Com o Tempo, Tudo Anda, e Tudo Pára
Luís de Camões
Visão
parcial de uma estátua de Luís de Camões (1524-1580) feita pelo escultor Vítor
Bastos.
A estátua encontra-se no centro do Largo de Camões, no bairro do Chiado, Lisboa.
Co tempo
o prado verde reverdece,
Co
tempo cai a folha ao bosque umbroso,
Co
tempo pára o rio caudaloso,
Co
tempo o campo pobre se enriquece.
Co
tempo um louro morre, outro floresce,
Co
tempo um é sereno, outro invernoso,
Co
tempo foge o mal duro e penoso,
Co
tempo torna o bem já quando esquece.
Co
tempo faz mudança a sorte avara,
Co
tempo se aniquila um grande estado,
Co
tempo torna a ser mais eminente.
Co
tempo tudo anda e tudo pára,
Mas
só aquele tempo que é passado
Co
tempo se não faz tempo presente.
000
O poema acima
está publicado nos websites associados desde 15 de outubro de 2019. Foi
reproduzido do volume “Obras de Luís de Camões”, Lello & Irmão - Editores,
Porto, Portugal, 1459 pp., 1970, ver Soneto CCCXLVI, p. 180.
000