Um Desafio Alquímico
Para os Cidadãos do Século 21
Carlos Cardoso Aveline
Carlos Cardoso Aveline
Uma
imagem histórica de Jerusalém
O
território
de Israel é um centro magnético de importância decisiva para a etapa atual do
carma humano.
É
o principal berço dos três monoteísmos básicos da nossa civilização. No seu solo e na
alma dos seus habitantes está registrada uma memória de sabedoria e ignorância
que vem desde uma remota antiguidade.
Cidade
sagrada para várias religiões, Jerusalém tem sido motivo constante de guerra e de
discórdia, e serve como desculpa para crueldades de que animal nenhum seria
capaz.
O
judaísmo é a mais antiga das três religiões monoteístas. É também - de longe -
a religião mais injustamente perseguida dos últimos dois mil anos. Talvez
nenhum povo tenha sido tão odiado, durante tanto tempo e de modo tão violento,
quanto o povo judaico. Mas os seres humanos ficam fortalecidos moralmente
quando resistem à perseguição injusta. O judaísmo está hoje mais vivo que
nunca, dos pontos de vista ético, filosófico e humano.
A
ética do Sinai é de uma profundidade extraordinária. [1] O judaísmo se enfrenta sem medo com o relativismo ético
denunciado por Erich Fromm. Ainda é uma religião imperfeita, marcada pela luta
entre o dogmatismo e a criatividade. Tem muito por aprender. Mesmo assim,
floresce na aprendizagem ética.
Israel,
como país, é uma grande cooperativa democrática e parlamentarista, um local
utópico que reflete em si o caos criativo e as contradições existentes na alma
humana.
O
Oriente Médio inclui Irã, Iraque, Síria, Turquia e outros países. Constitui um
laboratório humano que funciona em altas temperaturas cármicas. Nele o chumbo
da ignorância política e religiosa lentamente se transforma no ouro da
sabedoria eterna e da fraternidade universal. O islamismo, a mais violenta das
religiões de hoje, deve abandonar o atual desprezo pela vida e o culto à morte.
Isso está sendo feito aos poucos. Israel, que conta com amigos entre os países
árabes moderados, é um ponto de transformação alquímica para todo o Oriente
Médio, e também tem algo importante a dizer à humanidade em seu conjunto.
As
raízes ocidentais da nossa civilização são gregas, romanas e judaicas. A parte hebraica
das nossas origens, porém, começou a ser negada pelos sacerdotes cristãos logo
depois que eles se apropriaram da Bíblia dos judeus.
A
própria Torá judaica tem origens mais antigas, conforme Helena Blavatsky mostra
em seus escritos. Todos os povos são irmãos, e eles têm muito a aprender uns
com os outros, à medida que aceitam compartilhar a sabedoria universal.
As
organizações terroristas que se consideram islâmicas e desprezam a vida em nome
de Alá deveriam mudar de ponto de vista e ver o islamismo como uma religião de
paz.
Judeus
e muçulmanos não são necessariamente adversários. Pertencem na verdade a duas
tradições irmãs. Há muçulmanos em Israel, assim como há judeus em países
árabes.
Não
importa se somos budistas, hinduístas, taoistas, judeus, cristãos, ateus ou
muçulmanos. Devemos todos caminhar para a fraternidade universal, e isso precisa
ser feito com a firmeza ética e o rigor indispensáveis quando se trata de optar
pelo que é correto. Os cidadãos de boa vontade não devem proteger atos de
terrorismo. Não cabe lavar as mãos diante de atitudes sistemáticas de
desrespeito pela vida. É hora de acordar para a lei da ajuda mútua.
NOTA:
[1]
Veja, por exemplo, a obra “A Ética do Sinai”, Irving M. Bunim, Ed. e Livraria
Sêfer, São Paulo, 526 pp., 2001.
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O artigo acima foi publicado pela primeira vez em 28 de Julho de
2014. Também está disponível em inglês, sob o título de “Theosophy and the Middle East”.
Veja os textos “Onze
Aforismos da Tradição Judaica”, “A
Teosofia e a Segunda Guerra Mundial” ,“O Islamismo é Maior Que a Violência” e “Meditação pelo Despertar Planetário”, cujo autor é Carlos
Cardoso Aveline. Eles podem ser encontrados em nossos websites associados.
Em inglês, e do mesmo autor, estão publicados em nossos websites os
artigos “Meditating on Peace in the Middle East”, “Occult
Roots of Religious Violence” e “A
Jewish Esoteric School”. De autoria de Albert Einstein, não deixe de
ver o texto “Why Do They Hate the
Jews?”.
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