Há Uma Secreta Ligação Entre a Psicologia
Dos Humanos e os Ciclos Geológicos da Terra
Damodar K. Mavalankar

Um templo do Nepal, após um terremoto em 2015
Nota Editorial:
O artigo a seguir
apareceu pela primeira vez em “The Theosophist”, na Índia, em setembro de 1885,
p. 285. Assinado com as iniciais “K.D.M.”, o texto foi seguramente escrito por Damodar
K. Mavalankar (D.K.M., ou K.D.M.), que era um colaborador imediato de Helena
Blavatsky. Título original: “Terremotos”.
Em um artigo publicado em 1933, o teosofista
norte-americano C. J. Ryan confirma a ideia de que Damodar é o autor.[1]
A nota sobre terremotos foi publicada alguns meses
depois que Damodar deixou a Índia, abandonando os aspectos visíveis do
movimento teosófico. Em setembro de 1885 Damodar já estava segundo tudo indica
vivendo em um dos ashrams dos Mestres de Sabedoria.[2] Pouco tempo antes dele,
Helena Blavatsky havia deixado a Índia para não mais voltar. Ela viajara
para a Europa em março de 1885.
A importância deste pequeno artigo é grande no século 21. Todos os aspectos da
vida humana são magnéticos, assim como a vida geológica e planetária em geral.
A relação direta entre microcosmo e macrocosmo é inevitável. A Kundalini de
cada indivíduo está ligada à Kundalini planetária. Portanto, o artigo de Damodar não aborda
apenas terremotos. Explica também a correspondência entre o nível médio de
ética dos seres humanos e a mudança periódica de orientação dos polos
magnéticos, e do eixo do nosso planeta.
(Carlos Cardoso Aveline)
A Ética Humana e
os Terremotos
Damodar K. Mavalankar
As teorias formuladas atualmente pelos cientistas em relação
aos terremotos não são satisfatórias.
Os hindus têm uma superstição segundo a qual a grande
serpente Basuki leva a Terra sobre
sua cabeça, e quando a Terra se torna demasiado pesada devido a seus pecados,
esta serpente move sua cabeça, provocando terremotos.
Se tratarmos de ir ao fundo desta superstição poderemos
ter um vislumbre do que os antigos pensavam sobre a causa dos terremotos.
De acordo com a filosofia tântrica da ioga, a Terra é
sustentada por uma força chamada
Kundalini shakti. Esta força é a vida da Terra. Ela é simbolicamente
representada por uma cobra entrelaçada em três voltas e meia em torno do linga-sharira da Terra.[3] No microcosmo, esta força é um
estado de tensão que produz uma corrente, cujo movimento ocorre ao longo de um
caminho em espiral.
De acordo com o professor Maxwell, a eletricidade é um
estado de tensão no éter luminífero, e todos os fenômenos da força magnética
são observados quando a eletricidade flui ao longo de uma bobina em espiral. Com
base nisso podemos pensar que o que se
chama de magnetismo na ciência moderna é uma forma da Kundalini shakti dos iogues hindus. Os cientistas comprovaram o
fato de que esta Terra é um grande ímã. E penso que a perturbação interna no
magnetismo terrestre é representada simbolicamente pela superstição citada
acima em relação à causa dos terremotos.
Os cientistas modernos não veem qualquer conexão entre a
causa dos terremotos e acontecimentos no plano mental da Terra. Mas quando eles
compreenderem que não há qualquer coisa parecida com casualidade no universo,
que cada acontecimento visto como aparente casualidade é o efeito de uma força
no plano mental, eles poderão perceber por que os hindus supersticiosos olham
para os terremotos como efeitos dos pecados acumulados que os seres humanos
cometeram.[4]
Compreendida adequadamente, a superstição dos hindus
significa o seguinte: que o efeito acumulado dos maus Carmas dos seres humanos
na Terra, impressos no fogo astral, é produzir uma mudança na posição do centro
de força da vida terrestre. Esse centro de força, a que os hindus dão o nome Padma ou Chakra, é a cabeça de Basuki. Quando para preservar a si mesma a
Terra necessita mudar a posição do centro da sua vida ativa, surge uma
perturbação no magnetismo interno da Terra e ocorrem terremotos - entre outros
fenômenos -, do mesmo modo que acontecem tremores nervosos no corpo de um ser
humano.[5]
Só um Adepto, alguém que conhece profundamente todos os
departamentos das forças naturais, pode saber até que ponto esta visão dos
hindus está correta. Que o leitor busque obter a ajuda de um adepto para
esclarecer suas dúvidas; e, tendo dito isso, nada mais tenho a dizer.
(K.D.M.)
NOTAS:
[1] “Scientific Notes
and News”, artigo de C. J. Ryan, em “The Theosophical Path”, Outubro 1933, p.
220. (CCA)
[2] Veja a Carta 29, primeira série, em “Cartas dos Mestres de
Sabedoria” (Ed. Teosófica, Brasília), e os comentários a ela. (CCA)
[3] Linga-sharira - o
terceiro princípio da consciência, a estrutura astral que acolhe e dá uma forma
ao princípio da vitalidade. Veja em
nossos websites associados a segunda metade do artigo “Os Sete Princípios da Consciência”. A ideia de “três voltas e meia” é
simbólica. “Três e meio” é a metade de sete. Céu e Terra, ou o divino e o
terrestre, combinados, têm sete níveis de consciência. “Três e meio” aponta
para o ponto intermediário, a ligação entre o céu e a Terra. Esta relação entre
o alto e o baixo, o espírito e a matéria, deve ser equilibrada - e é regida em
cada detalhe pela rigorosa Lei eterna. (CCA)
[4] O aumento periódico da cobiça
humana causa devastação ambiental e mudanças climáticas. (CCA)
[5] Uma mudança no eixo do planeta. (CCA)
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O artigo acima foi publicado dia 22 de agosto de 2018. Ele apareceu pela
primeira vez em inglês, na edição de maio de 2016 de “The
Aquarian Theosophist”, pp. 9-10. Mais tarde foi publicado como texto
independente e agora está disponível em nossos websites associados: “Human Ethics and Earthquakes”.
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“Caso Haja Um Problema Com a Civilização Atual”
e “Avaliando o Planeta Terra”.
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“Uma Febre Cármica Global”, “A Lição Secreta de ‘Tomorrowland’”
e “Uma Alavanca Para Mover o Mundo”.
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