A Transcendência Mística
Deve Ser Protegida pelo Bom Senso
Carlos Cardoso Aveline

Netuno, o gigante azul, com suas luas
Cada vez que o Sol percorre o signo de Peixes, o céu estimula
um sentimento de amizade universal. Cabe viver a unidade ilimitada com o
cosmos. A lição anual de transcendência começa em fevereiro e culmina na segunda
metade de março.
Durante este tempo a energia da estrela local ensina a
fortalecer a comunhão com o espaço sem limites e a duração eterna. Depois, o
comandante do sistema solar entrará em Áries para abrir um novo ciclo zodiacal
e iniciar uma outra jornada heroica da alma através dos doze signos.
Peixes é regido pelo planeta Netuno e seu corregente é
Júpiter. O generoso autoesquecimento vivenciado com o Sol em Peixes é a base
mais nobre para uma ação verdadeiramente pioneira quando o Sol percorrer Áries.
A lição básica da unidade primordial deve inspirar a vontade inovadora do Sol
ariano, que se inicia a partir de 20 de março.
Cada vez que pensamos calmamente no cosmo, uma paz vem
até nós e por algum tempo se torna parte da nossa aura. A intensidade e
durabilidade desse sentimento harmonioso dependerão da profundidade do
pensamento. A paz é com frequência subconsciente.
Segundo a Raja Ioga, a mente humana assume pouco a pouco a
forma e a substância daquilo que contempla. Pensando no cosmo, amplia-se nossa
unidade com ele. A teosofia nos ensina a fazer isso preservando o espírito
prático. Podemos ser o universo sem
distanciar-nos da condição humana.
O Equilíbrio em
Cada Alma
O cosmos avança por linhas simétricas de evolução. No
nível ótimo da vivência, a sabedoria universal de Peixes flui lado a lado com o
discernimento. A transcendência mística deve ser protegida pelo bom senso. No debate
eterno dos céus, o equilíbrio é garantido pelo diálogo de Peixes com o signo
zodiacal oposto, o detalhista e planificador Virgo.
O aprendizado mútuo entre Peixes e Virgo ocorre dentro de
cada ser humano e consiste na interação entre o todo e a parte. É a conversa
entre o conjunto e o detalhe. É o debate nem sempre fácil do infinito insondável
com os assuntos passageiros do dia-a-dia.
Os dois pontos de vista são indispensáveis. A visão
inclusiva de Peixes é forte quando tem como auxiliar o foco preciso do detalhe,
dado por Virgo. O espírito virginiano, com sua visão crítica, sua capacidade de
organização e seu trabalho incansável, é mais eficiente quando colocado a
serviço do todo universal pisciano.
A mente concreta necessita da amplitude dada pela inteligência
do céu profundo. A visão cósmica precisa ter a seu lado uma percepção capaz de
ver bem as coisas pequenas, e de colocá-las em harmonia com o que é imenso. Um
respeito pelo detalhe ajuda a consciência oceânica de Peixes a transitar na
direção do mundo criativo e incisivo de Áries.
Por outro lado, a ideia de simplicidade voluntária abre
as portas para a busca do tesouro celeste. Quando se pensa em consciência do
todo, o desapego é um fator decisivo. Mais do que um conceito econômico e uma necessidade
sociológica, a ideia da vida simples é uma virtude da alma e um princípio central
do universo pisciano.
Um coração livre de confusões permanece acima daqueles estreitos
sentimentos pessoais cuja principal característica é a perfeita inutilidade. A
vida simples se harmoniza com o eu superior e torna mais fácil alcançar o conhecimento
divino.
Na teosofia antiga e moderna, o universo é visto como um
Mar. A renúncia diante das coisas de importância secundária liberta o peregrino
de mesquinharias e torna mais fácil para ele encontrar o que é essencial no
oceano ilimitado da vida.
Um Amigo do Céu Distante
Netuno é o senhor das águas
infinitas em Mitologia, e um dos planetas mais cósmicos do nosso sistema
solar. Situado longe do Sol, ele é considerado um representante da galáxia,
acompanhando a viagem sagrada da nossa aldeia solar através do céu mais amplo.
Uma das razões para usar a metáfora do “oceano sem
praias” em relação ao universo está no fato de que o cosmos tem as suas
próprias marés e suas correntes “marítimas”, com seus ciclos, assim como os
oceanos aquáticos do nosso planeta.
A ciência astrológica é veementemente defendida por
Helena Blavatsky no volume XIV dos seus Escritos Reunidos (“Collected Writings”).
A Psicologia do Céu estuda o universo tal como ele pode ser visto desde o solo
da nossa Terra, e revela a ampla influência das energias celestes sobre cada
aspecto da humanidade. A astrologia demonstra a identidade da nossa alma com a
vida espiritual da pequena cidade cósmica da qual fazemos parte. Ao abrir
caminho para que o peregrino vivencie a unidade da vida, Netuno e Peixes fazem
com que ele desperte para o lado ativo da compaixão universal.
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O artigo acima incorpora o material publicado sem
indicação do nome de autor em “O
Teosofista”, fevereiro de 2017, p. 11, e “O Teosofista”, março de 2017, pp. 1-2.
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Veja em nossos websites associados os artigos “Netuno, Um Mistério Diante de Nós”,
“O Poder Curativo da Universalidade”,
“O Lado Luminoso de Saturno”, “A Luz e a Força de Júpiter”, “A Diferença Entre o Interno e o Externo”,
“Sol, o Deus Que Ilumina a Terra”,
“Urano e a Civilização da Solidariedade”,
“Oração aos Planetas”, “Os Deuses no Céu” e “Plutão: Dois Mil Anos de Luta Até 2023”.
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Em 14 de setembro de 2016, depois
de uma análise da situação do movimento esotérico internacional, um grupo de
estudantes decidiu criar a Loja
Independente de Teosofistas. Duas das prioridades da LIT são tirar lições práticas do passado e construir um
futuro saudável.
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