Preservar a Boa Vontade,
Dizer Não à Triste
Doença do Ódio, Atuar de Modo Construtivo
Carlos Cardoso Aveline
Doença do Ódio, Atuar de Modo Construtivo
O ritmo natural da vida
gera equilíbrio interior
É melhor não fingir para si mesmo
que o país em que se nasceu, ou o país em que se vive, irá evoluir para melhor
através do rancor.
As
expressões de raiva em público, especialmente quando transformadas em campanha
política, servem para destruir o sentido de comunidade.
O
desprezo pela vida em comum é um meio eficiente de empurrar para o fim as
famílias e as civilizações, e de conduzir os países para a calamidade.
Se
o nosso desejo é enfrentar a desarmonia que se alastra e fazer com que os laços
humanos e as comunidades melhorem, cabe estudar as causas do rancor. A má
vontade tem efeito hipnótico: o cidadão sensato mantém distância deste impulso
suicida pelo qual o convívio é destruído.
É
oportuno desmascarar as ideologias do ódio, de pseudoesquerda e de
pseudodireita. É recomendável evitar o ataque pessoal a quem quer que seja, mas
perguntar a si mesmo, e perguntar aos amigos:
*
Onde foi o ideal comum?
*
Onde estão a generosidade e a confiança com que algum tempo atrás se olhava
para o futuro?
*
O que aconteceu com o respeito entre adversários, que existiu em períodos
anteriores da nossa história?
*
De onde surgem o desprezo pela vida do outro, o prazer de destruir e as
atitudes histéricas, sádicas, exageradas, de gente que deseja chamar atenção?
O
primeiro passo para o cidadão de boa vontade é evitar a contaminação, porque a
doença mortal do ódio é transmissível e os grandes meios de comunicação social
ganham fortunas inenarráveis fazendo propaganda de guerras, de ações criminosas
e desgraças em geral.
Evitam
dar boas notícias, porque boas notícias parecem chamar menos atenção quando a
opinião pública está adoentada. No curto prazo, um jornalismo decente, que dê
notícias boas, não ganha tanto dinheiro quanto o pseudojornalismo que vive de
crimes, imoralidade, intrigas de famosos, violência e guerra.
A
doença coletiva da má vontade se alastra rapidamente e destrói, em muitos
casos, a ligação entre a alma mortal e a alma imortal do cidadão. O fato
constitui hoje uma epidemia nos países ocidentais.
No
entanto, é a minha relação com minha alma imortal e com o mundo divino que me
permite ter um olhar correto para o mundo a meu redor, vendo nele a presença da
alma, e vendo nos outros as suas qualidades positivas, ao lado dos seus
defeitos.
Estando
em contato com meu verdadeiro ser, sou sincero para com os outros, reconheço
que eles possuem almas eternas, que eles erram como eu erro, e que aprendem com
seus erros, assim como eu faço.
A
ignorância é sobretudo uma ilusão.
A
sabedoria é feita principalmente de realismo.
E
realista é aquele que vê a ajuda mútua e o respeito recíproco como duas leis
inevitáveis da vida.
Quem
tem olhos para ver percebe que ignorar a Lei da Reciprocidade Inevitável é
caminhar como cegos para doses elevadas de sofrimento, desorientação e com
frequência desespero.
Seja
qual for o país em que vivemos, cabe libertar-nos das porções desnecessárias de
ignorância. A teosofia ensina a colocar em movimento as causas do bem-estar.
O
ritmo natural da vida gera equilíbrio interior. Todo ser humano sensato trata
de viver em harmonia com o que diz a voz da sua consciência. É abençoado estar
em paz consigo mesmo e com os outros.
Om,
shanti.
000
O artigo acima foi publicado nos
websites da Loja Independente de Teosofistas em 26 de abril de 2023.
000
Leia mais:
000
Helena Blavatsky (foto) escreveu estas palavras: “Antes de desejar, faça por merecer”.
000