29 de maio de 2025

Decida Vencer e Defina o Objetivo

 
Alguns Pontos Básicos na
Arrancada Para a Vitória
 
Jean des Vignes Rouges
 



1. A Decisão de Vencer

Ao jovem que sonha com uma grande carreira, ao mesmo tempo que secretamente treme ao pensar em perder a vida. Aos homens e mulheres de todas as classes sociais, inclinados a repetir sem parar: “Os tempos estão difíceis! Problemas surgem de todos os lados, grandes e pequenos. Estes me incomodam, aqueles me aborrecem... Estou cansado disto, como posso sair desta situação?”

Quero ajudar você.

E, antes de mais nada, você sabe como pronunciar corretamente esta pequena frase: “Eu quero vencer”?

Quantas pessoas eu conheci que não sabiam dizer essas palavras, embora elas sejam bem simples!

Revejo Faugier, largo, atarracado, forte, com as sobrancelhas franzidas. Ele parecia correr pela vida como um animal selvagem furioso, repetindo: “Eu sou dinâmico, vou ter sucesso aconteça o que acontecer!”

Que mal-educado, eles pensavam! E fugiam para longe do seu alcance, prometendo a si mesmos, se necessário, pregar alguma peça cruel nesse personagem devastador. E o pobre rapaz, vítima de um orgulho mal expressado, nunca conseguiu alguma coisa. De percalços a fracassos e de azar a infortúnios, ele acabou caindo um dia em alguma vala, dinamitado - pode-se dizer - por seu próprio dinamismo.

O gordo Marchet também repetiu com frequência: “Eu quero vencer!” Mas fazia isso com uma voz tão fraca que dava vontade de rir, pensando que ele desistiria logo no primeiro obstáculo.

Lembro-me também do magro e nervoso Tolacq, tão ansioso por “honrar seu nome” com uma carreira gloriosa. Infelizmente, ele repetia isso com entonações que revelavam sua forte angústia interior. Ninguém apostou nele, tampouco. Contudo, ele obteve vitórias, graças à sua determinação incondicional, ainda que nervosa.

Quanto ao Marloffe, frenético e ambicioso, meio louco, que rondava sempre os “poderosos” mendigando, exigindo uma promoção, um emprego ou um favor, ele às vezes conseguia assustar os distribuidores de empregos, até porque suas exigências eram de chantagem. Acima de tudo, ele conseguiu ser odiado e desprezado.

Saiba portanto expressar o seu desejo de vencer de tal forma que as suas palavras façam subir, desde sua alma, o despertar de energias adormecidas, ao mesmo tempo em que anunciam sem alarde a colocação em movimento de uma vontade sadia, forte, razoável, e decidida a continuar querendo até o fim.

Não precisa falar alto! Evite também o ridículo das atitudes escandalosas. Gritos podem ser úteis em certas ocasiões, mas, na vida cotidiana, é melhor que você seja o homem sobre o qual as pessoas confessam com admiração: “Ele não age como um arrogante, ele fala com calma, mas, cá entre nós, fique sabendo, esse sujeito, por trás da sua aparência reservada, tem um temperamento forte como um trovão dos céus! Ele vencerá.”

2. Definir a Meta

O que você quer alcançar?

Quer desfrutar de prazer? Deseja se divertir? É essa a vitória com que você sonha? Também conheci muitas pessoas para quem o ideal era “evitar o tédio”. Como resultado, “faziam a festa”. Sempre observei que esses indivíduos infelizes acabam morrendo cheios de nojo de si mesmos e dos outros. Administradores desastrados das energias que a natureza lhes deu, eles se desgastam de maneira miserável.

Eu não insisto. Além disso, você é rico o suficiente para se dar ao luxo doentio dessa existência parasitária? Então trema! Pois você não ignora que preservar uma fortuna é, em nossa época, um problema ainda mais difícil de resolver do que a quadratura do círculo. A pobreza está esperando por você.

Mas talvez “sucesso”, para você, signifique ser um “santo”. Se a sua vocação é suficientemente forte, a sua alma tão perfeitamente pura, a sua vontade tão submissa aos imperativos divinos que você sente irresistivelmente a felicidade na forma de desapego aos bens deste mundo, de devoção absoluta aos outros, a todos os ideais concebidos pelas religiões e filosofias; então eu me curvo respeitosamente diante de você. Meus conselhos neste caso só podem ser como as modestas observações técnicas que um trabalhador humilde às vezes permite apresentar ao seu chefe... E as quais, mesmo assim, são úteis ao patrão.

