29 de maio de 2022

As Guerras Como Colheita do Carma

 Na Civilização Ocidental, as Tempestades de
Sangue Trazem Lições Que se Deve Aprender

Carlos Cardoso Aveline
 
Talvez os seres humanos tenham alguma coisa a aprender dos macacos
 
 
 
A filosofia esotérica ensina que a história avança em espiral, e que existe um ciclo de cem anos, entre outros ciclos.
 
Neste processo, enquanto uma lição não é aprendida, é preciso enfrentá-la de novo, tantas vezes quantas necessárias.
 
Os conflitos armados são um exemplo disso.
 
Atrás de cada guerra provocada pelo mundo ocidental, atuam sempre as fábricas de armamento, estimulando o erro e a ignorância para aumentar seus lucros.
 
Referindo-se à primeira guerra mundial, o teosofista e oficial do exército brasileiro Raymundo Pinto Seidl escreveu, em agosto de 1918:
 
* “A grande tempestade de sangue, de ferro e de fogo continua a devastar terras europeias, repercutindo em todo o planeta, semeando a viuvez e a orfandade, destruindo velhos monumentos da civilização ocidental, talando os campos. E nos ares, sobre a terra e debaixo da terra, na superfície dos mares e debaixo das ondas, milhões de homens se digladiam, armas em punho, ferindo e matando com fúria infernal. A humanidade assiste à derrocada de uma civilização.”
 
* “… É indispensável que todas as nações, aproveitando a dolorosa lição atual, reconheçam que a Paz somente reinará no planeta quando o santo princípio da Fraternidade Universal constituir a nota fundamental das relações entre os povos, entre as classes sociais, entre os sexos. Enquanto houver na Terra povos explorados por outros (…); enquanto dentro das nações existirem classes sociais dominantes e classes sociais dominadas e exploradas; enquanto o homem não reconhecer que a mulher tem os mesmos direitos civis que ele; enquanto os animais continuarem a ser vítimas da gula e da ferocidade dos comedores de cadáveres - por certo, não reinará a Paz na Terra permanentemente.” 
 
* “Somente a difusão da Fraternidade entre todos os povos, e a extirpação da heresia da separatividade, levar-nos-ão ao reconhecimento da lei da Unidade, segundo a qual todos os seres constituem um Ser Único, manifestação de Deus no plano objetivo, e mudarão de fato e definitivamente o aspecto da vida humana sobre a Terra.”
 
* “É preciso que se cumpra, por toda parte e sempre, a lei da Fraternidade. Os sofrimentos de agora não são mais do que as reações cármicas dos maus atos, das más palavras e maus pensamentos de outrora. Todos nós, mais ou menos diretamente, concorremos, portanto, para a dolorosa tragédia de hoje.”
 
* “Cumpre que aproveitemos a dolorosa lição, fazendo transcender o amor da nossa família até a nossa pátria; o amor da pátria até a humanidade; da humanidade, a Deus.”
 
* “Depende da nossa compreensão das leis divinas que regem a vida, e da exata obediência a estas leis, firmar-se a paz.”
 
* “A felicidade na Terra não é uma dádiva dos céus. O homem deve conquistá-la pelo seu esforço perseverante e consciente. E é tempo de fazê-lo.” [1]
 
O programa de ação dos teosofistas e de outros cidadãos de boa vontade inclui um bom número de itens, em diversos níveis de consciência.
 
Entre eles estão:
 
1) Aprender com os fracassos humanos;
 
2) Deixar de insistir nos mesmos erros; e
 
3) Reconhecer a existência da lei do Carma.
 
Nada impede a chamada civilização ocidental de deixar de lado as formas mais grosseiras da sua própria falta de bom senso. Talvez a humanidade tenha algumas coisas a aprender dos macacos: entre elas, respeito pela vida.
 
Cabe a cada um de nós, ao redor do mundo, abster-se de ações egoístas, agir conforme uma ética elevada, e tomar providências práticas para reduzir o tamanho da sua ignorância. 
 
Om, shanti.
 
NOTA:
 
[1] Todas as citações foram transcritas do artigo “O Quarto Aniversário da Grande Tragédia”, de Raymundo Pinto Seidl, publicado na revista “O Theosophista”, Rio de Janeiro, agosto de 1918, pp. 69-70. A ortografia foi atualizada. O texto está publicado na íntegra nos websites associados: “Quarto Ano da Guerra Mundial - 1918”. Raymundo Pinto Seidl pode ser considerado o principal pioneiro do movimento teosófico no Brasil. Veja “General Raymundo Pinto Seidl”.
 
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O texto “As Guerras Como Colheita do Carma” foi publicado como item independente pelos websites associados no dia 29 de maio de 2022. 
 
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Leia mais:
 
 
 
* “O Duque de Caxias” (O livro clássico de Raymundo Pinto Seidl).
 
* “Carta de Seidl Para Gervásio, Sem Data” (Um Exemplo da Postura Teosófica Diante da Morte).
 
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