O Mistério das Mudanças de
Época, na Vida do Nosso Planeta
William Q. Judge
William Q. Judge (1851-1896)
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Nota Editorial:
O texto a seguir constitui o capítulo XIV da obra
“O Oceano da
Teosofia”, de William Judge [1],
e
tem um especial interesse para aqueles que buscam
compreender o momento atual da evolução humana.
(CCA)
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Os Ciclos – Capítulo XIV
A doutrina dos
Ciclos é uma das mais importantes de todo o sistema teosófico, embora seja a
menos conhecida e, de todas, a menos frequentemente referida. Os investigadores
ocidentais vêm suspeitando há alguns séculos que os eventos ocorrem em ciclos,
e uns poucos escritores europeus têm lidado com o assunto, mas todos de modo
muito incompleto. Essa visão fragmentária e essa falta de conhecimento preciso se
devem à descrença nas coisas espirituais e ao desejo de examinar tudo a partir
da ciência materialista. Não pretendo expor a lei dos ciclos inteira, pois ela
não é dada em detalhes pelos Mestres de Sabedoria. Mas já foi divulgado o
suficiente, e muitas coisas conhecidas durante longo tempo pelos Antigos se
somam para aumentar consideravelmente o
nosso conhecimento.
Um ciclo é um
círculo ou uma volta, como a derivação da palavra indica. As palavras
correspondentes em sânscrito são Yuga,
Kalpa e Manvântara, mas, destas, yuga é a que mais se aproxima de “ciclo”,
pois, como conceito, tem duração menor do que os outros termos. O
começo de um ciclo deve ser um momento que, adicionado a outros, completa um
dia. Dias somados constituem meses, anos, décadas e séculos. O Ocidente
raramente vai além disso. Ele reconhece o ciclo da lua e o grande ciclo
sideral, mas olha para ambos e para os outros ciclos como meros períodos de
tempo. Se formos considerá-los apenas como duração de tempo, eles não têm interesse,
exceto para o estudo matemático ou para a astronomia. E é assim que os ciclos são
considerados hoje pelos pensadores europeus e norte-americanos. Para eles, os ciclos
existem mas não têm nenhuma grande influência sobre a vida humana, e seguramente
não exercem influência alguma sobre a real repetição de acontecimentos, ou
sobre o reaparecimento, no palco da vida, de pessoas que já viveram no mundo.
A teoria teosófica
é claramente outra, como tem que ser, já que ela inclui a doutrina da
reencarnação, que já recebeu uma boa dose de atenção nos capítulos anteriores. Os
ciclos não só são considerados fatos concretos em relação ao tempo. Eles e
outros períodos têm uma grande influência sobre a vida humana e a evolução do
globo, incluindo todas as formas de vida nele existentes. Começando com o
momento e prosseguindo ao longo de um dia, essa teoria transforma o ciclo em um círculo abrangente, que inclui tudo o que
está dentro dos seus limites. O momento é a base. A questão a ser examinada em
relação ao grande ciclo é a seguinte: quando ocorreu o primeiro momento? Isso
não pode ser respondido, mas pode-se dizer que a verdade sustentada pelos
antigos teosofistas é que, nos primeiros momentos da solidificação desse globo,
a massa de matéria envolvida no processo atingiu um certo padrão definido de
vibração, que se manterá através de
todas as variações em qualquer parte dele, até que chegue a hora da dissolução.
