Um Ponto de Vista Correto Para Olhar a
Realidade
John Garrigues
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Nota
Editorial:
A matemática e a geometria têm dimensões
sagradas, e o texto a seguir estimula uma
visão geométrica da vida. A partir de uma
percepção da unidade de cada indivíduo
com o planeta Terra, o artigo mostra a
relação
direta inevitável que há entre três
fatores: 1) A
obtenção de um verdadeiro
autoconhecimento;
2) O desenvolvimento de uma visão planetária e
impessoal da vida; e 3) O cumprimento
individual do
dever ético. O texto é um guia para
meditação, e está
diretamente ligado às primeiras páginas do
Proêmio da
obra “A Doutrina Secreta”, de Helena P.
Blavatsky.
“O Centro Interno de Equilíbrio” foi
publicado pela
primeira
vez, sem nome de autor, na revista “Theosophy”,
de Los
Angeles, em maio de 1922, p. 221. Uma análise
do seu
conteúdo e estilo indica que foi escrito por John
Garrigues
(1868-1944). Título Original: “A
View-Point”.
(Carlos
Cardoso Aveline)
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Exatamente
no centro da Terra há um ponto de perfeito equilíbrio. Vacilar a partir dele em
qualquer direção provoca uma perda de equilíbrio e coloca em ação forças
instáveis. Este é um fato multidimensional.
Cada esfera,
desde um átomo até o sistema solar, tem o seu ponto de equilíbrio. É nele que
todas as forças têm igual influência e a harmonia reina suprema.
É nele que
podemos encontrar o nosso lugar, num plano que não é demasiado elevado, nem
demasiado baixo. Este é o ponto que podemos considerar realmente nosso. Ele não
é nosso no sentido de posse pessoal, mas no sentido de que nele encontramos o
lugar próprio para aquilo que é Supremo.
Uma vez que
encontramos o ponto de equilíbrio em nós próprios, reconhecemos que ele está em
toda parte, e o vemos como Aquilo sobre o qual todos os mundos se apoiam. Não
chegamos ao ponto de equilíbrio indo para um ou outro lugar, mas simplesmente
reconhecendo-o.
Quando isso
acontece, podemos observar com clareza a ação das forças que fluem do mundo
interno para o mundo externo, e do mundo externo para o interno. Os pares de
opostos da vida podem ser vistos então como simples linhas de energia,
divergentes, vibrantes, espalhando-se desde o centro para a circunferência
ilimitada do círculo, e vindo de volta para o centro, passando pela sombra
externa que rodeia o eu superior.
Expressões como
“uma meta estável”, ou “meditação de uma vida inteira”[1] só fazem sentido quando vemos
que uma coisa é agir em qualquer direção a partir deste centro, e outra coisa,
muito diferente, é deixar que a consciência siga esta ou aquela linha de força,
até que a consciência fique identificada com tempo, lugar e condição. A identificação com o que é agradável ou
desagradável, com dor e prazer ou esperança e desânimo, é o resultado desta
perda de equilíbrio.
Este lugar não é
um “lugar” situado no espaço e no tempo. Quando ele é percebido pelo sentimento
e pela compreensão, então nós vemos que o nosso dever mais elevado consiste em
esforçar-nos com uma firme determinação para permanecer em paz e em contato com
o centro de equilíbrio, sem perturbar-nos por coisa alguma que possa acontecer.
Nosso dever consiste em agir desde este centro para equilibrar gradualmente
todas as causas e efeitos dentro da nossa esfera de ação, mesmo que sejam
necessárias várias encarnações para conseguir a meta. O chamado mito da “música
das esferas” não é um mito, mas uma realidade transcendental.
Deste ponto de
vista, parece simplesmente absurdo que alguma vez tenhamos desejado cumprir um
dever que não era o nosso, ou ocupar o lugar de outra pessoa, por mais
agradável que ele pudesse parecer quando comparado com a desarmonia e as
limitações que nos rodeiam.
Cada ser humano
deve fazer os ajustes adequados dentro da sua própria esfera. Ao fazê-los, ele
não trabalha apenas para o seu bem individual, mas para o bem de todos, porque
percebe que este centro é o único Centro de tudo o que há. [2]
Assim, é inútil
arrepender-se ou lamentar-se, ou ter vontade de estar em qualquer outro lugar
diferente daquele em que se está. Em algum momento, em algum lugar, cada
indivíduo deve realizar esta tarefa. Mantendo uma firmeza de sentimentos,
podemos Erguer-nos e dedicar-nos, com uma decisão inabalável, ao cumprimento
do nosso dever.
NOTAS:
[1] Em teosofia original, pratica-se meditação ou contemplação durante as 24
horas do dia. Isso pode ser chamado de “meditação da vida inteira”. Veja o
texto “A Contemplação”, de Damodar Mavalankar, que pode ser encontrado nos
Websites Associados. (CCA)
[2] Segundo a filosofia esotérica, a vida é um círculo cuja circunferência não
está em parte alguma, e cujo centro está em toda parte. O chamado “círculo de
Pascal” é discutido em “A Doutrina Secreta”, de H. P. Blavatsky. (CCA)
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Sobre o mistério do despertar individual
para a sabedoria do universo, leia a edição luso-brasileira de “Luz no Caminho”, de M. C.
Com tradução, prólogo e notas de Carlos
Cardoso Aveline, a obra tem sete capítulos, 85 páginas, e foi publicada em 2014
por “The Aquarian Theosophist”.
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