5 de novembro de 2017

Poema: A Lágrima

A Gota do Orvalho da Alma Tem
Uma Força Enorme em sua Fraqueza

Carmen Freire





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Nota Editorial de 2017:

O poema a seguir é reproduzido da obra
“Sonetos Brasileiros”, coletânea organizada por
Laudelino Freire, Officina Polytechnegraphica de
M. Orosco & C., Rio de Janeiro, 1904, 328 pp.,
ver página 112. A ortografia foi atualizada.

Carmen Freire foi baronesa de Mamanguape.
Ela nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 2 de
março de 1855 e faleceu em setembro de 1891.

(Carlos Cardoso Aveline)

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A Lágrima

Nascida na ternura ou na tristeza,
Límpida gota dos orvalhos da alma,
Tu, lágrima saudosa, muda e calma,
Que força enorme tens nessa fraqueza? 

Possuis mais que o poder da realeza,
Quando és filha da dor que o pranto acalma,
E, qual gota de orvalho em verde palma,
À pálpebra chorosa ficas presa!

Estrela da saudade, flor de neve,
Que o vento da tristeza faz brotar,
Amo o teu brilho nessa luz tão breve

Do breve globo teu… imenso mar
Cujos fundos arcanos não se atreve
Nem se atreveu ninguém jamais sondar!

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Leia também “Poema: Nós”, de José Júlio da Silva Ramos, publicado em nossos websites associados. José Júlio da Silva Ramos e Carmen Freire nasceram sob o signo de Peixes. Estes dois poemas expressam aspectos do amor místico associado a Netuno, o planeta regente dos piscianos, que inspira junto à humanidade o amor universal e a renúncia a vitórias mundanas.

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