Porém, o Uso do Chamado Budismo Tibetano
Por Parte da CIA Não Deveria Ser Uma Surpresa
A verdade nem sempre é agradável. Vejamos um exemplo prático disso.
Se somos capazes de aceitar fatos bem estabelecidos, é necessário admitir que o XIV Dalai Lama e o chamado “budismo tibetano” não se limitaram a cooperar de perto com numerosos artistas de Hollywood, e a ter um estilo de vida parecido com o dos artistas ocidentais. O Dalai Lama e o seu budismo também são conhecidos pela sua colaboração com a CIA, a Agência governamental dos Estados Unidos que tem sido usada para fabricar guerras lucrativas e golpes militares sangrentos pelo mundo todo.
Por esta e outras razões, o budismo “tibetano”, que se tornou em grande parte norte-americano, na prática não tem mais coisa alguma a ver com a Teosofia clássica.
As relações do Dalai Lama com a CIA - monetárias e outras - estão bem documentadas e são inquestionáveis. Ninguém precisa “denunciá-las”, porque são públicas. Ninguém as nega. Esta notícia da “Folha de S. Paulo”, publicada em 1998, resume os fatos:
Existe um vídeo em inglês que mostra com clareza o contexto todo:
No entanto, a cooperação entre o budismo “tibetano” e a Agência encarregada de fabricar e sustentar guerras ao redor do mundo não pode ser uma grande surpresa para estudantes de Teosofia, porque Helena Blavatsky escreveu em 1888:
“Há sacerdotes bons e sacerdotes maus no budismo, assim como há no cristianismo. Eu detesto a casta sacerdotal, e sempre desconfio dela, mas não tenho absolutamente nada contra qualquer um dos indivíduos que fazem parte dela. É do sistema inteiro que eu tenho um verdadeiro horror, tal como todo ser humano honesto tem, se não for nem um hipócrita nem um fanático cego. A maioria das pessoas são prudentes e mantém silêncio; da minha parte, tendo a coragem de sustentar minhas opiniões, eu digo e declaro exatamente o que penso.” [1]
Nunca houve uma boa razão para os teosofistas verem os monges tibetanos como verdadeiros sábios, porque Blavatsky escreveu que, na maior parte dos casos, eles são pessoas tolas e ignorantes.
Ela disse:
“Há, além dos Himalaias, um núcleo de adeptos de várias nacionalidades. O Teshu [Panchen] Lama os conhece, e eles agem conjuntamente. Alguns deles estão com ele e permanecem desconhecidos em seu verdadeiro caráter até mesmo para os lamas - que são, na maior parte dos casos, tolos e ignorantes.” [2]
Este não é apenas o testemunho direto de Blavatsky. Nas Cartas dos Mahatmas, um Mestre de Sabedoria descreveu as longas cerimônias religiosas das quais ele tinha que participar pessoalmente a cada ano, e disse que elas todas são como “bolhas resplandecentes para divertir os bebês”. Devido a tais cerimônias, que duravam vários dias, ele admitiu: “Estarei ocupado noite e dia, pela manhã, ao meio-dia e no início da noite.” [3]
O realismo faz parte daquele necessário sentimento de respeito pela verdade que se deve ter, de modo a não viver num paraíso de tolos.
O movimento teosófico precisa libertar-se de todo apego a ritualismos e formalidades externas, e de qualquer obediência cega em relação a “personalidades famosas”.
Os teosofistas têm o alto privilégio de poderem renovar a si mesmos e renovar o movimento ao reconhecerem a centralidade da ética, da decência, da moderação, e ao escolherem o processo anônimo de construção de uma vida significativa. Cada pessoa honesta é um centro de renovação interior para a humanidade toda. Até o vento do deserto sabe que o futuro humano é luminoso, e tem as suas sementes no coração e na mente de milhões de pessoas de boa vontade.
NOTAS:
[1] “Collected Writings”, Helena P. Blavatsky, TPH, EUA, vol. IX, pp. 394-395. Estas palavras fazem parte do artigo “Reply to Abbé Roca”.
[2] Palavras citadas no livro “Helena Blavatsky - A Vida e a Influência Extraordinária da Fundadora do Movimento Teosófico Moderno”, de Sylvia Cranston, Editora Teosófica, Brasília, 1997, 678 pp., ver p. 107. (A tradução do livro é de Murillo Nunes de Azevedo. A revisão técnica coube a Carlos Cardoso Aveline.)
[3] “Cartas dos Mahatmas”, volume um, p. 317, pouco antes do final da Carta 68. Em inglês, “The Mahatma Letters”, Carta XVI, metade inferior da p. 116.
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O texto acima foi publicado nos websites da Loja Independente de Teosofistas em 28 de setembro de 2024. O tema é abordado em inglês no artigo “Dalai Lama Worked With the CIA”. Veja também “Dalai Lama Recebeu Fortunas da CIA”, nas páginas 22-23 da edição de abril de 2023 de “O Teosofista”.
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‘Folha de S. Paulo’ Informa:
Imagem: Os parágrafos iniciais do texto publicado em 1998 pela Folha e hoje disponível online.
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Leia mais:
* Outros textos de Carlos Cardoso Aveline.
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Helena Blavatsky (foto) escreveu estas palavras: “Antes de desejar, faça por merecer”.
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