A Arte de Combinar Compaixão com
Discernimento
Robert Crosbie
A reunião de alguns
poucos produzirá um vínculo mais próximo e uma devoção mais forte. Haverá sem
dúvida algumas reações, mas, mesmo assim, elas passarão, e todos serão
beneficiados, se todos se mantiverem firmes. As mudanças continuarão. Não fique
surpreso se a alma ficar em uma condição em que ela parece estar imóvel,
inerte. Ela se acostumará às novas condições
e continuará a partir delas. O nosso lema deve ser: “vamos continuar com
o trabalho”.
E tenha cuidado com as críticas e as suspeitas recíprocas. Haverá grandes
ocasiões para o exercício delas, ou parecerá
haver. Devemos reconhecer que cada estudante sincero está tentando, e que cada
um tem o seu próprio jeito, através do qual se aproxima. O nosso jeito é
essencialmente nosso, o dele é dele, e ambos são igualmente importantes.
Necessitamos apenas Lealdade - lealdade ao trabalho, lealdade às nossas
convicções, lealdade de uns em relação aos outros, com toda fé e confiança no
fato de que cada um é uma parte do outro e de todos os outros. Assim estaremos
unidos em um pensamento, uma vontade, um sentimento.
Isso não significa uma aceitação indiscriminada de tudo e de todos. A
atitude acrítica é apenas
pseudotolerância. Levada à sua conclusão legítima, esta falsa ideia de
“fraternidade” significaria que o pecado, a dor, o sofrimento, o erro, todas as
religiões e todas as filosofias estão corretas; que todos estão fazendo o
melhor que podem, da melhor maneira que podem fazer, e que não podem fazer nada
diferente, e que tudo isso são passos de aprendizado.
A humanidade peca, se aflige, sofre e morre um milhão de vezes, por que
motivo? Apenas ignorância. A
teosofia é verdade e como tal
não pode fazer aliança com qualquer
forma de erro e permanecer verdade. Se filosofias parciais pudessem salvar o
mundo não haveria necessidade do sacrifício feito pelos Mestres.
Para aqueles que nunca conheceram a Teosofia, ou cujas mentes são tão
distorcidas, quando atuam, que não a percebem, deveria haver piedade e
compaixão. Mas piedade e consideração pelas suas posições falsas não podem
levar a um abandono do nosso discernimento - nem ao abandono do que nós
sabemos, e daquilo que é nosso propósito viver e conhecer.
Não acredito em teosofia diluída. Os Mestres não a diluíram. Ou nós
levamos adiante o trabalho Deles ou não o levamos adiante; não há necessidade de hipocrisia ou de autoilusão.
Outros, no mundo, que não são capazes de ver a Unidade da teosofia nem a sua importância
na época atual, podem usar partes dela, e alguns deles, infelizmente, fazem
isso de modo que prejudicam a si mesmos e desorientam a humanidade. Será que eles estão certos? Devem ser
elogiados ou “tolerados”?
O dever daqueles que têm conhecimento não é manter elevado o Padrão
Branco da Verdade? A resposta deve ser afirmativa. Se não fosse assim, de que
maneira alguém que busca a verdade poderia percebê-la? A teosofia deve ser
mantida no alto, de modo que ela possa confrontar erros de todo tipo - assim
como os seus instrumentos, o fingimento e a hipocrisia.
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O texto acima foi
traduzido da obra “The Friendly Philosopher”, de Robert Crosbie, Theosophy Co.,
Los Angeles, 1946, 416 pp., ver pp.
11-12. Partes dele foram publicadas na
edição de novembro de 2009 de “O
Teosofista”, sob o título “A Arte da
Ação Altruísta”. A coleção completa de “O Teosofista” está
disponível em nossos websites associados.
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Para conhecer um diálogo documentado com a
sabedoria de grandes pensadores dos últimos 2500 anos, leia o livro “Conversas na Biblioteca”, de Carlos
Cardoso Aveline.
Com 28 capítulos e 170 páginas, a obra foi
publicada em 2007 pela editora da Universidade de Blumenau, Edifurb.
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