30 de março de 2017

As Refeições do Peregrino

Comer Corretamente Faz
Parte do Estudo da Filosofia Esotérica

Carlos Cardoso Aveline

As Refeições do Peregrino



Que o alimento seja teu remédio, e teu remédio seja o alimento”.

Válido em todas as épocas, este axioma atribuído a Hipócrates é um princípio central em teosofia, por várias razões.

Em primeiro lugar, a ideia indica a relação correta entre o indivíduo e o ato de alimentar-se. A comida deve ser fonte de saúde. É uma grave distorção olhar para ela como mera fonte de prazer, como muitos fazem hoje. E isso constitui parte da Raja Ioga: o autoconhecimento é o oposto do prazer imediato.

Em segundo lugar, o axioma hipocrático indica a importância da saúde - física e emocional - na busca da sabedoria.

Uma terceira razão pela qual o princípio tem importância teosófica está no fato de que a filosofia esotérica trabalha em aliança com a Natureza e através dos métodos dela. Com o tipo certo de alimento, a Natureza nos oferece substâncias curadoras que vêm até o nosso organismo de modo preventivo e antes que qualquer doença se manifeste.

Isso nos permite ter vidas mais saudáveis no plano físico e produzir pensamentos e emoções mais puros. A influência psíquica do que se come constitui um fator decisivo na vida humana, conforme tem sido demonstrado desde a antiguidade. Uma refeição é um fato suficientemente importante para que seja vivido com calma, e um mestre de sabedoria escreveu:

“O conhecimento, para a mente, como o alimento para o corpo, destina-se a nutrir e ajudar o crescimento, mas necessita ser bem digerido, e quanto mais completa e lentamente for encaminhado o processo, melhor será para o corpo e a mente.” [1]

A humanidade deve abster-se de toda crueldade para com os animais, inclusive na alimentação. A teosofia apoia o vegetarianismo. Em seus “Collected Writings”, Helena Blavatsky afirma que discípulos (avançados) da sabedoria oriental seguem uma dieta baseada em frutas. [2]

Nas “Cartas dos Mahatmas”, um mestre recomenda a um discípulo leigo o livre uso de frutos na sua alimentação.[3] O ensaio teosófico “O Elixir da Vida” afirma que nossa dieta deveria ser “inocente e simples”, e acrescenta: “As frutas e o leite são normalmente o melhor.” [4]

Pesquisas extensas de Alfons Balbach e outros autores comprovam e descrevem com segurança os poderes curativos de dezenas de frutas, além de hortaliças e ervas naturais.

NOTAS:

[1] “Cartas dos Mahatmas”, Editora Teosófica, Brasília, volume I, Carta 42, p. 193.

[2] “Collected Writings”, TPH, Volume XIV, p. 164, nota de rodapé.

[3] “Cartas dos Mahatmas”, Editora Teosófica, Brasília, volume I, Carta 72, p. 337.

[4] “The Elixir of Life”, de G.M., em “Five Years of Theosophy”, Theosophy Co., Los Angeles, 575 pp., ver p. 24.

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Uma versão inicial do artigo acima foi publicada sem indicação de nome de autor na edição de março de 2017 de “O Teosofista”, pp. 9-10, sob o título de “Discernimento em Relação a Comida”.

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Veja em nossos websites associados o artigo “A Explicação dos Jejuns”, de Helena Blavatsky, e também “A Ética da Alimentação Vegetariana” e “A Consciência do Estômago”, de Carlos Cardoso Aveline.

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