[2]
São esses padrões de vibração que determinam os diferentes ciclos, e, ao
contrário das ideias da ciência ocidental, a doutrina afirma que o sistema
solar e o globo em que estamos chegarão ao fim quando a força por trás de toda
a massa de matéria visível e invisível tiver alcançado o seu limite de duração
sob a lei cíclica. Neste ponto a nossa doutrina é outra vez diferente tanto da visão
religiosa como da visão científica. [3]
Não admitimos que
o final da força seja devido à retirada por algum Deus da sua proteção, nem à
súbita colocação em movimento por algum Deus de qualquer outra força contrária
ao globo. Nós dizemos que a força que trabalha e determina o grande ciclo é a
força do próprio homem, visto como um ser espiritual. Quando ele houver
terminado de usar esse globo, ele o abandonará, e então com ele partirá a força
que mantém tudo junto. A consequência será a dissolução por fogo, água ou o que
seja, mas esses fenômenos são apenas efeitos e não causas. As especulações
científicas convencionais nessa área afirmam que a terra poderá “cair” no sol,
ou que um cometa de peso poderá destruir o globo, ou que poderemos colidir com
um planeta maior, conhecido ou não. Do ponto de
vista da etapa em que estamos, estas especulações não fazem sentido.
A reencarnação é a
grande lei da vida e do progresso, e está entrelaçada com a lei dos ciclos e a lei
do carma. As três leis trabalham juntas, e na prática é quase impossível
dissociar a reencarnação da lei dos ciclos. Indivíduos e nações retornam à
terra em correntes definidas, e em períodos regularmente repetidos, e assim
ressurgem no globo as artes, a civilização e os mesmos indivíduos que um dia
estiveram trabalhando nele. Como as nações e os povos estão conectados por
fortes fios invisíveis, grandes grupos de seres humanos, movendo-se devagar mas
certamente juntos, reúnem-se em épocas diferentes, e sempre emergem novamente,
em uma nova etnia e uma nova civilização, à medida que os ciclos percorrem as suas
rondas. Dessa forma, as almas que formaram as mais antigas civilizações
retornarão e trarão com elas a civilização anterior, em ideia e essência. Isso,
somado ao que outros indivíduos fizeram pelo desenvolvimento da raça humana em matéria
de caráter e de conhecimento, produzirá um estado novo e mais elevado de
civilização. Esse desenvolvimento melhor não se deverá a livros, registros,
artes ou mecânica, porque todos estes elementos são periodicamente destruídos,
pelo menos do ponto de vista das evidências físicas.[4] Mas como a alma sempre
retém em Manas o conhecimento que obteve em algum momento, e como ela sempre
busca e força um desenvolvimento mais completo dos princípios e dos poderes superiores, a essência do
progresso feito permanece, e reaparecerá de modo tão seguro quanto o
renascimento do sol. Ao longo desse
caminho estão os pontos em que os ciclos grandes e pequenos de Avatares trazem,
para o benefício do ser humano, os grandes personagens que moldam a raça de
tempos em tempos.
O Ciclo dos
Avatares inclui vários ciclos menores. Os maiores são os marcados pelo
aparecimento de Rama e Krishna entre os hindus, de Menes entre os egípcios, de
Zoroastro entre os persas, e de Buddha entre os hindus e outras nações
orientais. Buddha é o último dos grandes Avatares, e está em um ciclo maior do
que Jesus dos judeus, pois os ensinamentos deste são os mesmos que os de Buddha,
e estão coloridos pelo que Buddha ensinou àqueles que instruíram Jesus. Outro
grande Avatar, correspondendo a uma combinação das linhas de Krishna e de Buddha,
ainda está por vir. Krishna e Rama foram da ordem militar, civil, religiosa e
oculta; Buddha da ética, religiosa e mística, e nisso foi seguido por Jesus. Maomé
foi um intermediário menor para uma certa parte da raça, e foi um líder civil,
militar e religioso. Nesses ciclos podemos incluir personagens mistos que
tiveram influência sobre as nações, como o rei Artur, Faraó, Moisés, Carlos
Magno reencarnado como Napoleão Bonaparte, Clóvis da França renascido como
imperador Frederico III da Alemanha e George Washington, o primeiro presidente
dos Estados Unidos da América do Norte, onde a raiz da nova raça está sendo
formada.
