23 de fevereiro de 2022

Ideias ao Longo do Caminho - 38

 Cabe a Nós Construir o Exemplo das Ações
Corretas Que Queremos Ver ao Nosso Redor

Carlos Cardoso Aveline

 
 
 
* Os momentos mais decisivos da história humana são vivenciados como coisa trivial pelas mentes incapazes de raciocinar. E qualquer fato aparentemente pequeno pode ser transformado em uma grande oportunidade para fazer o bem, por um indivíduo que está desperto. Nossa aptidão para ver a realidade é um reflexo da substância espiritual da nossa alma.
 
* Se você buscar por coisas agradáveis no curto prazo e tentar fugir das dificuldades, fique sabendo que fatos desagradáveis procurarão por você, e o encontrarão seguramente. Por outro lado, se você buscar pelas Causas da verdadeira felicidade, um contentamento incondicional virá até você na ocasião certa, o discernimento correto o libertará de mais de uma ilusão, e a substância da bênção eterna será conhecida por você.
 
* A terra em que vivemos é um espelho do nosso estado de alma. Se nela vemos predominantemente coisas belas, o espelho refletirá os níveis superiores da nossa consciência, e mostrará o potencial nobre e elevado. Quando vemos defeitos na nossa terra e temos a intenção de ajudar a corrigi-los, a atitude é saudável e reflete uma relação correta com nós mesmos. Se, por outro lado, vemos predominantemente erros na comunidade em que existimos, o espelho refletirá o lado escuro da nossa consciência, e estaremos caindo no mecanismo neurótico de projetar só para os outros algo que deve ser corrigido também em nós.
 
* O sadismo de quem fala orgulhosamente dos erros alheios é pior que inútil, assim como o masoquismo de quem lamenta todos os dias o seu próprio sofrimento. Para evitar essas duas armadilhas, cabe pensar na cura coletiva. É preciso plantar o que é bom. Cada um de nós está convidado a ser pioneiro, e a construir o exemplo das ações corretas que deseja ver acontecendo ao seu redor.
 
A Atenção e a Disciplina
 
* À medida que se expande a nossa percepção da vida, vemos mais coisas e as vemos melhor. E isso pode ser bastante desafiador.
 
* Nossa consciência deve estar organizada de modo que resista à pressão produzida pela percepção dos fatos externos.
 
* Na ausência de autocontrole e autodisciplina, uma percepção aumentada implode, perde o discernimento e se torna perfeitamente inútil.
 
* Em teosofia, a firmeza interna que sustenta a consciência em expansão é a mesma coisa que o processo de Ioga. Significa ter princípios básicos que são permanentes, estáveis, e que oferecem a estrutura correta e o contexto para as informações que chegam.
 
* O conhecimento superior ocorre quando o estudante se torna um aluno do Silêncio. Ele resulta de uma autodisciplina calma e constante: a paz surge sob a luz sagrada da verdade universal.
 
Guerra Nuclear Não Tem Ganhador
 
* É saudável lembrar o que Ken Keyes escreveu: “O único resultado de um conflito nuclear significativo seria uma vitória falsa na qual os ‘vencedores’ não estariam melhor que os perdedores. Uma guerra nuclear total poderia tornar o nosso planeta inabitável durante um milhão de anos! Uma guerra nuclear pode terminar o modo como nós vivemos. Ela não pode ser ganha. Só pode ser perdida. Vencer é a mesma coisa que perder. A palavra “guerra” é demasiado suave para esta loucura nuclear.”[1]  Ao invés, portanto, de estimular ódio entre potências nucleares, as pessoas sensatas devem desmascarar o desperdício de dinheiro público com armamento, que se esconde atrás da fabricação de instabilidade e rancor nas relações entre as nações.
 
NOTA:
 
[1] Do livro “The Hundredth Monkey”, de Ken Keyes, Jr., Vision Books, Oregon, EUA, 1989, 176 pp., ver pp. 21-22.
 
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O artigo “Ideias ao Longo do Caminho - 38” foi publicado como item independente em 23 de fevereiro de 2022. Uma versão inicial e anônima dele faz parte da edição de outubro de 2017 de “O Teosofista”, pp. 8-9. O artigo agora inclui as notas “A Atenção e a Disciplina” e “Guerra Nuclear Não Tem Vencedor”, das pp. 9 e 7 na mesma edição. A nota da p. 7 foi ampliada.
 
Embora o título “Ideias ao Longo do Caminho” corresponda ao título em língua inglesa “Thoughts Along the Road”, de Carlos C. Aveline, não há uma identidade exata entre os conteúdos das duas coletâneas de pensamentos.
 
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Helena Blavatsky (foto) escreveu estas palavras: “Antes de desejar, faça por merecer”. 
 
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