O Correto é Examinar a Si Mesmo Todo
Dia à Luz do Ideal de Aperfeiçoamento Humano
Carlos Cardoso Aveline
Em agosto de 2022, enquanto falava sobre o poder espiritual da oração, mencionei o fato de que Helena Blavatsky não aprovava a prática de meditação passiva e imóvel. [1]
Abordando a questão de improviso, não citei então as devidas fontes bibliográficas: cumpro esta tarefa agora.
Não há dúvida de que Blavatsky condena a prática da meditação imóvel “contemplativa”. Ela toma posição a respeito em artigo escrito para os alunos da Escola Esotérica que ela própria fundou em 1888.
Blavatsky afirma que em nove de cada dez casos esta prática provoca problemas mediúnicos (subconscientes), ou total decepção com o caminho espiritual. A posição dela a respeito é veemente. O praticante sem experiência fica à mercê de forças astrais inferiores e é levado na maior parte dos casos a graves formas de desorientação espiritual.
O que Blavatsky recomenda é o seguinte:
“É excelente prática uma autêntica concentração e meditação, consciente e cautelosa, focada no seu próprio eu inferior, feita à luz do ser divino interior e à luz das Paramitas (as qualidades espirituais). Mas ‘sentar para praticar Ioga’, com apenas um conhecimento superficial e com frequência distorcido da real prática é quase sempre fatal; porque em nove de cada dez casos o estudante vai desenvolver poderes mediúnicos em si mesmo ou perderá tempo e ficará decepcionado tanto com a prática quanto com a teoria. Antes que o praticante se apresse a fazer uma experiência tão perigosa e tente ir além de um minucioso exame do seu próprio eu inferior e da caminhada do eu inferior pela vida, ou o que é chamado na nossa terminologia de ‘Registro da Vida Diária do Chela’, ele deve aprender pelo menos a diferença entre os dois aspectos da ‘Magia’, o aspecto Branco ou Divino, e o aspecto Escuro ou Demoníaco. E deve ter garantias de que, ao ‘sentar para praticar Ioga’, sem experiência, e sem guia para mostrar a ele os perigos, ele não cruzará diariamente e a todo momento as fronteiras do Divino para cair no Satânico.” [2]
O que se deve fazer, portanto, é observar o nosso eu inferior à luz do ideal espiritual e ético ensinado pela teosofia, de modo a encurtar a distância entre o ideal e a prática, tanto em pensamento quanto em ações. Como diz um ditado popular, “mente parada é oficina do demônio”.
Neste caso - como em outros - a sabedoria popular é amiga da filosofia esotérica. A mente deve elevar-se até o mundo divino por mérito próprio, graças ao uso da força de vontade.
O severo alerta de Helena Blavatsky é reforçado por Damodar Mavalankar, seu assistente direto, no artigo “A Contemplação”, que está disponível nos nossos websites associados. O subtítulo do artigo de Damodar é significativo: “A Verdadeira Meditação Ocorre nas 24 Horas do Dia”. [3]
O Que Dizem as Regras da Escola
Um Mahatma Esclarece o Tema
Este processo de treinamento é descrito por um mestre de sabedoria na Carta II para Laura Holloway:
“Como pode você discernir o real do irreal, o verdadeiro do falso? Só através do autodesenvolvimento. Como conseguir isso? Primeiro, precavendo-se contra as causas do autoengano. E isso você pode fazer dedicando-se, em determinada hora ou horas fixas, a cada dia, totalmente só, à autocontemplação, a escrever, a ler, a purificar suas motivações, a estudar e corrigir seus erros, ao planejamento do seu trabalho na vida externa. Estas horas deveriam ser reservadas como algo sagrado para este propósito, e ninguém, nem mesmo o seu amigo ou seus amigos mais íntimos, deveria estar com você naquele momento. Pouco a pouco sua visão ficará clara, você descobrirá que as névoas se dissipam, que suas faculdades interiores se fortalecem (…).”
Este processo de treinamento é descrito por um mestre de sabedoria na Carta II para Laura Holloway:
“Como pode você discernir o real do irreal, o verdadeiro do falso? Só através do autodesenvolvimento. Como conseguir isso? Primeiro, precavendo-se contra as causas do autoengano. E isso você pode fazer dedicando-se, em determinada hora ou horas fixas, a cada dia, totalmente só, à autocontemplação, a escrever, a ler, a purificar suas motivações, a estudar e corrigir seus erros, ao planejamento do seu trabalho na vida externa. Estas horas deveriam ser reservadas como algo sagrado para este propósito, e ninguém, nem mesmo o seu amigo ou seus amigos mais íntimos, deveria estar com você naquele momento. Pouco a pouco sua visão ficará clara, você descobrirá que as névoas se dissipam, que suas faculdades interiores se fortalecem (…).”
