Um Diálogo Entre As
Plêiades e a Alma Humana
Carlos Cardoso Aveline
A Lua
Cheia do mês de maio é um dos momentos mais marcantes do ciclo anual. Associada
a Vaisakh ou Wesak - um mês da tradição hindu e budista - a lua cheia de maio é
uma ocasião em que ocorre certo diálogo entre a Lua, a Terra, o Sol e as
Plêiades.
É
necessário admitir que o evento anual de Vaisakh tem sido amplamente deturpado
por gerações de pseudoteosofistas.
Foi
fabricada de modo pouco inteligente uma cerimônia ritualista envolvendo falsos
mestres de sabedoria. As farsas antropomórficas em torno de Vaisakh foram produzidas pelos seres desorientados que governaram a Sociedade de Adyar entre 1900 e 1934, e cujos discípulos ainda a governam hoje, em seu
ciclo inevitável de decadência.
Toda
mentira está condenada a imitar a verdade.
Ao
desmistificar a ilusão, percebemos os fatos reais. A Lua Cheia de maio é um
evento sagrado, em sua dimensão transcendente e celestial. O diálogo silencioso
entre Lua Cheia, Terra, Sol e Plêiades ocorre ao mesmo tempo no macrocosmo e no
microcosmo. Ele se desdobra no céu e também
no coração de cada ser humano, especialmente na consciência daqueles que buscam
a sabedoria universal.
Associada popularmente ao
Senhor Buddha, a inspiração impessoal que desce sobre a humanidade quando o Sol
está em Touro inclui um contato com a influência oculta dos Sete Rishis. Situados na constelação Ursa Maior, os Rishis estão
mitologicamente associados às “Sete Irmãs” ou Plêiades. Helena P. Blavatsky
escreve em “A Doutrina Secreta”:
“…
São eles, os Sete Rishis, que marcam o tempo e a duração dos acontecimentos em
nosso ciclo setenário de vida. Eles são tão misteriosos como as suas supostas
esposas, as Plêiades (…).” [1]
E
H. P. B. acrescenta:
“As
Plêiades, como se sabe, são as sete
estrelas situadas no limite de Touro, que aparecem no começo da primavera [do hemisfério Norte]. Elas têm um
significado bastante oculto na filosofia esotérica do hinduísmo, e estão
ligadas ao som e outros princípios
místicos da Natureza.” [2]
As
“sete irmãs” cumprem um papel decisivo no Universo, tal como é visto desde o
nosso pequeno planeta:
“…
As Plêiades ocupam o centro da simbologia sideral. Estão situadas no pescoço da
constelação de Touro, e são
consideradas por Mädler e outros, em astronomia, como o grupo central do sistema da Via Láctea. Na Cabala e no
esoterismo do Oriente, elas são vistas como os
sete princípios siderais, nascidos do primeiro lado manifestado do
triângulo superior, o [triângulo]
oculto. Este lado manifestado é Touro
(...). As Plêiades (e especialmente Alcione) são, assim, consideradas,
inclusive em astronomia, como o ponto central em torno do qual gira o nosso Universo de estrelas fixas. São o
foco desde o qual e para o qual a respiração
divina, o MOVIMENTO, trabalha incessantemente...”. [3]
Sob
o signo de Touro, a lua cheia de abril-maio promove um diálogo entre as
Plêiades sagradas e a alma humana. É um momento especial para meditar: nele
flui uma inspiração transcendente e sem palavras. Constitui uma ocasião para
deixar de lado toda pressa ou distorção dos fatos da vida, e para permitir que
os conteúdos mentais e emocionais se reorganizem espontaneamente a partir de
uma nova e profunda onda de paz incondicional.
É
apropriado dormir mais tempo em torno do plenilúnio de maio, e abrir espaço na
agenda para práticas meditativas que não exijam esforço.
Cabe
viver um “recolhimento não declarado” nestes dois ou três dias, e adotar uma
atitude meditativa que não necessita ser formalizada como tal. O fluir da
energia superior transcende todo esforço por catalogá-lo ou classificá-lo. Vale
a pena dizer silenciosamente a nós próprios e aos outros:
Om,
shanti, paz a todos.
NOTAS:
[1] “The Secret Doctrine”, Helena P. Blavatsky, edição
original, vol. II,
p. 549. Clique aqui para ver a obra.
[2] “The Secret Doctrine”, Helena P. Blavatsky, vol. I, p. 648, nota
ao pé da página. Clique para ver.
[3] “The Secret Doctrine”, vol. II, página 551.
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Sobre o mistério do despertar individual
para a sabedoria do universo, leia a edição luso-brasileira de “Luz no Caminho”, de M. C.
Com tradução, prólogo e notas de Carlos
Cardoso Aveline, a obra tem sete capítulos, 85 páginas, e foi publicada em 2014
por “The Aquarian Theosophist”.
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