Alguns Textos Amadurecem Pouco a
Pouco, Até Que Chega a Hora da Publicação
Carlos Cardoso Aveline
Escrito
em torno do ano 2000, o texto “O Observatório de Luxor” [1] foi revisado e atualizado grande
número de vezes, evoluindo pouco a pouco até a sua publicação em abril de 2013.
Trata-se de um dos textos mais técnicos
que há no acervo dos nossos websites associados sobre o trabalho dos Mestres
pela nossa humanidade.
Alguns leitores podem considerá-lo
cansativo e complexo: certamente é longo. Nossos sites não podem ter apenas
textos de fácil compreensão. Há que ter também textos mais
difíceis, quando são abordados temas que requerem longo estudo.
Quero citar quatro razões pelas quais, depois
de sentir durante mais de uma década que “O Observatório de Luxor” abordava
temas demasiado internos para vir a
público, liberei o artigo para publicação em 2013.
O primeiro motivo está no fato de que
uma compreensão histórica do impulso interno
que deu origem e ainda hoje inspira o movimento teosófico nos ajuda a renovar
nossas energias na luta e no esforço do século 21, em direção a 2075 e mais
além. Não devemos trabalhar com perspectiva imediatista. O passado permite
compreender o futuro.
Um segundo motivo é que, em meio a
tantas coisas superficiais e irresponsáveis ditas hoje sobre mestres de
sabedoria, passa a ser adequado publicar estudos documentados, feitos com
cuidado, e tendo como fonte documentos autênticos. Deste modo, ao lado da
desinformação e da pseudoinformação do esoterismo água-com-açúcar, circulam
também textos sérios e com base na teosofia original. Ao abordar o tema do discipulado, deixamos
que o leitor observe o autêntico e o água-com-açúcar e faça sua própria opção.
Quando o leitor tem acesso à literatura autêntica - que aponta para o “caminho
íngreme” -, o carma da escolha entre caminhos passa a ser dele próprio.
Um terceiro motivo para a publicação decorre
da força adquirida pelo trabalho dos nossos websites associados. O impulso do
esforço solidário requer a publicação de estudos sobre a natureza da inspiração
superior que sustenta o trabalho teosófico.
O quarto motivo está na necessidade de
reforçar, dentro das nossas possibilidades, aquilo que alguns estudantes chamam
de “Antahkarana Coletivo”, nos termos do texto “O Muro Que Protege a Humanidade”. [2]
Para avançar, para ter uma visão
adequada de futuro, é preciso estudar, refletir e investigar o fato de que a
humanidade não está só. Existem seres que vivem acima do reino humano, em suas
consciências. Eles mantêm uma individualidade humana apenas por um sentimento
de compaixão e de compromisso com o nosso crescimento e com a evolução do
planeta como um todo.
Estes seres não aparecem em seções
espíritas. Não fazem elogios pessoais a supostos discípulos. Não participam de
“canalizações”. Não desejam ser adorados. Os retratos que circulam como sendo
deles são todos falsos, e no caso de um ou dois retratos autênticos - uma
exceção - eles estão desatualizados desde o ponto de vista exotérico, porque
são do século 19.
Os sábios imortais agem naquele
silêncio que paira acima das palavras e é feito de pura compreensão.
Ao elevar-se por mérito próprio, o
peregrino purifica seu coração e suas intenções, amplia horizontes e reforça o
contato com sua alma imortal. Assim ele fortalece sua presença no plano do puro
ideal humanitário em que os verdadeiros discípulos - e os seus mestres -
operam.
O discípulo é alguém que tem suficiente
autoconhecimento para poder esquecer de si mesmo e dedicar-se à causa da
humanidade.
Cada texto ou livro publicado tem sua
dinâmica interna própria e seu ritmo de amadurecimento. A decisão de publicar “O
Observatório de Luxor” tomou
forma lentamente em 2013.
Algum tempo antes de tornar-se público,
foi discutido entre os membros da coordenação do e-grupo SerAtento. Agradeço aos meus colegas de trabalho pela cuidadosa revisão
que fizeram. Durante meses, uma versão impressa do artigo já não saiu de cima
da minha mesa de trabalho, até que emergiu como um fato irreversível no
processo de reta final para publicação
imediata.
Cerca de dois anos depois, “O
Observatório de Luxor” foi outra
vez ampliado em 2015 e publicado pela primeira vez em língua inglesa.[3] Seu estudo e sua divulgação fazem
parte do crescimento de um trabalho coletivo. O texto é dedicado aos que buscam
sinceramente a sabedoria imortal.
NOTAS:
[1] Publicado em nossos websites associados: https://www.carloscardosoaveline.com/o-observatorio-de-luxor/.
[2] Disponível nos websites associados: https://www.carloscardosoaveline.com/o-muro-que-protege-a-humanidade/.
[3] Veja-o em nossos websites associados sob o título de “The Observatory of Luxor”: https://www.carloscardosoaveline.com/the-observatory-of-luxor/.
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Uma versão inicial do artigo acima foi publicada na edição de abril de 2013 de “O Teosofista”, pp. 7 a 9.
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Leia em nossos websites associados o artigo “Sobre Contatos com Mestres”.
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Em 14 de setembro de 2016, depois de uma análise da situação do
movimento esotérico internacional, um grupo de estudantes decidiu criar a Loja Independente de Teosofistas. Duas
das prioridades da LIT são tirar
lições práticas do passado e construir um futuro saudável.
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