28 de julho de 2014

A Teosofia e o Oriente Médio

Um Desafio Alquímico
Para os Cidadãos do Século 21

Carlos Cardoso Aveline

Uma imagem histórica de Jerusalém



O território de Israel é um centro magnético de importância decisiva para a etapa atual do carma humano.   

É o principal berço dos três monoteísmos básicos da nossa civilização. No seu solo e na alma dos seus habitantes está registrada uma memória de sabedoria e ignorância que vem desde uma remota antiguidade.

Cidade sagrada para várias religiões, Jerusalém tem sido motivo constante de guerra e de discórdia, e serve como desculpa para crueldades de que animal nenhum seria capaz.

O judaísmo é a mais antiga das três religiões monoteístas. É também - de longe - a religião mais injustamente perseguida dos últimos dois mil anos. Talvez nenhum povo tenha sido tão odiado, durante tanto tempo e de modo tão violento, quanto o povo judaico. Mas os seres humanos ficam fortalecidos moralmente quando resistem à perseguição injusta. O judaísmo está hoje mais vivo que nunca, dos pontos de vista ético, filosófico e humano.

A ética do Sinai é de uma profundidade extraordinária. [1] O judaísmo se enfrenta sem medo com o relativismo ético denunciado por Erich Fromm. Ainda é uma religião imperfeita, marcada pela luta entre o dogmatismo e a criatividade. Tem muito por aprender. Mesmo assim, floresce na aprendizagem ética.

Israel, como país, é uma grande cooperativa democrática e parlamentarista, um local utópico que reflete em si o caos criativo e as contradições existentes na alma humana.

O Oriente Médio inclui Irã, Iraque, Síria, Turquia e outros países. Constitui um laboratório humano que funciona em altas temperaturas cármicas. Nele o chumbo da ignorância política e religiosa lentamente se transforma no ouro da sabedoria eterna e da fraternidade universal. O islamismo, a mais violenta das religiões de hoje, deve abandonar o atual desprezo pela vida e o culto à morte. Isso está sendo feito aos poucos. Israel, que conta com amigos entre os países árabes moderados, é um ponto de transformação alquímica para todo o Oriente Médio, e também tem algo importante a dizer à humanidade em seu conjunto.

As raízes ocidentais da nossa civilização são gregas, romanas e judaicas. A parte hebraica das nossas origens, porém, começou a ser negada pelos sacerdotes cristãos logo depois que eles se apropriaram da Bíblia dos judeus.  

A própria Torá judaica tem origens mais antigas, conforme Helena Blavatsky mostra em seus escritos. Todos os povos são irmãos, e eles têm muito a aprender uns com os outros, à medida que aceitam compartilhar a sabedoria universal.  

As organizações terroristas que se consideram islâmicas e desprezam a vida em nome de Alá deveriam mudar de ponto de vista e ver o islamismo como uma religião de paz.

Judeus e muçulmanos não são necessariamente adversários. Pertencem na verdade a duas tradições irmãs. Há muçulmanos em Israel, assim como há judeus em países árabes.

Não importa se somos budistas, hinduístas, taoistas, judeus, cristãos, ateus ou muçulmanos. Devemos todos caminhar para a fraternidade universal, e isso precisa ser feito com a firmeza ética e o rigor indispensáveis quando se trata de optar pelo que é correto. Os cidadãos de boa vontade não devem proteger atos de terrorismo. Não cabe lavar as mãos diante de atitudes sistemáticas de desrespeito pela vida. É hora de acordar para a lei da ajuda mútua.    

NOTA:

[1] Veja, por exemplo, a obra “A Ética do Sinai”, Irving M. Bunim, Ed. e Livraria Sêfer, São Paulo, 526 pp., 2001.

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O artigo acima foi publicado pela primeira vez em 28 de Julho de 2014. Também está disponível em inglês, sob o título de “Theosophy and the Middle East”. 

Veja os textos “Onze Aforismos da Tradição Judaica”, “A Teosofia e a Segunda Guerra Mundial” ,“O Islamismo é Maior Que a Violência” e “Meditação pelo Despertar Planetário”, cujo autor é Carlos Cardoso Aveline. Eles podem ser encontrados em nossos websites associados.

Em inglês, e do mesmo autor, estão publicados em nossos websites os artigos “Meditating on Peace in the Middle East”, “Occult Roots of Religious Violence” e  “A Jewish Esoteric School”. De autoria de Albert Einstein, não deixe de ver o texto “Why Do They Hate the Jews?”.

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