Teosofia Propõe a Simplicidade na Alimentação
Helena P. Blavatsky
Helena Blavatsky (1831-1891)
Nota Editorial de 2016:
A prática da alimentação correta é um dos
fatores da vida teosófica. Nas Cartas dos Mahatmas, vemos que um Raja-Iogue dos
Himalaias escreveu o seguinte a um discípulo leigo ocidental que morava na
Índia:
“Você usa
demasiado açúcar em sua comida. Quanto a frutas, pão, chá, café e leite, use-os
tão livremente quanto quiser, mas nada de chocolate, gorduras ou massas, e só
muito pouco açúcar. A fermentação
produzida pelo açúcar, especialmente neste seu clima é muito prejudicial.” [1]
Em outra carta, um
Mestre de Sabedoria escreveu, sem meias palavras:
“…E quanto mais
açúcar refinado, maior a fermentação produzida no estômago e mais vermes.”[2]
O vegetarianismo é
recomendado pelos teosofistas. Helena Blavatsky tomou posição a respeito,
afirmando:
“De todas as
dietas, o vegetarianismo é certamente a mais saudável, tanto por razões
fisiológicas quanto por razões espirituais, e os habitantes da Índia deveriam
atender o enfático apelo feito recentemente (...) e organizar sociedades ‘vegetarianas’, ao invés
de ajudar no assassinato de animais
inocentes.” [3]
No breve texto a
seguir, Blavatsky aborda a necessidade de moderação ao comer.
(Carlos Cardoso
Aveline)
NOTAS:
[1]
“Cartas dos Mahatmas Para A. P. Sinnett”, edição em dois volumes, Ed.
Teosófica, Brasília, 2001, Carta 72, volume I, p. 337.
[2]
“Cartas dos Mahatmas Para A. P. Sinnett”,
Ed. Teosófica, volume II, p. 388.
[3] “Collected
Writings”, H.P. Blavatsky, Theosophical Publishing House, Adyar, Índia, volume
IV, 718 pp., ver p. 299. Publicado inicialmente em “The Theosophist”, Adyar,
January 1883, p. 91.
A Explicação dos
Jejuns
Helena P. Blavatsky
A explicação
dos jejuns está na superfície. Se há uma coisa que paralisa mais que as
outras o poder da vontade no homem e portanto prepara o caminho para a
degradação física e moral, é a falta de
moderação ao comer: “gula, o pior dos sete pecados capitais”. Swedenborg, um
clarividente nato, em seu “Stink of Intemperance” (“O Mau-Cheiro da
Intemperança”), conta como os espíritos amigos seus reprovavam-no por um erro
acidental que o levasse a comer em excesso.
A promoção de
jejuns anda de braços dados com a promoção de festas. Quando é provocada uma
tensão muito severa nas energias vitais ao exigir demasiado da máquina
digestiva, o único e melhor remédio é deixar que o organismo descanse por algum
tempo e se recupere o melhor possível. A terra exausta deve ficar sem lavoura
até que possa abrigar um novo plantio.
Os jejuns foram criados apenas para corrigir os males da comida em
excesso. Esta verdade fica clara quando se considera o fato de que os budistas
não promovem jejuns entre eles, mas são convidados a seguir pelo caminho do
meio e portanto “jejuar” diariamente toda sua vida.
Um corpo
sobrecarregado por excesso de comida, seja qual for sua variedade, é sempre
presidido por um cérebro abobalhado, e a natureza cansada necessita do repouso do
sono.
Também há uma
vasta diferença entre a comida nitrogenada, tal como a carne, e a comida
não-nitrogenada, tal como as frutas e os vegetais de folhas verdes. Alguns
tipos de carne, como a carne de boi, e de vegetais, como os feijões, têm sido
sempre proibidos aos estudantes de ocultismo; não porque alguns destes
alimentos seja mais ou menos sagrado que os outros, mas porque embora sejam
talvez altamente nutritivos e fortalecedores do corpo, o seu magnetismo tem um
feito desvitalizante e que impede as funções do “homem psíquico”.
[Traduzido de “Collected Writings”, H. P. Blavatsky, Theosophical
Publishing House, Adyar, Índia, volume IV, 718 pp., ver pp. 296-297. Publicado
inicialmente em “The Theosophist”, Adyar, January 1883. p. 88. Título original:
“The Rationale of Fasts”.]
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O artigo acima foi publicado também na
edição de maio de 2008 de “O
Teosofista”.
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Para conhecer a teosofia original desde o
ângulo da vivência direta, leia o livro “Três
Caminhos Para a Paz Interior”, de Carlos Cardoso Aveline.
Com 19 capítulos e 191 páginas, a obra foi
publicada em 2002 pela Editora Teosófica de Brasília.
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