Como a Força
Criadora da
Mente Constrói a
Comunidade do Futuro
Carlos Cardoso
Aveline

“Pede, e te será dado; busca, e
acharás; bate à porta - e a porta se abrirá.”
(Novo Testamento cristão, Mateus,
7:7)
“Tudo o que somos é resultado do que pensamos no
passado. Tudo o que somos se baseia em nossos pensamentos
e é formado por nossos pensamentos. Se alguém fala ou age com
pensamento puro, a felicidade o acompanha assim como sua
própria sombra, que nunca se afasta dele.”
(“O Dhammapada” budista, Capítulo
1, Versículo 2)
A visualização a seguir desenvolve a potencialidade superior do ser humano,
destrói circuitos fechados de emoções negativas e abre espaço para uma regeneração
cultural. Como ação criadora, ela devolve ao cidadão a consciência de que os seus
pensamentos criam o futuro, individual e coletivo.
A respeito da lei natural em que a meditação se baseia, cabe levar em
conta estas palavras de Helena Blavatsky:
“Havendo uma certa intensidade da vontade, as
formas criadas pela mente se tornam subjetivas. Alucinações, elas são chamadas,
embora para o seu criador elas sejam tão reais quanto qualquer objeto visível é
para qualquer outro. Existindo uma concentração mais intensa e mais inteligente
desta vontade, a forma se tornará concreta, visível, objetiva; o homem terá
então aprendido o segredo dos segredos; ele se tornou um MÁGICO.” [1]
O exercício de visualização pode ser praticado individual ou
coletivamente. É boa ideia fazer com que ele aconteça em uma associação,
sindicato ou movimento comunitário. De preferência, deve ser escolhido um local
em que haja silêncio e ar puro.[2]
A sua realização regular tem um efeito mais forte do que uma ação apenas
eventual. Porém, ele é extremamente benéfico mesmo como um acontecimento
isolado.
Meditando
pelo Despertar Da Amazônia
1) Respire calma e profundamente. Deixe de lado preocupações com assuntos
pessoais de curto prazo.
2) Pense na dor centenária do povo brasileiro e amazônida. Calcule o sofrimento
coletivo no dia de hoje. Observe a sua própria dor. Reflita sobre o fato de que
é possível transmutar o sofrimento em sabedoria.
3) Reconheça que o apego à dor não é necessário. Admita que todo obstáculo é
fonte de lições. Perceba com calma que a tarefa do ser humano é crescer
interiormente, fortalecendo a vontade de fazer e viver o melhor.
4) Visualize a população da região amazônica inteira tirando lições de cada
desafio que enfrenta. Veja a sabedoria e a solidariedade permeando as relações
entre todos, e entre os seres humanos e a natureza. Imagine a população a
despertar para a força ilimitada da ajuda mútua.
5) Mantenha diante de si, por um instante, a imagem de cada comunidade acordando
para a solução fraterna dos seus problemas. Enxergue a Amazônia sul-americana
fazendo parte de uma civilização globalmente solidária em que cada nação é
profundamente respeitada. A maior riqueza de um povo é a boa vontade combinada
ao discernimento. O destino de uma nação está ligado ao destino das suas
florestas. Consciente ou inconscientemente, as comunidades tratam a si próprias
tal como tratam as suas árvores.
6) Veja os meios de comunicação social da Amazônia atuando a serviço da
vida, buscando e transmitindo sabedoria. Visualize uma espécie de assembleia
geral permanente do povo amazônida, cujo tema seja como atuar a cada momento de modo correto, em
harmonia com o ambiente aquático e florestal. Enxergue rádio, televisão e jornais da região criando mecanismos
de ajuda mútua e de preservação da natureza. Fortaleça seu compromisso pessoal com
esta visão.
7) Visualize por alguns instantes dirigentes políticos sinceros sendo leais
ao povo da Amazônia e do Brasil. Imagine a Amazônia e o Brasil como territórios
em que reina a ética. Guarde consigo esta imagem revolucionária. Veja a si
mesmo como corresponsável pelo despertar coletivo.
Faça com que esta visão elevada permaneça mais forte que os sentimentos antigos
e rotineiros.
Deste modo você desenvolve de modo correto o poder da sua vontade, enquanto
acelera o surgimento da civilização do futuro.
NOTAS:
[1] Helena P. Blavatsky,
em “Isis Unveiled”, Theosophy Co., Los Angeles, Vol. I, p. 62. Veja também a
edição brasileira, “Ísis Sem Véu”, Ed. Pensamento, volume I, capítulo II.
[2] O momento da lua
nova e o momento da lua cheia parecem ser especialmente adequados para esta
atividade.
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Uma versão inicial da meditação acima foi publicada no livro “A Informação
Solidária”, de Carlos Cardoso Aveline, Edifurb, Blumenau, SC, 86
pp., 2001, pp. 72-74.
Veja os textos “Meditando Pelo Despertar do Brasil”, “Meditando Pelo Despertar de Portugal”, “A Feliz Cidade do
Futuro” e “O Brasil e a Força do
Pensamento”. Foram escritos pelo mesmo autor e estão
disponíveis em nossos websites associados.
“Meditando Pelo Despertar da Amazônia” foi publicado pela primeira vez em janeiro de
2017.
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Para conhecer um diálogo documentado com a sabedoria de grandes pensadores
dos últimos 2500 anos, leia o livro “Conversas
na Biblioteca”, de Carlos Cardoso Aveline.

Com 28 capítulos e 170 páginas, a obra foi publicada em 2007 pela editora da
Universidade de Blumenau, Edifurb.
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