A Preparação Correta Deve Ocorrer
Durante as Horas Fáceis e Agradáveis
John Garrigues
John Garrigues
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Nota Editorial:
O texto a seguir foi publicado pela
primeira
vez na revista “Theosophy”, de Los Angeles,
na edição de maio de 1921, sem
indicação do
nome de autor. Título
original: “The Hour of
Need”.
Em 2012, uma análise do seu conteúdo e
estilo permitiu concluir que ele foi
escrito por John
Garrigues. O artigo também está
publicado em inglês,
com o nome do autor, em nossos websites associados.
(CCA)
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Todo discípulo passa por períodos difíceis nos quais aquilo que em outros
tempos ele pensava que sabia o abandona, ou parece inútil.
Quando se recupera, ele lembra e sente o poder de muitas frases
familiares e cheias de força que se aplicam diretamente ao seu caso, e que
poderiam tê-lo tirado da escuridão em que estava.
Agora ele compreende que a lei rege cada circunstância, que só ele é
responsável pela sua própria situação, e que nunca está sozinho, porque, onde o
pensamento consegue chegar, o Mestre pode estar
presente.
Ele vê também que tudo o que começa na sequência do tempo termina na
sequência do tempo. Sim, ele conhece muito bem estes fatos todos. Ele viu estas
verdades serem repetidas uma e outra vez. Ele já tem recebido, graças a elas,
ânimo e encorajamento para continuar o trabalho. Ele já mencionou estes fatos
para outras pessoas, quando elas enfrentavam seus momentos de dificuldade. Por
que, então, ele os esqueceu quando chegou a sua própria hora de sofrimento?
Há muitas coisas que jamais esquecemos. Em nossa consciência normal de estado de
vigília, nunca experimentamos dor, sofrimento ou alegria tão grandes que nos
impeçam de lembrar e aplicar de imediato um grande número de fatos necessários.
Por que então esquecemos estas verdades
da alma, especialmente considerando que havia, ao nosso dispor, grande
número de fatores estimulando a
lembrança? Deve ser porque falávamos superficialmente destes fatos - ao invés
de fazer deles uma parte ativa das nossas vidas.
Parece ser sábio, e também necessário, preparar-nos para os momentos de
dificuldade através de um estudo mais intenso e de uma prática mais regular do
ensinamento.
Temos uma tendência de ser negligentes nestas atividades, até que as
provações acontecem. A época propícia
para construir um baluarte de defesa diante de tais desafios está nas
temporadas agradáveis. Este é o momento favorável, quando a oportunidade bate à
nossa porta, a mente permanece aguda, o
coração não se sente sobrecarregado, e o
corpo está saudável.
Se o discípulo aproveita com eficiência estes momentos, ele acumula uma força
cujo impulso fará com que atravesse a hora da dificuldade assim como o impulso
de um carro faz com que ele ultrapasse um obstáculo temporário.
E ninguém deve pensar que este momento de dificuldade não chegará. Os ciclos precisam completar as suas
trajetórias. Inevitavelmente, o final de um ciclo ocorrerá quando parecemos
perder a ligação com o poder vivo da alma divina, e então só o impulso resultante
do trabalho e do esforço por praticar aquilo que sabemos nos levará, em segurança,
até mais adiante.
Também devemos ficar animados pelo fato de que, em comparação com a
jornada toda, o momento da
dificuldade é muito curto.
As provações mais difíceis nunca duram demasiado, e toda a eternidade
está disponível, no passado e no futuro.
Devemos aproveitar ao máximo, portanto, as muitas, inúmeras, horas de
oportunidade; e lembrar que, uma vez tendo feito isso, quando acontecerem momentos
difíceis, poderemos esperar pelo retorno da luz com paciência, e
confiantemente.
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