6 de abril de 2015

Kratu

O Laboratório Alquímico das Utopias

Múcio Teixeira



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Nota Editorial:

O poeta brasileiro Múcio Teixeira (1847-1926)
é um dos pioneiros do pensamento teosófico em
língua portuguesa. A palavra sânscrita “Kratu”
significa iluminação espiritual, sacrifício, propósito
nobre, compreensão, determinação, inspiração, devoção.
O poema a seguir é reproduzido do volume “Terra
Incógnita”, de Múcio Teixeira, Casa Duprat Editora,
São Paulo, 1916, 407 pp., ver pp. 131-132.

(Carlos Cardoso Aveline)
 
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“A minha farmacopeia é muito simples:
contém apenas doze remédios, só doze;
e não há mais nenhum que seja necessário
ao mecanismo humano. São todos produzidos
por suco de plantas, e seis deles são elétricos.”

(Heliobas, o Mago)




No meu laboratório de utopista,
Manuseando alfarrábios e retortas,
Tenho no herbário a floração das hortas
E os filtros misteriosos do alquimista.

Fluido vital, que não deslumbra a vista,
Alenta a inanição das coisas mortas:
E eu abro assim da Evolução as portas
A tudo quanto à análise resista.

Posso às pedras - dar sensibilidade;
Das lágrimas - verter a hilaridade;
Dar asas de falena [1] - aos diamantes.

E num bazar de extravagâncias raras,
Reduzindo a carvão as gemas caras,
Mais valorizo os Ideais triunfantes!

NOTA:

[1] “Falena”. Borboleta noturna. (CCA)

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Sobre o mistério do despertar individual para a sabedoria do universo, leia a edição luso-brasileira de “Luz no Caminho”, de M. C.


Com tradução, prólogo e notas de Carlos Cardoso Aveline, a obra tem sete capítulos, 85 páginas, e foi publicada em 2014 por “The Aquarian Theosophist”.

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