Vai, Peregrino, Faz da Tua
Alma Uma Lâmpada do Cego
Cruz e Souza
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Nota
Editorial de 2017:
O poema a seguir é
reproduzido da obra
“Sonetos
Brasileiros”, coletânea organizada
por Laudelino
Freire, Officina Polytechnegraphica
de M. Orosco &
C., Rio de Janeiro, 1904, 328
pp., ver página 150.
A ortografia foi atualizada.
João da Cruz e
Souza nasceu em Santa
Catarina em 24 de
novembro de 1862, e morreu
em Minas Gerais em
19 de março de 1898.
(Carlos Cardoso Aveline)
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- Vai, Peregrino do Caminho santo,
Faz da tua alma lâmpada do
cego,
Iluminando, pego sobre pego,
[1]
As invisíveis amplidões do
Pranto.
Ei-lo, do Amor o cálice
sacrossanto!
Bebe-o, feliz, nas tuas mãos
o entrego …
És o filho leal, que eu não
renego,
Que defendo nas dobras do
meu manto.
Assim ao Poeta a Natureza
fala!
Enquanto ele estremece ao
escutá-la,
Transfigurado de emoção,
sorrindo …
Sorrindo a céus que vão se
desvendando,
A mundos que se vão
multiplicando,
A portas de ouro que se vão
abrindo!
NOTA:
[1] Pego: abismo, voragem, sorvedouro, o
lugar mais fundo de um rio ou lago. (CCA)
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