Uma Investigação Sobre a Passagem do Tempo
Augusto de Lima

Augusto de Lima
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Nota Editorial:
A brevidade da vida física, tema deste poema,
é compensada pela lei da reencarnação, que é a Lei da
Oportunidade Renovada. Augusto de Lima (1859-1934)
aborda a reencarnação no seu poema “Nostalgia
Panteísta”.
(CCA)
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Que importa à natureza o velho tema
do ser e do não
ser – o berço e a tumba,
se alguém folgue
no prazer, se à dor sucumba,
se ria ou chore,
se suspire ou gema?
Seio de mãe e
entranha de Saturno,
ela alimenta com
intenso afeto
tudo que produziu,
e por seu turno
devora avidamente
o próprio feto.
O trágico problema
em vão se agita,
à velha geração
sucede a nova,
e a cada novo ser,
que à luz palpita,
tece-se um berço,
rasga-se uma cova.
E o homem, de um só
dia peregrino,
de manhã deixa o
berço, mal desperta,
e ao voltar pela
noite - atroz destino!
acha o berço
ocupado, a cova aberta.
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O
poema acima foi reproduzido do volume “Poesias”, Augusto de Lima, Editora H.
Garnier, Rio de Janeiro / Paris, 1909, 300 pp., ver p. 107. A ortografia foi
atualizada.
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Para conhecer um diálogo documentado com a
sabedoria de grandes pensadores dos últimos 2500 anos, leia o livro “Conversas na Biblioteca”, de Carlos
Cardoso Aveline.

Com 28 capítulos e 170 páginas, a obra foi
publicada em 2007 pela editora da Universidade de Blumenau, Edifurb.
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