Na intercessão de
grandes ciclos, ocorrem efeitos dinâmicos que alteram a superfície do planeta,
devido à mudança dos polos do globo ou a alguma outra convulsão. Esta não é uma
teoria geralmente aceita, mas nós sustentamos que é verdadeira. O ser humano é
um grande dínamo, produzindo, armazenando e irradiando energia, e quando grandes
grupos de seres que compõem uma raça humana produzem e distribuem energia, há
um efeito dinâmico resultante na matéria do globo, que será poderoso o
suficiente para ser nítido e cataclísmico. O fato de que isto tem causado vastas
e terríveis perturbações nos estratos do planeta é admitido por toda parte e está
comprovado. As perturbações ocorrem através de terremotos e formação de gelo,
no tocante à geologia; mas, com respeito às formas animais, a lei cíclica
afirma que certas formas animais agora extintas, e também algumas formas
humanas, ainda não conhecidas mas suspeitadas, retornarão novamente em seu
próprio ciclo; e certas línguas humanas, agora consideradas mortas, estarão em
uso outra vez na sua devida hora cíclica.
“O ciclo Metônico
é o da Lua. É um período de dezenove anos. Quando ele se completa, a lua nova e
a cheia retornam aos mesmos dias do mês.”
“O ciclo do sol é
um período de vinte e oito anos. Quando ele se completa, o domingo retorna ao
seu lugar prévio e prossegue na ordem anterior, de acordo com o calendário
Juliano.”
O grande ano sideral
indica o tempo que os pontos equinociais levam para fazer, em sua precessão,
uma revolução completa nos céus. É composto de quase 25.868 anos. Afirma-se que
o último ano sideral terminou cerca de 9.868 anos atrás [5], época na qual deve ter acontecido na terra uma violenta
convulsão, ou uma série delas, assim como o deslocamento geográfico de nações.
O encerramento desse grande período coloca a terra em novos locais do cosmos,
não com respeito à sua própria órbita, mas em razão do verdadeiro progresso do
sol em uma órbita própria, que não pode ser medida por nenhum observador atual [6], mas que é suspeitada por alguns e
está localizada em uma das constelações.
O homem é
especialmente influenciado pelos ciclos espirituais, psíquicos, e morais; e a
partir desses ciclos brotam os ciclos nacionais e individuais. Os ciclos nacionais e raciais são históricos.
Os ciclos individuais são os de reencarnação, de sensação e de outros registros
cármicos. A duração do ciclo individual de reencarnação para a massa geral dos
seres humanos é de mil e quinhentos anos [7], e isso por sua vez nos fornece um grande ciclo histórico intimamente ligado
ao progresso da civilização. Pois à medida que grande quantidade de indivíduos retorna
do devachan, pode-se concluir que as épocas romana, grega, e a antiga época
ariana, entre outras, serão vistas de novo e que elas podem ser em grande parte rastreadas. Mas o
ser humano também é afetado pelos ciclos astronômicos, porque ele é uma parte
do todo, e esses ciclos marcam os períodos em que a humanidade, em conjunto, irá
sofrer uma mudança. Nos livros sagrados de todas as nações, estes ciclos são
frequentemente mencionados. Eles estão na Bíblia dos cristãos, como, por
exemplo, na história de Jonas no ventre da baleia. A narrativa parece absurda
quando é lida como história, mas não tanto, quando é vista como um ciclo
astronômico. “Jonas” está nas constelações, e quando aquele ponto astronômico
que representa o homem alcança o ponto no Zodíaco que está diretamente oposto
ao ventre de Cetus, a Baleia, no outro lado do círculo − o que é conhecido como
processo de oposição − então diz-se que Jonas está no centro do peixe. Ele é
“expelido” quando se completa o período,
quando aquele ponto-homem tiver passado adiante, no Zodíaco, colocando-se fora
da oposição com a Baleia. Similarmente, à medida que o mesmo ponto se move
através do Zodíaco, ele é trazido à oposição com diferentes constelações que
passam a estar exatamente opostas a ele, um século após o outro, à medida que
ele se move adiante. Durante esses progressos, há mudanças nos homens e na
terra, representadas exatamente pelas constelações, quando estas são vistas de acordo com as
regras corretas da simbologia.
