Visconde de Figanière
Nota Editorial de 2016:
O diplomata e
pensador português Visconde de Figanière (1827-1908) foi amigo pessoal de
Helena Blavatsky e colaborador das revistas teosóficas que ela editou. Seus
escritos são citados em “A Doutrina Secreta”. Ele é o grande pioneiro do
movimento teosófico em língua portuguesa.
Verdadeiro
cidadão planetário, Figanière nasceu nos Estados Unidos e foi representante
diplomático de Portugal no Brasil, na Rússia, na Inglaterra, na Espanha e na França.
Seu romance “Palmitos”, publicado em três volumes, está ambientado no Brasil do
século 19 e foi escrito em inglês enquanto morava na Rússia.
Figanière
é mais conhecido por sua obra “Estudos Esotéricos - Submundo, Mundo e
Supramundo”, de 1889. O livro que publicamos a seguir mostra a sua filosofia
ética da vida e dos assuntos de Estado, e possui interesse teosófico.
A obra funciona como
símbolo e metáfora na sua parte inicial, até a página 57. A chave de leitura
consiste em saber que o mundo interno e o mundo externo funcionam como espelhos
um do outro.
Ao
trilhar o caminho da sabedoria, todo peregrino percebe pouco a pouco que não “possui”
uma alma imortal, mas, ao invés disso, pertence a ela.
A
alma já existia quando ele nasceu e continuará viva quando terminar sua
existência. O peregrino passa a perceber a si mesmo como um representante do seu eu superior no
mundo externo. O governo a que deve
ser leal é o reino da sua própria alma.
Assim
como no plano da política de Estado o representante de um país precisa ouvir
sua consciência sobre o modo correto de agir, cada indivíduo dotado de
autoconhecimento opera nas diferentes dimensões do mundo externo como um
representante autorresponsável da consciência mais elevada e essencial que há
em si, e trata de agir à altura.
(Carlos
Cardoso Aveline)
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Quatro
Regras de Diplomacia
Visconde
de Figanière
Discurso
Preliminar
Dos
diversos ramos do serviço publico, o diplomático é sem dúvida aquele em que ao
agente é concedida maior liberdade no modus operandi. O que sobretudo se
lhe pede é dar boa conta de si e dos negócios que lhe são cometidos. Isto
depende em grande parte dos expedientes que adoptar, e das qualidades da sua
pessoa. Aqui pois não há campo para regras absolutas.
Os deveres, esses são definidos, sendo de
todos o primeiro, bem servir à pátria; mas no modo de os cumprir dá-se ampla
margem; e, exceto no tocante ao estilo dos escritos, pode ser questão para
alguns se a palavra regra é aplicável
aos argumentos fundamentais em que se divide este trabalho, cujo fim é
meramente sugestivo, não doutrinal, e sem ideia de esgotar a matéria.
(…)
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O livro acima foi
publicado nos websites associados dia 03 de dezembro de 2016.
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escritos do Visconde de Figanière.
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