Aquele Que Sabe Falar Com
Elas Pode Compreender a Verdade
* Para mim, as árvores sempre foram os pregadores mais convincentes. Eu as reverencio quando vivem em tribos e famílias, em florestas e bosques. E eu as reverencio ainda mais quando estão sozinhas.
* Nada é mais sagrado, nada é mais exemplar do que uma árvore bela e forte.
* As árvores são santuários. Quem sabe falar com elas, quem sabe escutá-las, pode aprender a verdade. Elas não pregam conhecimentos e preceitos, elas ensinam, sem se deixar prender por detalhes, a antiga lei da vida.
* Uma árvore diz: “Há uma essência escondida em mim, uma faísca, um pensamento; eu sou a vida da vida eterna. A tentativa e o risco que a mãe eterna assumiu em relação a mim são únicos, assim como são únicas a forma e as veias da minha pele, e únicos o menor jogo de folhas nos meus ramos e a menor cicatriz na minha casca. Fui feita para revelar o eterno em meus detalhes mais diminutos e mais especiais.”
* Uma árvore diz: “Minha força está na confiança. Nada sei sobre os meus pais, nada sei sobre os mil filhos que brotam todos os anos de mim. Vivo até o fim o segredo de minha semente e só isso me interessa. Confio no fato de que Deus [1] está em mim. Confio em que meu trabalho é sagrado. Com base nesta confiança eu vivo.”
* Quando sofremos muito e parece que não podemos mais suportar as nossas vidas, então uma árvore tem algo a nos dizer: “Fique quieto! Fique calmo! Olhe para mim! A vida não é fácil, a vida não é difícil. Esses pensamentos são infantis. Deixe Deus [a Lei do Equilíbrio] falar dentro de você, e seus pensamentos farão silêncio. Você está ansioso porque seu caminho o leva para longe da mãe e da sua casa. Mas cada passo e cada dia o levam de volta para a mãe. Sua casa não está nem aqui nem ali. Sua casa está dentro de você, ou não está em lugar nenhum.”
* As árvores têm pensamentos longos, respiração longa e repousante, assim como têm vidas mais longas do que a nossa. Elas são mais sábias do que nós, enquanto não as escutamos. Mas, quando aprendemos a ouvir as árvores, a brevidade, a rapidez e a pressa infantil dos nossos pensamentos alcançam uma alegria incomparável. Aquele que aprendeu a ouvir árvores não quer mais ser árvore. Ele não quer ser nada, exceto o que ele é. Essa é a sua casa. Essa é a felicidade.
NOTA:
[1] Deus - a Lei Universal de Justiça e Equilíbrio. (CCA)
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O texto acima está disponível nos websites da Loja Independente de Teosofistas desde 27 de outubro de 2023. Ele foi publicado inicialmente na edição de setembro de 2021 de “O Teosofista”, pp. 1-2. Trata-se de uma tradução, feita por CCA, de fragmentos selecionados das páginas 57 a 59 do livro “Wandering”, de Hermann Hesse, tradução do alemão ao inglês de James Wright. O volume foi publicado em Nova Iorque por Farrar, Straus & Giroux em 1979, e tem 109 páginas.
O escritor suíço-alemão Hermann Hesse (foto) nasceu em 2 de julho de 1877 e viveu até 9 de agosto de 1962. (CCA)
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Leia mais:
* O Hino das Árvores (Olavo Bilac).
* Velhas Árvores (Olavo Bilac).
* Velhas Árvores Mortas Estupidamente (Henrique Luiz Roessler).
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Helena Blavatsky (foto) escreveu estas palavras: “Antes de desejar, faça por merecer”.
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