3 de setembro de 2017

Um Observatório de Almas

Alguns Textos Amadurecem Pouco a
Pouco, Até Que Chega a Hora da Publicação

Carlos Cardoso Aveline




Escrito em torno do ano 2000, o texto “O Observatório de Luxor” [1] foi revisado e atualizado grande número de vezes, evoluindo pouco a pouco até a sua publicação em abril de 2013.

Trata-se de um dos textos mais técnicos que há no acervo dos nossos websites associados sobre o trabalho dos Mestres pela nossa humanidade.

Alguns leitores podem considerá-lo cansativo e complexo: certamente é longo. Nossos sites não podem ter apenas textos de fácil compreensão. Há que ter também textos mais difíceis, quando são abordados temas que requerem longo estudo.

Quero citar quatro razões pelas quais, depois de sentir durante mais de uma década que “O Observatório de Luxor” abordava temas demasiado internos para vir a público, liberei o artigo para publicação em 2013.

O primeiro motivo está no fato de que uma compreensão histórica do impulso interno que deu origem e ainda hoje inspira o movimento teosófico nos ajuda a renovar nossas energias na luta e no esforço do século 21, em direção a 2075 e mais além. Não devemos trabalhar com perspectiva imediatista. O passado permite compreender o futuro.

Um segundo motivo é que, em meio a tantas coisas superficiais e irresponsáveis ditas hoje sobre mestres de sabedoria, passa a ser adequado publicar estudos documentados, feitos com cuidado, e tendo como fonte documentos autênticos. Deste modo, ao lado da desinformação e da pseudoinformação do esoterismo água-com-açúcar, circulam também textos sérios e com base na teosofia original.  Ao abordar o tema do discipulado, deixamos que o leitor observe o autêntico e o água-com-açúcar e faça sua própria opção. Quando o leitor tem acesso à literatura autêntica - que aponta para o “caminho íngreme” -, o carma da escolha entre caminhos passa a ser dele próprio.

Um terceiro motivo para a publicação decorre da força adquirida pelo trabalho dos nossos websites associados. O impulso do esforço solidário requer a publicação de estudos sobre a natureza da inspiração superior que sustenta o trabalho teosófico.

O quarto motivo está na necessidade de reforçar, dentro das nossas possibilidades, aquilo que alguns estudantes chamam de “Antahkarana Coletivo”, nos termos do texto “O Muro Que Protege a Humanidade”. [2]  

Para avançar, para ter uma visão adequada de futuro, é preciso estudar, refletir e investigar o fato de que a humanidade não está só. Existem seres que vivem acima do reino humano, em suas consciências. Eles mantêm uma individualidade humana apenas por um sentimento de compaixão e de compromisso com o nosso crescimento e com a evolução do planeta como um todo. 

Estes seres não aparecem em seções espíritas. Não fazem elogios pessoais a supostos discípulos. Não participam de “canalizações”. Não desejam ser adorados. Os retratos que circulam como sendo deles são todos falsos, e no caso de um ou dois retratos autênticos - uma exceção - eles estão desatualizados desde o ponto de vista exotérico, porque são do século 19. 

Os sábios imortais agem naquele silêncio que paira acima das palavras e é feito de pura compreensão. 

Ao elevar-se por mérito próprio, o peregrino purifica seu coração e suas intenções, amplia horizontes e reforça o contato com sua alma imortal. Assim ele fortalece sua presença no plano do puro ideal humanitário em que os verdadeiros discípulos - e os seus mestres - operam. 

O discípulo é alguém que tem suficiente autoconhecimento para poder esquecer de si mesmo e dedicar-se à causa da humanidade.

Cada texto ou livro publicado tem sua dinâmica interna própria e seu ritmo de amadurecimento. A decisão de publicar “O Observatório de Luxor” tomou forma lentamente em 2013.

Algum tempo antes de tornar-se público, foi discutido entre os membros da coordenação do e-grupo SerAtento. Agradeço aos meus colegas de trabalho pela cuidadosa revisão que fizeram. Durante meses, uma versão impressa do artigo já não saiu de cima da minha mesa de trabalho, até que emergiu como um fato irreversível no processo de reta final para publicação imediata.

Cerca de dois anos depois, “O Observatório de Luxor” foi outra vez ampliado em 2015 e publicado pela primeira vez em língua inglesa.[3] Seu estudo e sua divulgação fazem parte do crescimento de um trabalho coletivo. O texto é dedicado aos que buscam sinceramente a sabedoria imortal. 

NOTAS:
 
[1] Publicado em nossos websites associados: https://www.carloscardosoaveline.com/o-observatorio-de-luxor/
 
[2] Disponível nos websites associados: https://www.carloscardosoaveline.com/o-muro-que-protege-a-humanidade/.
 
[3] Veja-o em nossos websites associados sob o título de “The Observatory of Luxor”: https://www.carloscardosoaveline.com/the-observatory-of-luxor/.
 
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Uma versão inicial do artigo acima foi publicada na edição de abril de 2013 de “O Teosofista”, pp. 7 a 9.  
 
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Leia em nossos websites associados o artigo “Sobre Contatos com Mestres”.
 
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Em 14 de setembro de 2016, depois de uma análise da situação do movimento esotérico internacional, um grupo de estudantes decidiu criar a Loja Independente de Teosofistas. Duas das prioridades da LIT são tirar lições práticas do passado e construir um futuro saudável

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