Você pretende ser “um grande deste mundo”? Chefe de uma poderosa empresa industrial, comercial ou agrícola? Você sonha em um dia se tornar deputado, ministro e, por que não, presidente da República? Ou, mais modestamente, você quer ter uma carreira brilhante, em qualquer lugar que o destino o coloque? Então aqui retomo a minha função como técnico em psicologia com a afirmação de que posso esclarecer algumas coisas para você.

Mas por que eu deveria ser demasiado modesto? Isso daria a você um mau exemplo. Eu também estou sujeito à lei geral, aquilo que manda ao homem afirmar a sua personalidade, fazendo com que ela seja respeitada pelos seus semelhantes, porque se ele contasse apenas com a admiração espontânea deles, infelizmente ficaria desiludido! Com muita frequência.

Digo-lhe, portanto, com a autoridade que me foi dada por uma vida que começou há muitos anos, repleta de altos e baixos, de leituras, de reflexões e observações da realidade - recomendo, portanto, que você cultive as qualidades que o tornam bem-sucedido.

Quais?

Elas são incontáveis! Procure em um dicionário todas as palavras que designam virtudes úteis a um homem que deseja ter sucesso. Que colheita! Perseverança, atividade, afabilidade, ambição, desenvoltura, ardor, segurança, audácia, autoridade, bom senso, bravura, charme, circunspecção, clarividência, clareza de espírito, combatividade, constância...

Paro por aqui. Seriam necessárias várias páginas para transcrever as qualidades, e livros inteiros para comentá-las. Mas acredito que o primeiro dever de um doador de conselhos é não sobrecarregar aqueles que o ouvem com uma torrente de exortações, porque elas iriam apenas perturbar o seu espírito, ao invés de o ajudar. 

É por isso que, sobre este tema - o sucesso -, fiz uma seleção de ideias entre todas aquelas que me parecem transmitir ao meu leitor uma força propulsora eficaz.

Porque esse é o propósito. Em suma, o objetivo não é tanto ensinar você a fazer pequenas coisas usando truques psicológicos, mas sim transmitir-lhe o desejo de ter sucesso. As palavras aqui não são simples carteiros apáticos encarregados de depositar na “caixa postal” da sua mente frias advertências de cobradores de impostos. Não, as palavras de um livro sobre a arte de ter sucesso também devem proporcionar o choque psicológico, um “pontapé em determinado lugar” [1], aplicado com força no ponto certo de uma “moral” que talvez estivesse ronronando muito satisfeita consigo mesma.

Eu estudo neste volume [2] as qualidades que você deve desenvolver até a medula dos ossos. Por isso eu as viro e reviro de todos os lados para você ver. Com método, porém.

Portanto, em relação à arte do sucesso, vou distinguir duas partes. A primeira ensina como regular o motor, digamos assim, ou equipar o homem com os sentimentos e as tendências que garantem a criação de energia e preparam o seu uso metódico. A segunda parte consiste em manobrar essa máquina admirável que é você mesmo, no meio social onde você deve “deixar a sua marca”. Isso torna necessário o estudo de outros seres humanos e dos meios pelos quais alguém se faz amado ou temido por eles.

A exposição desta segunda parte exige um volume que escreverei mais tarde.[3] Essa é, pelo menos, a minha esperança.

NOTAS:

[1] Esta imagem pitoresca é de um assinante da revista “France Efficience”, satisfeita com a publicação. (Nota de JVR)

[2] “Les Qualités Qui Font Réussir”, de Jean des Vignes Rouges, Éditions Amiot-Dumont, Paris, 1951, 223 páginas.

[3] Veja outros artigos de Jean des Vignes Rouges.  

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O texto “Decida Vencer e Defina o Objetivo” está disponível como item independente nos websites da Loja Independente de Teosofistas desde 29 de maio de 2025. Ele faz parte também da edição de maio de 2025 de “O Teosofista”, pp. 13 a 16. Foi traduzido do livro “Les Qualités Qui Font Réussir”, de Jean des Vignes Rouges, Éditions Amiot-Dumont, Paris, 1951, 223 páginas, ver pp. 09 a 13. Tradução: CCA.

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Helena Blavatsky (foto) escreveu estas palavras: “Antes de desejar, faça por merecer”. 

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