(“Cartas dos
Mestres de Sabedoria”, Ed. Teosófica, Brasília, p. 146.)
Monges Tibetanos São Geralmente
Desinformados
Outra dúvida frequente diz respeito ao que Helena Blavatsky realmente pensava sobre os monges tibetanos. Graças a alguns filmes imaginativos de Hollywood, eles são hoje endeusados pelos ocidentais mais ingênuos como se fossem todos grandes sábios.
Helena Blavatsky esteve várias vezes no Tibete, em contato com mestres de sabedoria e seus discípulos mais imediatos. Ela conhecia bem o país e não tinha ilusões a respeito. Com conhecimento de primeira mão, Blavatsky afirmou que os monges tibetanos “são na maior parte dos casos tolos e ignorantes”. Estas são as palavras dela, e podem ser encontradas, por exemplo, na página 107 da extraordinária biografia “Helena Blavatsky”, de Sylvia Cranston.[4]
A verdade é que, em qualquer país, poucos monges budistas têm acesso à filosofia esotérica autêntica. A maior parte deles permanece no nível exotérico, formal e superficial, do budismo. O Tibete está longe de ser uma exceção. Nas linhas finais da Carta 68, em “Cartas dos Mahatmas” - Editora Teosófica, Brasília, vol. I - vemos que um Mestre participa pessoalmente de cerimônias do budismo no Tibete. Mas ele admite que as vê apenas como “bolhas resplandecentes para divertir os bebês”, ou seja, como meras atividades infantis, se comparadas com a teosofia.
NOTAS:
[1] O programa “Vida Inteligente” sobre o poder espiritual da oração está aqui.
[2] Veja as páginas 603-604 do volume XII dos “Collected Writings” (Escritos Reunidos) de Helena Blavatsky, TPH, EUA.
[3] Clique para ler “A Contemplação”, de Damodar K. Mavalankar.
[4] “Helena Blavatsky”, Ed. Teosófica, Brasília, 1997, 678 páginas. Subtítulo da obra: “A Vida e a Influência Extraordinária da Fundadora do Movimento Teosófico Moderno”.
000
O texto “Blavatsky Condena a Meditação Imóvel”
foi publicado nos websites associados no dia 16 de agosto de 2022.
000
Leia mais:
* A Prática da Oração Constante.
* A Pedagogia Teosófica.
* Poemas Filosóficos e Orações de Diversos Autores.
* Calamidades e Bênçãos no Século 21.
000
Outra dúvida frequente diz respeito ao que Helena Blavatsky realmente pensava sobre os monges tibetanos. Graças a alguns filmes imaginativos de Hollywood, eles são hoje endeusados pelos ocidentais mais ingênuos como se fossem todos grandes sábios.
Helena Blavatsky esteve várias vezes no Tibete, em contato com mestres de sabedoria e seus discípulos mais imediatos. Ela conhecia bem o país e não tinha ilusões a respeito. Com conhecimento de primeira mão, Blavatsky afirmou que os monges tibetanos “são na maior parte dos casos tolos e ignorantes”. Estas são as palavras dela, e podem ser encontradas, por exemplo, na página 107 da extraordinária biografia “Helena Blavatsky”, de Sylvia Cranston.[4]
A verdade é que, em qualquer país, poucos monges budistas têm acesso à filosofia esotérica autêntica. A maior parte deles permanece no nível exotérico, formal e superficial, do budismo. O Tibete está longe de ser uma exceção. Nas linhas finais da Carta 68, em “Cartas dos Mahatmas” - Editora Teosófica, Brasília, vol. I - vemos que um Mestre participa pessoalmente de cerimônias do budismo no Tibete. Mas ele admite que as vê apenas como “bolhas resplandecentes para divertir os bebês”, ou seja, como meras atividades infantis, se comparadas com a teosofia.
NOTAS:
[1] O programa “Vida Inteligente” sobre o poder espiritual da oração está aqui.
[2] Veja as páginas 603-604 do volume XII dos “Collected Writings” (Escritos Reunidos) de Helena Blavatsky, TPH, EUA.
[3] Clique para ler “A Contemplação”, de Damodar K. Mavalankar.
[4] “Helena Blavatsky”, Ed. Teosófica, Brasília, 1997, 678 páginas. Subtítulo da obra: “A Vida e a Influência Extraordinária da Fundadora do Movimento Teosófico Moderno”.
000