22 de agosto de 2018

A Ética Humana e os Terremotos

Há Uma Secreta Ligação Entre a Psicologia
Dos Humanos e os Ciclos Geológicos da Terra

Damodar K. Mavalankar


Um templo do Nepal, após um terremoto em 2015 



Nota Editorial:

artigo a seguir apareceu pela primeira vez em “The Theosophist”, na Índia, em setembro de 1885, p. 285. Assinado com as iniciais “K.D.M.”, o texto foi seguramente escrito por Damodar K. Mavalankar (D.K.M., ou K.D.M.), que era um colaborador imediato de Helena Blavatsky.  Título original: “Terremotos”.  

Em um artigo publicado em 1933, o teosofista norte-americano C. J. Ryan confirma a ideia de que Damodar é o autor.[1]  

A nota sobre terremotos foi publicada alguns meses depois que Damodar deixou a Índia, abandonando os aspectos visíveis do movimento teosófico. Em setembro de 1885 Damodar já estava segundo tudo indica vivendo em um dos ashrams dos Mestres de Sabedoria.[2] Pouco tempo antes dele,  Helena Blavatsky havia deixado a Índia para não mais voltar. Ela viajara para a Europa em março de 1885.

A importância deste pequeno artigo  é grande no século 21. Todos os aspectos da vida humana são magnéticos, assim como a vida geológica e planetária em geral. A relação direta entre microcosmo e macrocosmo é inevitável. A Kundalini de cada indivíduo está ligada à Kundalini planetária.  Portanto, o artigo de Damodar não aborda apenas terremotos. Explica também a correspondência entre o nível médio de ética dos seres humanos e a mudança periódica de orientação dos polos magnéticos,  e do eixo do nosso planeta.

(Carlos Cardoso Aveline)

A Ética Humana e os Terremotos

Damodar K. Mavalankar

As teorias formuladas atualmente pelos cientistas em relação aos terremotos não são satisfatórias.

Os hindus têm uma superstição segundo a qual a grande serpente Basuki leva a Terra sobre sua cabeça, e quando a Terra se torna demasiado pesada devido a seus pecados, esta serpente move sua cabeça, provocando terremotos.

Se tratarmos de ir ao fundo desta superstição poderemos ter um vislumbre do que os antigos pensavam sobre  a causa dos terremotos.

De acordo com a filosofia tântrica da ioga, a Terra é sustentada por uma força chamada  Kundalini shakti. Esta força é a vida da Terra. Ela é simbolicamente representada por uma cobra entrelaçada em três voltas e meia em torno do linga-sharira da Terra.[3] No microcosmo, esta força é um estado de tensão que produz uma corrente, cujo movimento ocorre ao longo de um caminho em espiral.

De acordo com o professor Maxwell, a eletricidade é um estado de tensão no éter luminífero, e todos os fenômenos da força magnética são observados quando a eletricidade flui ao longo de uma bobina em espiral. Com base nisso podemos pensar que  o que se chama de magnetismo na ciência moderna é uma forma da Kundalini shakti dos iogues hindus. Os cientistas comprovaram o fato de que esta Terra é um grande ímã. E penso que a perturbação interna no magnetismo terrestre é representada simbolicamente pela superstição citada acima em relação à causa dos terremotos.

Os cientistas modernos não veem qualquer conexão entre a causa dos terremotos e acontecimentos no plano mental da Terra. Mas quando eles compreenderem que não há qualquer coisa parecida com casualidade no universo, que cada acontecimento visto como aparente casualidade é o efeito de uma força no plano mental, eles poderão perceber por que os hindus supersticiosos olham para os terremotos como efeitos dos pecados acumulados que os seres humanos cometeram.[4]

Compreendida adequadamente, a superstição dos hindus significa o seguinte: que o efeito acumulado dos maus Carmas dos seres humanos na Terra, impressos no fogo astral, é produzir uma mudança na posição do centro de força da vida terrestre. Esse centro de força, a que os hindus dão o nome Padma ou Chakra, é a cabeça de Basuki. Quando para preservar a si mesma a Terra necessita mudar a posição do centro da sua vida ativa, surge uma perturbação no magnetismo interno da Terra e ocorrem terremotos - entre outros fenômenos -, do mesmo modo que acontecem tremores nervosos no corpo de um ser humano.[5]

Só um Adepto, alguém que conhece profundamente todos os departamentos das forças naturais, pode saber até que ponto esta visão dos hindus está correta. Que o leitor busque obter a ajuda de um adepto para esclarecer suas dúvidas; e, tendo dito isso, nada mais tenho a dizer.

(K.D.M.)

NOTAS:

[1] “Scientific Notes and News”, artigo de C. J. Ryan, em “The Theosophical Path”, Outubro 1933, p. 220. (CCA)

[2] Veja a Carta  29, primeira série, em “Cartas dos Mestres de Sabedoria” (Ed. Teosófica, Brasília), e os comentários a ela. (CCA)

[3] Linga-sharira - o terceiro princípio da consciência, a estrutura astral que acolhe e dá uma forma ao princípio da vitalidade. Veja em nossos websites associados a segunda metade do artigo “Os Sete Princípios da Consciência”. A ideia de “três voltas e meia” é simbólica. “Três e meio” é a metade de sete. Céu e Terra, ou o divino e o terrestre, combinados, têm sete níveis de consciência. “Três e meio” aponta para o ponto intermediário, a ligação entre o céu e a Terra. Esta relação entre o alto e o baixo, o espírito e a matéria, deve ser equilibrada - e é regida em cada detalhe pela rigorosa Lei eterna. (CCA) 

[4] O aumento periódico da cobiça humana causa devastação ambiental e mudanças climáticas. (CCA)

[5] Uma mudança no eixo do planeta. (CCA)

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O artigo acima foi publicado dia 22 de agosto de 2018. Ele apareceu pela primeira vez em inglês, na edição de maio de 2016 de  The Aquarian Theosophist”, pp. 9-10. Mais tarde foi publicado como texto independente e agora está disponível em nossos websites associados: “Human Ethics and Earthquakes”.

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