Em
Todos os Povos, Cada Espírito que Desperta Passa a Funcionar Como uma Pequena
Lâmpada
Carlos
Cardoso Aveline

Herança do tempo da Lusitânia: visão parcial do
sarcófago das quatro estações, no Monte da Azinheira,
Évora
Não
é correto dizer que um país trilha o caminho da sabedoria. No entanto, em
condições históricas favoráveis, pode-se fazer com que ele ofereça
oportunidades valiosas de aprendizagem espiritual a seus habitantes.
É o que a pequena Loja Independente de
Teosofistas está tratando de estimular, auxiliada pelos amigos que acompanham o
seu trabalho.
A ideia de que um país trilha o caminho é errada porque um país
dura pouco, se comparado com a alma individual, e não possui uma memória
coerente ou um princípio durável de consciência.
Um país é em grande parte um mero
conglomerado de coisas. Constitui uma mutação permanente. Um exemplo disso é
Portugal, a extraordinária casa paterna dos povos lusófonos. Embora seja uma
das nações mais antigas da Europa e
possua enorme riqueza cultural, há apenas três mil anos atrás o país de Camões nem
sequer existia. Os primeiros sinais de vida dos lusitanos, habitantes da Lusitânia,
ocorrem 200 anos antes da era cristã. Antigos ancestrais das nações lusófonas
de hoje, os lusitanos têm menos de 2500 anos de idade.
Enquanto isso, o intervalo entre duas
encarnações de uma mesma alma espiritual é frequentemente de 3000 ou mesmo 4000
anos. Comparado com uma alma humana, o mais antigo dos países é um fenômeno passageiro
e circunstancial. As nações devem ser valorizadas. São espaços sagrados de
convivência e ajuda mútua. Mas é preciso reconhecer um fato central: elas são
instrumentos para o crescimento das almas. Os países decaem quando se tornam
excessivamente materiais e deixam de
servir ao crescimento espiritual da alma.
Sejam quais forem as circunstâncias de um
povo, cabe aos seres de boa vontade a tarefa de criar e fortalecer escolas
filosóficas éticas, que ofereçam às almas as oportunidades necessárias para
crescer em sabedoria. Em função disso é necessário afastar-se dos circuitos
fechados da ignorância e construir uma sintonia pessoal com o conhecimento
divino. Em todas as nações, cada espírito que desperta passa a funcionar como
uma pequena lâmpada.
É aconselhável manter uma postura humilde
em relação à sabedoria dos povos.
As instituições coletivas estão sujeitas à
evolução material das coisas e aos ciclos das civilizações. Deve-se fazer o
melhor possível, mas não há motivo para alimentar grandes pretensões. É no
plano das almas individuais que cada semente germinada significa um ganho
permanente.
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O texto “Um País
Pode Trilhar o Caminho Espiritual?” foi publicado em nossos websites
associados dia 03 de março de 2020.
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Leia
os textos “Observando o Astral de um País”, “Fortalecer a Independência do
País”, “Orando Pelo Bem de Um País” e “O Significado de um País”.
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