Grande Parte dos Teosofistas Ainda
Desconhece os Ensinamentos Originais
Carlos Cardoso
Aveline
Robert Crosbie (foto) teve consciência da importância das “Cartas”
Alguns líderes teosóficos colocam os interesses políticos e corporativos acima
da busca da verdade. Por causa disso, eles preferem ignorar a importância
central dos ensinamentos presentes nas “Cartas
dos Mahatmas” e nas “Cartas dos
Mestres de Sabedoria”. [1]
Ingênuos e desinformados diante dos níveis superiores de
consciência - em que reina absoluta a sinceridade - tais dirigentes levam
milhares de estudantes a várias formas de pseudoteosofia.
O estudo das Cartas desempenha um papel decisivo na
abordagem da filosofia esotérica. Ele dissipa as ilusões cômodas sobre contato
externo com os Instrutores. Ele torna mais fácil para o estudante compreender
que é necessária uma profunda honestidade consigo mesmo e com todos os seres -
se quiser trilhar o caminho da sabedoria.
A calma observação do que as Cartas dizem sobre o processo do aprendizado rompe a rotina e
mostra a ineficácia da maior parte dos enfoques sobre discipulado adotados nas
escolas convencionais de pensamento teosófico.
Além disso, o mero apego à letra-morta não é verdadeira
lealdade aos ensinamentos originais. É preciso ser leal ao Espírito ou
Significado Interno presente neles. As Cartas dos Mestres deixam claro que a
sabedoria não está nas palavras, embora as palavras corretas apontem para ela. Portanto,
as Cartas possuem diversas camadas de significado.
Em “A Doutrina
Secreta”, Helena Blavatsky discute detalhadamente várias Cartas e reproduz
numerosos trechos delas.[2] De fato,
não há na literatura teosófica nada comparável às Cartas em relação a temas
como o discipulado, o real trabalho dos Mestres, a Ética profunda que eles
seguem e ensinam, e os aspectos internos da Teosofia.
As Cartas apareceram em forma de livros em língua inglesa entre 1919 e
1925. Antes disso elas circulavam como documentos privados entre os teosofistas
que estavam profundamente devotados à Causa da humanidade. Robert Crosbie
(1849-1919) as conhecia e escreveu:
“O tipo de educação teosófica que necessitamos é aquela
que não se abala pelo afastamento de qualquer indivíduo, por mais elevado ou
avançado que ele possa parecer. Todos falam das ‘linhas originais do trabalho’. Quais
são elas? William Q.
Judge escreveu, depois que H.P.B. afastou-se, que devemos ir a Ela e às cartas do Mestre para sabermos qual é o
‘programa de ação’.” [3]
Os ensinamentos dos Mestres só podem ser corretamente
compreendidos com um estudo feito em profundidade, e com consciência dos seus
vários níveis de leitura. Enquanto interage com as Cartas e outros escritos clássicos,
o teosofista se torna um pesquisador cada vez mais autorresponsável.
A pequena Loja Independente está
entre os poucos setores do movimento teosófico que já renunciaram às visões de
segunda-mão em relação ao discipulado e outras questões, e despertaram para a
importância central das Cartas. A
seu devido tempo, o número dos pioneiros deverá crescer.
NOTAS:
[1] As duas compilações foram
publicadas no Brasil pela Editora Teosófica de Brasília. As edições originais
em inglês estão disponíveis em PDF em nossos websites associados: “Letters From the Masters of the Wisdom”
(first and second series) e “The Mahatma
Letters”.
[2] Veja em nossos websites associados o começo da tradução da edição original
de “A Doutrina Secreta”, de Helena
P. Blavatsky. A edição em papel da Editora Pensamento traduz a edição que foi distorcida
por Annie Besant e seus assessores.
[3] “The Friendly Philosopher”, Robert
Crosbie, Theosophy Company, Los Angeles, EUA, 1945, 416 pp., ver p. 174. Veja também o artigo de John
Garrigues intitulado “On the Mahatma
Letters”, que é fácil encontrar em nossos websites associados.
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Em 14 de setembro de 2016, depois
de uma análise da situação do movimento esotérico internacional, um grupo de
estudantes decidiu criar a Loja
Independente de Teosofistas. Duas das prioridades da LIT são tirar lições práticas do passado e construir um
futuro saudável.
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