um todo e constitui uma chave para o futuro. O programa de ação original
do movimento não foi definido por
H. P. Blavatsky, mas através
dela, por Aqueles Que Sabem. Esse programa de ação, baseado na verdade e na
sinceridade, foi feito para durar e pode ser resgatado por todos os setores do
esforço teosófico.
NOTAS:
[1] Esta
frase faz parte do texto completo da Carta de 1900, que jamais foi publicado
pela Sociedade de Adyar, embora sua autenticidade seja informalmente admitida.
O texto está publicado em português em nossos websites associados sob o título
“A Carta de 1900, na Íntegra”, e tendo como nome de autor “Um Mestre de
Sabedoria”. O texto completo apareceu pela primeira vez nas páginas 116 e 117
da edição de outubro de 1987 da revista “Theosophical History”, que na
época era publicada em Londres. A versão incompleta e censurada da Carta de
1900 está publicada no volume “Cartas dos Mestres de Sabedoria”, transcritas e
compiladas por C. Jinarajadasa, Editora Teosófica, Brasília, 296 pp., 1996, pp.
106-107.
[2] Annie Besant adotou
então o caminho largo e fácil dos ritualismos e da ilusão. Ela não percebeu que
a Teosofia é inseparável da Ética. Sempre que a lealdade à Verdade é
abandonada, o ensinamento se torna uma coleção de palavras vazias. Deste
momento em diante, o ensinamento pode ser adulterado à vontade, de acordo com
metas egoístas de curto prazo.
[3] Revista “Quest”, da
ST de Adyar nos Estados Unidos, edição de Outono de 2010.
[4] Maya: a ilusão
inerente ao mundo manifestado.
[5] Veja o texto completo
da Carta de 1900, segundo indicado na nota [1]
acima.
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Uma versão inicial do artigo acima foi publicada em língua inglesa, no dia
18 de outubro de 2010, em nossos websites associados. O texto foi publicado em
português no mesmo ano e atualizado em 2017. Título original: “The Future of the Adyar Society”.
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Sobre a missão de Helena Blavatsky
e do movimento teosófico, que envolve o despertar da humanidade para a lei da
fraternidade universal, veja o livro “The
Fire and Light of Theosophical Literature”, de Carlos Cardoso Aveline.
A obra tem 255 páginas e foi
publicada em outubro de 2013 por “The Aquarian Theosophist”. O volume
pode ser comprado através de Amazon Books.
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