A Sinceridade é o Bem Mais
Valioso Que Alguém Pode Ter
Carlos Cardoso Aveline

Constitui
motivo de polêmica, em filosofia ocidental clássica, a questão sobre se é
possível ou não ensinar alguém a ser ético.
Platão,
Plutarco e outros discutiram o problema. Seguramente podemos ensinar palavras,
ideias e um sistema de pensamento.
É
possível influenciar a conduta das pessoas. Cabe punir o erro de modo adequado
e proporcional. O bom exemplo e as palavras sinceras, ditas com intenção
correta e a partir de uma vivência íntegra, transmitem bons hábitos aos demais.
Tornam mais fácil na vida deles a construção por mérito próprio de uma sintonia
com a Lei Universal, que é a lei do altruísmo.
A
ética e a sabedoria superiores, porém, não ocorrem por aprendizado superficial.
Não acontecem por ouvir dizer, por imitação, por leitura ou memorização.
Precisam ser conquistadas através da ação correta independente.
A
mentira tem pernas curtas. A seu devido tempo as máscaras da falsidade caem. A
verdade prevalece. Dez bilhões de dólares valem tanto quanto um centavo, desde
o ponto de vista da alma imortal. O valor de ambos é zero. A sinceridade é o bem
mais valioso que alguém pode ter.
O
conhecimento elevado é um atributo do eu superior, assim como a postura ética. Resulta
do contato com aquilo que é eterno e essencial. Surge como resultado da
experiência acumulada ao longo das encarnações.
Para
Platão, aprender é “recordar” o que já temos em nossa alma imortal. Não é coisa
que se compre em supermercado, ou um comportamento externo que se possa copiar
como uma criança imita um adulto. Nasce na hora certa como a luz do sol,
ilumina todas as coisas e revela o caminho correto a seguir.
Isso
não torna de modo algum inúteis as tentativas educacionais de produzir ética e
bondade. Apenas indica que se deve ensinar as pessoas de todas as idades sobretudo
a aprenderem por esforço próprio a arte da ação correta, que planta o bem a ser
colhido no futuro.
Talvez
não seja possível ensinar alguém a ser honesto, porque esse aprendizado deve
ser feito por iniciativa individual. No entanto, pode-se criar as condições em
que o processo seja um pouco mais fácil e a armadilha
das ilusões egoístas seja identificada com menos dificuldade.
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Veja também o diálogo “Ménon”, de
Platão, e o ensaio “Can Virtue Be Taught?”, de Plutarco, entre outras obras. A
respeito da educação, leia o capítulo XIII de “A Chave da Teosofia”, de Helena
Blavatsky. O capítulo é intitulado “Conceitos Errôneos Sobre a Sociedade
Teosófica”.
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Em 14 de setembro de 2016, depois
de uma análise da situação do movimento esotérico internacional, um grupo de
estudantes decidiu criar a Loja
Independente de Teosofistas. Duas das prioridades da LIT são tirar lições práticas do passado e construir um
futuro saudável.
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