Um Caminho para
Descobrir o
Conhecimento
Secreto da Teosofia
Carlos Cardoso
Aveline
Um leitor escreve
sobre as dificuldades que enfrenta em sua vida familiar. À medida que ele
avança no estudo da filosofia clássica e da tradição esotérica, a família
parece ser uma pesada obrigação.
Os
mesmos obstáculos que desafiam esse estudante são enfrentados por milhares de
pessoas ao redor do mundo. Cada teosofista encontra cedo ou tarde desafios
dolorosos no âmbito das emoções pessoais. Graças a esta circunstância, ele é
levado a purificar o seu próprio eu inferior.
Diante
dos deveres parentais e outras formas de carma familiar, não há melhor enfoque
do que o ensinado por um Mestre de Sabedoria durante o século 19. Quando um
discípulo leigo lamentou-se das obrigações morais que tornavam impossível para
ele dedicar mais tempo ao estudo da teosofia, o Mahatma escreveu:
“Parece
pouco a você que o ano anterior tenha sido empregado apenas em seus ‘deveres
familiares’? Não; que melhor causa para recompensa, que melhor disciplina que o
cumprimento do dever a cada hora e a cada dia? Creia-me, meu ‘aluno’, o homem
ou a mulher que é colocado pelo Carma no meio de deveres, sacrifícios e
amabilidades pequenos e definidos irá, através do fiel cumprimento deles,
erguer-se à dimensão maior do Dever, do Sacrifício e da Caridade para com toda
a humanidade. Que melhor caminho, para a iluminação buscada por você, que a
vitória diária sobre o Eu, a perseverança apesar da ausência de progresso psíquico
visível, o suportar da má-sorte com aquela serena resistência que a transforma
em vantagem espiritual - já que o bem e o mal não podem ser medidos por
acontecimentos do plano inferior ou físico?”
Tendo
dito isso, o Mestre prosseguiu:
“Não
fique desencorajado porque a sua prática cai abaixo das suas expectativas; no
entanto, não se satisfaça apenas admitindo
isso, já que você claramente reconhece que sua tendência é com demasiada
frequência em direção à indolência mental e moral, inclinando-se mais a avançar
à deriva com as correntes da vida que a definir seu próprio rumo direto.”
Raramente
o estudante consegue ter uma ideia precisa do seu avanço no caminho da
sabedoria, e o Mestre afirma:
“Seu
progresso espiritual é muito maior do que você sabe ou pode compreender, e você
faz bem em acreditar que este desenvolvimento é em si mesmo mais importante que a compreensão dele pela sua
consciência do plano físico. Não entrarei agora em outros assuntos, já que
estas são algumas linhas de aprovação e reconhecimento dos seus esforços, e de
forte estímulo para que você mantenha um estado de espírito calmo e corajoso
diante dos acontecimentos externos no presente, e para que tenha esperança no
futuro em todos os planos.” [1]
Estas
frases merecem ser examinadas.
Um
dos principais adversários do peregrino que trilha o caminho teosófico é o
hábito cego de rejeitar emocionalmente as tarefas práticas colocadas diante
dele pelo Carma.
O
Mestre explica que os pequenos deveres, quando são cumpridos corretamente,
preparam o caminho para que haja oportunidades maiores. Os obstáculos são
formas de autotreinamento generosamente oferecidas pela Vida. Devemos trabalhar
de modo impessoal. Ao expressar o amor altruísta do eu superior na existência
diária da sua família, o teosofista purifica a humanidade inteira naquilo que
depende dele.
NOTA:
[1] “Cartas dos Mahatmas Para A.P.
Sinnett”, Ed. Teosófica, Brasília, Vol. II, Carta 123, pp. 269-270.
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Uma versão
inicial do texto acima foi publicada na edição de março de 2017 de “O Teosofista”, pp. 6-7. Ele está
publicado também em inglês, sob o título de “Is Family Life a Duty?”.
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Em 14 de setembro de 2016, depois de uma análise da situação do
movimento esotérico internacional, um grupo de estudantes decidiu criar a Loja Independente de Teosofistas. Duas
das prioridades da LIT são tirar
lições práticas do passado e construir um futuro saudável.
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