10 de maio de 2015

O Papel da Autodisciplina

O Abandono do Supérfluo
Fortalece a Vontade Interna

Carlos Cardoso Aveline





O autodisciplinado se contenta com
pouco, mas o preguiçoso é insaciável.



O estudante de filosofia esotérica deve agradecer todos os dias à vida,  se enfrenta dificuldades e obstáculos, porque estes são sinais seguros de que ele está sendo capaz de deixar de  lado o caminho da falsidade.  Em compensação, quando  sua  vida estiver demasiado cômoda, ele deve lamentar o fato.  

Nenhum praticante da filosofia teosófica pode saber de que substância é feito  se não enfrentar momentos que considera “difíceis”. 

A preguiça, a indulgência e o despreparo surgem como problemas que podem e devem ser corrigidos quando a rotina cômoda é rompida e surge um teste desafiador.  

A autodisciplina é o abandono voluntário do que é supérfluo, e produz o fortalecimento da vontade própria. Ela antecipa e suaviza as dificuldades externas. Acostumado com uma vida menos cômoda,  o estudante passa a ver como algo fácil de superar aquilo que, para outros, pode ser uma grande dificuldade.  

O autodisciplinado se contenta com pouco, mas o preguiçoso é insaciável. Quando alguém não limita a si mesmo, será limitado pela vida.  Se as dificuldades da vida nos parecem demasiado duras, talvez estejamos sendo demasiado moles com nós mesmos. A autodisciplina é fonte de humildade e  paz.  Graças a ela, o ser humano sensato pode abraçar a simplicidade voluntária.

Naturalmente, a autorrestrição da vida simples só faz sentido se formos capazes de escutar a voz da nossa própria consciência.  Para isto, é necessário obter níveis crescentes de autoconhecimento, isto é, de conhecimento do nosso Verdadeiro Eu.  Dele resultam a ação correta e a harmonia.   

Estes dois processos produzem uma mente aberta e um coração honesto, que fazem nascer a autolibertação interior.  Em última análise, portanto, a autodisciplina leva à liberdade, mas a não-disciplina leva à prisão.

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O artigo “O Papel da Autodisciplina” está disponível nos websites da Loja Independente de Teosofistas desde 10 de maio de 2015. Uma versão inicial dele foi publicada em “O Teosofista”, edição de agosto de 2008.

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* Escritos diversos de Jean des Vignes Rouges.


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Helena Blavatsky (foto) escreveu estas palavras: “Antes de desejar, faça por merecer”. 

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