Não se afirma que
a conjunção provoque o efeito, mas, eras
atrás, os Mestres de Sabedoria calcularam todos os problemas em relação ao ser
humano e encontraram nos céus os meios para saber as datas exatas em que os
eventos com certeza recorrerão, e então, ao imprimir nas mentes de antigas
nações a simbologia do Zodíaco, possibilitaram a preservação do registro e da profecia.
Assim, da mesma maneira que um relojoeiro pode nos dizer a hora pela movimentação
dos ponteiros ao longo de certos pontos fixos, os Sábios podem conhecer o momento
dos eventos através do relógio zodiacal. Não se acredita nisso hoje, é claro.
Mas isso será bem compreendido nos séculos futuros, e como todas as nações da
terra possuem em geral símbolos similares para o zodíaco, e como também os
registros de raças há muito extintas possuem o mesmo, não é provável que o
espírito de vandalismo do século 19 seja capaz de apagar essa valiosa herança
de nossa evolução. No Egito, o zodíaco de Dendera [8] conta uma lenda igual àquela nos foi deixada pela antiga civilização do continente americano. As lendas vêm
da mesma fonte. Elas são o trabalho dos Sábios que surgem no começo de cada
grande ciclo humano e dão à humanidade − quando ela começa sua difícil trajetória
pela estrada do desenvolvimento −
grandes símbolos e ideias de caráter astronômico que irão durar por
todos os ciclos menores.
A respeito dos cataclismos
gerais que ocorrem no início e no fim dos grandes ciclos, as principais leis
que governam os efeitos são a do Carma e a da Recorporificação ou Reencarnação,
que se cumprem de acordo com a regra
cíclica. Não só o ser humano é regido por essas leis. Cada átomo de matéria
também é regido por elas, e a totalidade da matéria física está constantemente
sofrendo mudanças, ao mesmo tempo que o ser humano. A matéria física deve,
portanto, exibir alterações correspondentes àquelas pelas quais o homem pensante
está passando. No plano físico, os efeitos são trazidos pelos fluidos elétricos
e outros, que agem com os gases nos sólidos do globo. Na virada de um grande
ciclo, eles alcançam o que poderia ser chamado de “ponto de explosão” e podem
causar convulsões violentas dos seguintes tipos: (a) Terremotos, (b) Inundações,
(c) Incêndios, (d) Gelo.
De acordo com essa
filosofia, os terremotos podem ser produzidos por duas causas gerais. A
primeira é o abaixamento ou elevação da matéria situada sob a crosta terrestre,
devido a calor e vapor. A segunda é dada pelas mudanças elétricas ou magnéticas
que afetam a água e a terra ao mesmo tempo. Estas últimas têm o poder de tornar
a terra instantaneamente fluída, sem liquefazê-la, causando assim deslocamentos
imensos e violentos, em ondas grandes ou pequenas. Esse efeito é visto agora em
áreas de terremotos, nas quais causas elétricas similares estão em ação em
escala menor.
As inundações de
grande extensão são causadas por deslocamento de água devido ao abaixamento ou
elevação de terras, e por estas alterações combinadas com a mudança elétrica
que induz uma copiosa descarga de umidade. Esta última não é o mero
esvaziamento de uma nuvem, mas uma súbita transformação em água de vastas
massas de fluidos e sólidos.
Os incêndios em
escala planetária surgem de mudanças elétricas e magnéticas na atmosfera, pelas
quais a umidade é retirada do ar e este é transformado em uma massa ardente; e,
em segundo lugar, pela súbita expansão do centro magnético solar em sete
centros, assim queimando o globo.
