Comer Corretamente Faz
Parte do Estudo da Filosofia Esotérica
Carlos Cardoso Aveline
“Que o alimento
seja teu remédio, e teu remédio seja o alimento”.
Válido
em todas as épocas, este axioma atribuído a Hipócrates é um princípio central
em teosofia, por várias razões.
Em
primeiro lugar, a ideia indica a relação correta entre o indivíduo e o ato de
alimentar-se. A comida deve ser fonte de saúde. É uma grave distorção olhar
para ela como mera fonte de prazer, como muitos fazem hoje. E isso constitui
parte da Raja Ioga: o autoconhecimento é o oposto do prazer imediato.
Em
segundo lugar, o axioma hipocrático indica a importância da saúde - física e
emocional - na busca da sabedoria.
Uma
terceira razão pela qual o princípio tem importância teosófica está no fato de
que a filosofia esotérica trabalha em aliança com a Natureza e através dos
métodos dela. Com o tipo certo de alimento, a Natureza nos oferece substâncias
curadoras que vêm até o nosso organismo de modo preventivo e antes que qualquer
doença se manifeste.
Isso
nos permite ter vidas mais saudáveis no plano físico e produzir pensamentos e
emoções mais puros. A influência psíquica do que se come constitui um fator
decisivo na vida humana, conforme tem sido demonstrado desde a antiguidade. Uma
refeição é um fato suficientemente importante para que seja vivido com calma, e
um mestre de sabedoria escreveu:
“O
conhecimento, para a mente, como o alimento para o corpo, destina-se a nutrir e
ajudar o crescimento, mas necessita ser bem digerido, e quanto mais completa e
lentamente for encaminhado o processo, melhor será para o corpo e a mente.” [1]
A
humanidade deve abster-se de toda crueldade para com os animais, inclusive na
alimentação. A teosofia apoia o vegetarianismo. Em seus “Collected Writings”,
Helena Blavatsky afirma que discípulos (avançados) da sabedoria oriental seguem
uma dieta baseada em frutas. [2]
Nas
“Cartas dos Mahatmas”, um mestre recomenda a um discípulo leigo o livre uso de
frutos na sua alimentação.[3] O
ensaio teosófico “O Elixir da Vida” afirma que nossa dieta deveria ser
“inocente e simples”, e acrescenta: “As frutas e o leite são normalmente o
melhor.” [4]
Pesquisas
extensas de Alfons Balbach e outros autores comprovam e descrevem com segurança
os poderes curativos de dezenas de frutas, além de hortaliças e ervas naturais.
NOTAS:
[1] “Cartas dos Mahatmas”, Editora
Teosófica, Brasília, volume I, Carta 42, p. 193.
[2] “Collected Writings”, TPH, Volume
XIV, p. 164, nota de rodapé.
[3] “Cartas dos Mahatmas”, Editora
Teosófica, Brasília, volume I, Carta 72, p. 337.
[4] “The Elixir of
Life”, de G.M., em “Five Years of Theosophy”, Theosophy Co., Los Angeles,
575 pp., ver p. 24.
000
Uma versão inicial do artigo acima foi publicada sem indicação de
nome de autor na edição de março de 2017 de “O Teosofista”, pp. 9-10, sob o título de “Discernimento em Relação
a Comida”.
000
Veja em nossos
websites associados o artigo “A Explicação
dos Jejuns”, de Helena Blavatsky, e também “A Ética da Alimentação Vegetariana” e “A Consciência do Estômago”, de Carlos Cardoso Aveline.
000