A Intenção Correta Tem, em
Si Mesma, Um Valor Decisivo
Immanuel Kant
A energia da boa vontade
expressa um sentimento de respeito pela Vida
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Nota
Editorial:
As ideias kantianas fazem
parte
das propostas humanistas
apoiadas
pela filosofia esotérica
autêntica. O ensaio de
Kant “A Paz Perpétua”, de 1795, é profético e
inspirador em relação à criação da Organização
das Nações Unidas, que ocorreu
em 1945. Um
dos principais filósofos do
período Iluminista,
Immanuel
Kant
(1724-1804) é citado várias vezes
em “Cartas dos Mahatmas para A.P. Sinnett”.
(CCA)
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Nem
neste mundo nem fora dele, nada é possível pensar que possa ser considerado
como bom sem limitação, a não ser uma só coisa: boa vontade.
A argúcia de espírito, a capacidade de julgar ou como queiram chamar os
talentos do espírito, ou ainda a coragem valorosa, a decisão, a firmeza de
propósito, como qualidades do temperamento, são, sem dúvida, em certos
aspectos, qualidades boas e desejáveis; mas também podem se tornar extremamente
más e perniciosas, se a vontade que deve usar estes dons naturais, e cuja
constituição natural, por isso, se chama
caráter, não for boa.
O mesmo acontece com os dons da fortuna. O poder, a riqueza, a honra,
mesmo a saúde, e todo o bem-estar e contentamento com a sua sorte, conferem, sob o nome de felicidade, um ânimo que muitas vezes, por isso mesmo, desanda em orgulho,
caso não exista também a boa vontade capaz de corrigir a sua influência sobre a
alma e, ao mesmo tempo, o princípio complexo da ação.
Acrescente-se a isso que um espectador sensato ou imparcial, diante dos
sinais de ininterrupta prosperidade de uma pessoa totalmente desprovida de
qualquer traço de uma pura e boa vontade, jamais poderá sentir satisfação. A
boa vontade parece assim constituir a condição indispensável do próprio fato de
sermos dignos de felicidade. (....)
A boa vontade não é boa só pelo que promove ou realiza, pela aptidão
para alcançar qualquer finalidade proposta, mas é boa somente pelo querer, isto
é, em si mesma. E considerada em si mesma,
deve ser avaliada em grau muito mais elevado do que tudo o que por meio
dela puder ser alcançado em proveito de qualquer inclinação ou, se quiser, da
soma de todas as inclinações.
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O
fragmento acima é um trecho do volume “Fundamentação
da Metafísica dos Costumes e Outros Escritos”, Immanuel Kant, Editora
Martin Claret, São Paulo, 2006, 139 pp., ver pp. 21-22. Foi publicado também na
edição de setembro de 2008 de “O
Teosofista”.
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