Os cataclismos
pelo gelo não vêm apenas da súbita alteração dos pólos, mas também do abaixamento da temperatura devido às
alterações das correntes mornas no mar e das correntes quentes magnéticas
dentro da terra. As primeiras são conhecidas
da ciência, e as últimas, não. O estrato mais inferior da umidade é subitamente
congelado, e vastas áreas de terra são
cobertas da noite para o dia com vários metros de gelo. Isso pode facilmente
acontecer com as ilhas britânicas, se as correntes mais quentes do oceano forem
desviadas do seu litoral. [9]
Tanto os egípcios
como os gregos tinham os seus ciclos, mas, em nossa opinião, eles os obtiveram dos
sábios indianos. Os chineses sempre foram uma nação de astrônomos, e têm
registradas observações que retroagem até bem antes da era cristã, mas como
elas pertencem a uma raça antiga, condenada à extinção − por estranha que essa afirmação possa parecer
– suas conclusões não serão corretas para as nações arianas.[10]
Com a chegada da
era cristã, um pesado manto de escuridão caiu sobre as mentes dos seres humanos
no Ocidente, e a Índia ficou por muitos séculos isolada de modo a preservar
essas suas grandes ideias durante a noite mental da Europa. Esse isolamento foi produzido deliberadamente
como uma precaução necessária tomada pela Loja sobre a qual falei no capítulo
I, porque seus adeptos, sabendo perfeitamente das leis cíclicas, desejaram
preservar a filosofia para as futuras gerações. Como seria meramente pedante e
especulativo discutir os desconhecidos Saros e Naros, e outros ciclos dos
egípcios, exporei os ciclos bramânicos, já que eles conferem quase exatamente
com os períodos corretos.
Um período da
manifestação universal é chamado Brahmanda, que é uma vida completa de Brahma.
A vida de Brahma é formada por seus dias e anos, os quais, sendo cósmicos, têm cada
um uma duração imensa. O dia de Brahma tem as suas próprias 24 horas. O seu ano
tem pouco mais do que 360 dias, e o número dos anos da sua vida é 100.
Agora consideremos
esse globo – uma vez que não estamos envolvidos com nenhum outro. O seu governo
e sua evolução acontecem sob um Manu, ou Homem, e disso vem o
termo Manvantara, ou “entre dois Manus”. [11]
O curso da
evolução está dividido em quatro Yugas para cada raça, segundo seu próprio
tempo e sua maneira. Essas Yugas não afetam toda a humanidade ao mesmo
tempo, pois algumas raças estão em uma das Yugas enquanto outras estão
em um ciclo diferente. Os nativos norte-americanos, por exemplo, estão no fim
da sua idade da pedra [12], enquanto
os arianos estão em um estado bem diferente.
Essas quatro Yugas
são: Krita, ou Satya, a de ouro; Treta; Dvapara; e Kali
ou a negra. A era atual para o ocidente e a Índia é a Kali Yuga,
especialmente com respeito ao desenvolvimento moral e espiritual. A primeira
dessas é lenta em comparação com o resto e a atual – Kali – é muito
rápida. O seu movimento é acelerado
precisamente por determinados períodos astronômicos conhecidos hoje a respeito
da lua, mas não totalmente calculados.
TABELA
ANOS MORTAIS
360 (um pouco
mais) dias mortais perfazem.............................................................1
Krita Yuga ….........tem
…..........................................................
................1.728.000
Treta Yuga.............. tem ..................................................................
.......... 1.296.000
Dvapara Yuga ….... tem ................................................................................864.000
Kali Yuga …............tem ….............................................................................432.000
Maha Yuga, ou as quatro eras precedentes, tem
…......................................4.320.000
71 Maha Yugas formam
o período de um Manu, ou …..............
