Quando Chegamos ao Centro do Nosso
Verdadeiro Ser, Descobrimos a Universalidade
Carlos Cardoso Aveline
O planeta Netuno é um portal para a consciência do universo
Em teosofia, vale
a pena examinar a relação entre o chamado “mundo interno” e o mundo externo de
cada ser humano.
Quando
olhamos superficialmente a vida, pensamos que os processos internos são apenas
nossos, individuais, enquanto os processos externos estão sujeitos à influência
alheia.
Isso
é verdade em uma primeira instância, e no nível superficial do ser. Na
realidade, o que é interior não é estritamente pessoal. Nem está separado dos
outros seres.
Em
astrologia, por exemplo, Netuno, regente do místico signo de Peixes, é o mais
contemplativo dos seres planetários do nosso sistema solar; mas Netuno é também
o mais galáctico, o mais impessoal e o mais coletivo dos planetas. Assim, não
há nada isolado, não só no mundo objetivo, mas também no mundo psicológico e na
dimensão espiritual.
H.P.
Blavatsky afirma que Netuno é um “visitante” do nosso sistema solar, e
esclarece que ele não pertence de fato ao nosso sistema. Dane Rudyar escreveu
que Netuno, como Plutão e Urano, são “embaixadores” da Galáxia nesta pequena
vila solar, o nosso recanto no meio do cosmos.
Netuno
é uma porta astrológica para o mundo impessoal do universo celeste.
Ele
nos convida a deixar de lado a ideia errada de que o eu pessoal tem uma existência
real ou durável. A personalidade de alguém é muito mais uma “impressão” passageira
do que uma realidade. O chamado “eu pessoal” é uma tela relativamente ilusória
e mutável, que se coloca entre o infinito mundo externo e o infinito mundo
interno.
Só
o centro ético do ser, sua essência de sinceridade e honestidade, permanece: não
a pobre personalidade externa e passageira que está a serviço da alma interior.
Porém a alma espiritual e eterna, o âmago do indivíduo humano, é impessoalmente
universal. Não constitui algo ou alguém separado do cosmo: está unida a todos
os seres.
A
filosofia esotérica nos ajuda a perceber este fato diretamente. Ela ensina a
compreender que a tela tênue chamada “eu”, separando momentaneamente o infinito
externo do infinito interior, é, ela própria, um resumo do universo. Essa tela
provisória vive imersa na bênção ilimitada, embora raramente saiba disso.
Assim,
quando a filosofia esotérica afirma que “a mudança é interior”, não está
dizendo que “a mudança é estritamente individual”.
Mesmo
sendo interior, a mudança nunca é unipessoal. Quando chegamos ao centro do
nosso verdadeiro ser, descobrimos a universalidade e nos libertamos
interiormente da ilusão de “ahamkara”, isto é, da falsa noção de que existe um
eu separado.
A
ideia de um eu separado é válida no
plano externo, mas se refere apenas aos envoltórios ou instrumentos usados pelo
verdadeiro eu. Nossa essência é cósmica. É luz pura. Dificilmente pode ser
descrita com palavras, e é dela que vem a vivência direta da felicidade
incondicional.
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Uma versão
inicial do texto acima foi publicada sem indicação do nome de autor em “O Teosofista”, edição de setembro de
2008, p. 12. Título original: “O Que é ‘Interno’, e o Que é ‘Externo’?”.
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Veja em nossos
websites os artigos “Netuno, Um Mistério Diante de Nós” e “O Mundo Como Espelho da Alma”.
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Em 14 de setembro de 2016, depois de uma análise da situação do
movimento esotérico internacional, um grupo de estudantes decidiu criar a Loja Independente de Teosofistas. Duas
das prioridades da LIT são tirar
lições práticas do passado e construir um futuro saudável.
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