2 de julho de 2016

Voz das Coisas

Um Estudo Sobre a Sinfonia do Silêncio

Augusto de Lima 

Páginas de abertura do volume “Poesias”,  publicado em 1909



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Nota Editorial:

No poema a seguir, “vulgo” é apenas o cidadão
desatento diante da vida.  A “música dos sóis” é
a “música das esferas”. Este conceito pitagórico
e teosófico se refere à permanente combinação
e renovação das energias cósmicas, que ocorre
conforme a lei dos ciclos. Nas últimas linhas, a
consciência de um poeta abrange também a percepção
do místico e do estudante de filosofia esotérica.

(CCA)

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Voz das Coisas

Aos ouvidos do vulgo indiferente
passa o rumor das coisas. Quem me dera,
vertê-la em notas de harmonia austera,
o original guardando fielmente!

Quem não sabe cantar também não sente
a sinfonia que o silêncio gera,
através dos espaços, onde impera
a música dos sóis eternamente.

Sons vagos, indecisos e serenos
passam por ti, ó vulgo, sem ao menos
este rumor das coisas entenderes.

Entendê-lo somente ao poeta é dado,
que é seu destino andar arrebatado
na sugestiva música dos seres.


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O poema acima foi reproduzido do volume “Poesias”, Augusto de Lima, Editora H. Garnier, Rio de Janeiro / Paris, 1909,  300 pp., ver p. 242.  A ortografia foi atualizada.

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Sobre a ecologia da mente e a teosofia do ambiente natural, veja o livro  “A Vida Secreta da Natureza”, de Carlos Cardoso Aveline.


A obra foi publicada pela Editora Bodigaya, de Porto Alegre, tem 157 páginas divididas por 18 capítulos, e está na terceira edição, de 2007.

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