...........306.720.000
14 Manus correspondem
a ....................................................................4.294.080.000
Adicionando os
alvoreceres ou crepúsculos entre cada Manu …...............25.920.000
Estes reinados e
alvoreceres perfazem 1000 Maha Yugas,
um
Kalpa ou Dia de Brahma
…................................................4.320.000.000
A Noite de Brahma
equivale em extensão a seu Dia, e
Dia e Noite juntos perfazem
….................................................8.640.000.000
360 desses Dias formam
um Ano de Brahma ….............................3.110.400.000.000
100 desses Anos
perfazem a Vida de Brahma.............................311.040.000.000.000
Os primeiros 5000
anos do Kali Yuga terminam entre os anos de 1897 e 1898. Essa yuga começou
cerca de 3102 anos antes da era cristã, quando ocorreu a morte de Krishna. Como
1897-98 não está muito longe, o homem de ciência de hoje terá a oportunidade de
ver se o fechamento do ciclo de cinco mil anos será precedido ou seguido por
quaisquer convulsões ou grandes mudanças políticas, científicas ou físicas, ou
todas elas combinadas. [13]
As mudanças
cíclicas estão se processando agora, à medida que, ano após ano, almas que viveram em civilizações anteriores
estão encarnando nesse tempo, quando a liberdade de pensamento e ação não está
tão restrita no Ocidente como foi no passado devido ao fanatismo e ao preconceito
religioso e dogmático.
Estamos no momento
presente em um ciclo de transição, e, como seria de prever, tudo está mudando, na filosofia, na religião
e na sociedade. Em um período de transição, as regras e os cálculos completos e
inteiros não são divulgados para quem coloca o dinheiro acima de todas coisas e
menospreza a visão espiritual do homem e da natureza.
NOTAS:
[1] “The Ocean of
Theosophy”, William Q. Judge, Theosophy Company, Los Angeles, 1987, 172 pp.
[2] “A
massa de matéria envolvida no processo atingiu um certo e definido padrão de
vibração, que se manterá através de todas as variações em qualquer parte dele,
até que a hora da dissolução aconteça”. A ideia contida nesta frase de W. Judge
tem um óbvio paralelo com a atual concepção da teoria astrofísica do Big-Bang.
A teoria do Big-Bang afirma que durante uma fração quase incalculavelmente
pequena de tempo, uma “explosão silenciosa” de energia, ocorrida em uma
dimensão quase incalculavelmente pequena de espaço, estabeleceu a frequência
vibratória e o equilíbrio entre expansão e retração que regem até hoje e
regerão no futuro a evolução do universo. (Nota do editor brasileiro)
[3]
O leitor deve levar em conta que esta obra foi publicada na década de 1890.
Desde então, as ciências exatas tiveram tempo de aproximar-se bastante da
ciência esotérica e da filosofia teosófica, confirmando com seus próprios
métodos muitas das afirmativas feitas por H. P. Blavatsky e seu colaborador William
Q. Judge no século 19. (N. ed. bras.)
[4]
William Judge se refere aqui apenas às evidências físicas disponíveis ao
público. Os Iniciados preservam a memória histórica e cultural de todos os
períodos da evolução, em seus registros e em suas bibliotecas esotéricas,
conforme explica H.P. Blavatsky nas páginas iniciais de “A Doutrina Secreta”. A filosofia esotérica revela algumas das
informações que estão preservadas em tais arquivos. (N. ed. bras.).
[5] “9868
anos atrás”; contando, naturalmente, a partir do ano em que este livro foi
publicado pela primeira vez, o que ocorreu em 1893. (N. ed. bras.)
[6]
Exceto os altos iniciados, que conhecem com ampla precisão tudo o que diz
respeito à evolução humana. (N. ed. bras.)
