Derramando o Sangue dos Nossos Irmãos
Augusto de Lima
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Nota Editorial:
Neste poema Augusto de Lima aborda a lei teosófica
da unidade de todos os seres, refletindo sobre a
crueldade
contra os animais e o hábito de devorar os seus
cadáveres.
(CCA)
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Olha esta plumagem linda,
íris formoso e
suave:
não sentes remorso
ainda?
que mal te fez a pobre
ave?
O projétil avicida
quebrando-lhe as
asas, deu
um jorro desta
ferida
de sangue da cor
do teu ....
Há uma só lei da
Existência
sob a esfera
luminosa:
partilham da mesma
essência
homem, ave,
estrela e rosa.
Ela cantando
vivia,
Correndo, voando
no ar.
Será delito – a
harmonia,
Um atentado –
voar?
Vivia tecendo
ninhos
Para os filhotes,
apenas;
Pobres menores
mesquinhos,
Sem mãe e ainda
sem penas!
As normas da
natureza,
fiel, não quebrou
jamais;
nunca invadiu da
pobreza
os minguados
cereais.
Vê bem que
fizeste, dando
a morte a este
mártir ente.
És réu de um crime
nefando,
verteste o sangue
inocente.
Ai! prole da
primavera,
que será dela
amanhã?
Pela mãe espera,
espera....
porém, esperança
vã.
De tudo o que
canta e voa
e fulgura és
odiado:
a aurora não te
perdoa,
condena-te o sol
dourado.
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O
poema acima foi reproduzido do volume “Poesias”, Augusto de Lima, Editora H.
Garnier, Rio de Janeiro / Paris, 1909, 300 pp., ver pp. 55-56. A ortografia foi
atualizada.
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Sobre a ecologia da mente e a teosofia do
ambiente natural, veja o livro “A Vida Secreta da Natureza”, de Carlos
Cardoso Aveline.
A obra foi publicada pela Editora Bodigaya,
de Porto Alegre, tem 157 páginas divididas por 18 capítulos, e está na terceira
edição, de 2007.
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