Mensagem a um
Autor que Não Estudou Teosofia
Carlos Cardoso
Aveline
A bandeira de Israel contém
um símbolo sagrado que
é central tanto para o
Judaísmo como para a Teosofia
000000000000000000000000000000000000000000
Nota Editorial de 2017:
O tema do
nazismo e do antissemitismo é de grande
importância e
continuará assim enquanto a humanidade
não superar por
completo este grau superlativo de
ignorância
espiritual. Todo movimento filosófico deve
ter posição
clara a respeito de um assunto tão marcante.
Um autor de
língua inglesa escreveu que o movimento
teosófico tem
algo em comum com o nazismo. Ao ver
o artigo “Theosophy and the Second World War”, que
está publicado
em nossos websites [1], ele mandou a
nós
uma mensagem,
datada de 13 de junho de 2010, insistindo
na ideia de que
as obras de H. P. Blavatsky “tiveram uma
influência”
sobre o nazismo. O texto a seguir é a resposta a ele.
00000000000000000000000000000000000000000000000000000000
Prezado senhor,
Obrigado. Tentarei dar-lhe
algumas indicações a respeito, brevemente:
1) Você ignora o fato de que o
primeiro e principal objetivo do movimento teosófico é antinazista. Ele
estabelece que todos os homens e mulheres de qualquer raça, casta, ideologia ou
nação, são iguais em direitos e iguais em fraternidade. Este objetivo central
do movimento é “formar um núcleo da
Fraternidade Universal da Humanidade, sem distinção de raça, credo, sexo, casta
ou cor”.
2) Você diz que H. P. Blavatsky
criticou a religião judaica. Parece ignorar o fato de que ela criticou outras
religiões de modo muito mais radical do que criticou o judaísmo. Pense no que HPB
escreveu sobre o cristianismo, por exemplo, e verá que ela foi bastante
amigável em relação à tradição judaica.
3) Você ignora o fato de que vários
judeus estavam presentes nas primeiras reuniões em que foi fundado o movimento
teosófico em Nova Iorque, e que o estudo da Cabala foi uma das suas principais
metas na fase inicial. Não por coincidência, um dos fundadores era um rabino.
4) Você deixa de lado o fato de
que são muito numerosas as citações que HPB faz de obras judaicas e
cabalísticas, em todos os seus livros e demais escritos. Até o final da vida,
ela sempre citou obras judaicas.
5) Você ignora o fato de que
absolutamente nenhuma raça é considerada “superior” em Teosofia, e que uma tal
ideia seria considerada totalmente absurda. As raças-raízes são apenas instrumentos externos da evolução. As
mesmas almas que vivem hoje em uma raça-raiz ou sub-raça viveram antes em
raças-raízes e sub-raças anteriores, e também viverão nas futuras.
6) Você não leva em conta o fato
de que a Teosofia, assim como o Budismo Esotérico, o Jainismo e os ensinamentos
do Novo Testamento, é uma filosofia não-violenta.
7) Você ignora o fato de que Helena
Blavatsky não apoiou qualquer movimento contra o Reino Unido ou a favor da
Independência da Índia, e que mesmo a Sociedade Teosófica de Adyar apoiou a
Inglaterra durante a segunda Guerra Mundial, para não mencionar as outras
correntes do movimento.
8) Você ignora as numerosas
relações internas e externas entre o movimento teosófico e os Estados Unidos,
as Nações Unidas e os países Aliados na segunda guerra mundial.
9) Você deixa de lado o fato de
que a teosofia de Helena Blavatsky é totalmente contrária à crença em qualquer
“líder infalível”, conceito que pertence ao Vaticano, aos nazistas e aos
fascistas.
10) Você parece nada saber sobre
os laços estreitos entre os nazistas e o Vaticano, conforme está demonstrado no
meu artigo “A Teosofia e a Segunda Guerra Mundial”.
E você aparentemente ignora o fato de que o Vaticano, os nazistas e os
fascistas são por completo hostis à teosofia autêntica de Helena Blavatsky,
tanto quanto são contrários à Democracia.
11) Peço-lhe o favor de observar o ícone judaico e hindu (dois
triângulos entrelaçados) situado no meio do símbolo do movimento teosófico. Ele
não está ali por acaso. Este símbolo ocupa hoje o centro da bandeira do Estado
de Israel. Examine este fato e tire suas conclusões. Leia sobre o símbolo nos
escritos de HPB e nas Cartas dos Mahatmas.
12) Você menciona a suástica presente no símbolo do
movimento teosófico (que foi fundado em 1875). A suástica é hindu. É um símbolo
extremamente antigo que representa a evolução Cósmica, e não é um símbolo
nazista, portanto. Os nazistas o distorceram e o usaram para seus próprios fins
anti-humanitários, e esse fato é parte do Carma deles. O nazismo é uma doença do momento, enquanto que a Evolução
Cósmica é eterna.
13) Você diz que os nazistas foram “influenciados”
pela teosofia. Isso é verdade? Se alguém faz uma cópia falsa de uma obra de
arte, você culpará o artista, ou o falsificador? Os nazistas nem
sequer copiaram a teosofia. Apenas tiraram dela - e distorceram - um par de
conceitos. Fizeram isso enquanto divulgavam ideias diametralmente opostas
às da teosofia e da fraternidade universal, e enquanto agiam praticamente
contra a teosofia e contra a fraternidade.
14) A sombra está condenada a imitar
a luz e a correr atrás dela. Isso não é desculpa para alguém confundir as duas
coisas, porque elas são muito diferentes. Se o nazismo distorce elementos
tirados da Sabedoria antiga e tenta usá-los em projetos egoístas e violentos,
deve-se combater o nazismo, e não a sabedoria.
Convido-o a ler outros artigos
em nossos websites associados, inclusive o que está intitulado “Blavatsky,
ONU e Democracia”.
Espero que você estude
verdadeira teosofia, para que consiga entender melhor estas questões.
Fraternalmente, Carlos
NOTA:
[1] O artigo “Theosophy and the Second
World War” está disponível em português em nossos websites associados sob o
título de “A Teosofia e a Segunda Guerra
Mundial”.
000
O texto acima
foi publicado pela primeira vez em 2010 em inglês e está disponível nos nossos websites
associados sob o título de “Blavatsky, Judaism and
Nazism”. Foi publicado igualmente no blog teosófico de “The
Times of Israel”: para vê-lo, clique aqui.
Leia também, em
nossos websites, o artigo “Blavatsky, ONU e Democracia”.
000