[7] “1500
anos”. Na verdade, o intervalo médio entre duas vidas varia
flexivelmente em uma faixa muito mais ampla, de um mil a quatro mil anos, e
mesmo esta faixa inclui muitas exceções. Um Mahatma dos Himalaias escreveu:
“... Como a mônada não tem corpo Cármico para
orientar o seu renascimento, cai na não-existência durante um certo período e
depois reencarna - certamente não antes de mil ou dois mil anos.” (“Cartas dos
Mahatmas”, Ed. Teosófica, Brasília, vol. II, p. 148, pergunta 26, e resposta
única às perguntas 25 e 26.) Em outro texto, falando dos casos normais, em que
há Devachan, o Mestre esclarece: “Sem dúvida, o Ego real é inerente aos
princípios superiores que reencarnam periodicamente a cada mil, dois mil, três
mil ou mais anos.” (“Cartas dos Mahatmas”, volume II, Carta 85B, p. 40.) Na
Carta 62, o Mestre explica mais uma vez que “os intervalos entre os
renascimentos são incomensuravelmente grandes” (volume I, página 256). O início
da resposta número nove da Carta 68 das Cartas dos Mahatmas deixa, também,
muito claro: o intervalo entre duas vidas é normalmente não só de anos e
décadas, mas “séculos e milênios, frequentemente multiplicados por alguma coisa
mais”. E o Mestre acrescenta: “os prazos de existência encarnada de um homem
correspondem a apenas uma pequena proporção dos seus períodos de existência internatal”
(volume I, p. 305.). H. P. B. também aborda a questão. Ela menciona que o
intervalo varia, e é de “cerca de 3.000 anos, às vezes mais, às vezes menos.” (“Transmigration of
Life Atoms”, texto publicado em “Theosophical Articles”, de H.P. Blavatsky,
Theosophy Co., Los Angeles, 1981, volume II, p. 249. O mesmo texto está no volume V de “Collected
Writings”, TPH.) (N. ed. bras.)
[8] O Zodíaco de Dendera é mencionado diversas
vezes na obra “A Doutrina Secreta”. Ali a senhora Blavatsky afirma, por exemplo,
que, segundo registros deste zodíaco em antigos templos egípcios, houve alterações
nos pólos terrestres em épocas muito anteriores à nossa. Tais alterações seriam
ciclicamente recorrentes. Veja, na edição original, “The Secret Doctrine”, H. P.
Blavatsky, Theosophy Company, Los Angeles, volume II, p. 368. (N. ed. bras.)
[9]
Esta possibilidade também é prevista − com base em dados da ciência atual - por
Al Gore, ex-vice-presidente
norte-americano e ganhador do Prêmio Nobel da
Paz. (N. ed. bras.)
[10]
As nações arianas são os povos que descendem da antiga civilização hindu. Não
há aqui, naturalmente, qualquer menção a uma “extinção súbita” do povo chinês. A
“extinção” a que se refere William Judge com relação às etnias chinesas ocorrerá
em um prazo tão longo que está além de qualquer visão de futuro que se possa
ter atualmente. Além disso, de acordo
com a regra geral, ela se dará pouco a pouco, ocorrendo culturalmente, por
absorção e por evolução, na medida em que os mesmos eus superiores que
hoje renascem no povo chinês forem reencarnando, pelo critério de afinidade, em
sub-raças mais recentes. Isso, no entanto, é remoto e não tem grande interesse
para o momento atual da evolução humana. (N. ed. bras.)
[11]
O termo Manu significa “um homem”,
isto é, um tipo ou modelo geral de ser humano que persiste durante uma longa etapa de desenvolvimento da humanidade.
(N. ed. bras.)
[12]
A afirmativa se refere ao século 19, e a tribos que não tinham contato com a
civilização mais avançada. De lá para cá as condições culturais dos povos
indígenas se alteraram substancialmente. (N. ed.bras.)
[13]
Como foi lembrado acima, a primeira edição desta obra é de 1893. Por outro
lado, as alterações geológicas e a mudança de era se desenvolvem ao longo de vários
séculos, no caso dos ciclos menores, de poucos milhares de anos, segundo H. P.
Blavatsky explica em “A Doutrina Secreta”. A transição é muito mais demorada no
caso dos grandes ciclos. (N. ed. bras.)
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Para conhecer um diálogo documentado com a
sabedoria de grandes pensadores dos últimos 2500 anos, leia o livro “Conversas na Biblioteca”, de Carlos
Cardoso Aveline.
Com 28 capítulos e 170 páginas, a obra foi
publicada em 2007 pela editora da Universidade de Blumenau, Edifurb.
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