A Essência do Natal Não
Pode
Ser Encontrada no Mundo
Externo
Carlos Cardoso Aveline
Carlos Cardoso Aveline
A celebração do amor universal é feita pouco
antes de virarmos mais uma vez a página sagrada do ciclo de doze meses, no
Livro da Vida.
Para a filosofia esotérica, a
verdadeira celebração do Natal ocorre no coração
humano, e é lá que se encontra o mais importante dos presépios. No coração vive
e renasce o nosso “eu” mais elevado. A experiência é iniciática. Cada elemento
do presépio externo pode ser reconhecido como um símbolo do Caminho para a
Sabedoria.
As condições do inverno do Hemisfério Norte correspondem ao
processo de provações e testes que antecede à iniciação. As ovelhas representam a
suavidade de alma necessária para transcender as dificuldades externas.
O burro significa humildade e serviço altruísta, que
compensam e reduzem alguns dos sofrimentos da vida. Uma cabra é um símbolo da
persistência necessária para subir até a altura do espírito imortal.
As fracas chamas acesas ao redor do recém-nascido são as
luzes da alma espiritual, sempre precárias no meio da noite do materialismo e
da ignorância. Os pais da criança, e as outras crianças presentes, representam
a humanidade. O galo anunciará o novo dia.
Uma vaca, frequentemente presente na cena, representa a Vida
como um todo e por isso ela é sagrada na Índia. Uma estrela no céu, brilhando
sobre o presépio, representa Atma e a Lei Universal. A cena inteira constitui
um estudo sobre a comunhão, ou unidade na diversidade. Este é um dos temas
centrais das grandes iniciações.
A cada ano, nascemos durante o Natal para recomeçar a viver de
modo melhor no Ano Novo. Ao longo deste ciclo e de outros, aprendemos a existir
em unidade consciente com a nossa invisível Estrela no céu.
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