Nem Sempre é Fácil Buscar a Verdade
Carlos Cardoso Aveline
Carlos Cardoso Aveline

A percepção da verdade começa como um fósforo aceso em uma noite de vento.
O aprendiz o acende, decidido, mas o fósforo apaga. O
aprendiz acende outro fósforo, e o vento o apaga. O estudante prossegue até
terminar a caixa de fósforos. A esta altura, por uma aparente coincidência,
surge do nada um pequeno lampião, uma lamparina, ao alcance do aprendiz.
A luz então ilumina coisas desagradáveis. “Devo apagar a
luz?” se pergunta o estudante. Mas ele persevera. A luz se fortalece mais, e
ilumina mais coisas belas, superiores, e mais coisas feias, inferiores.
O aprendiz suspeita que está rodeado de cegos. Ele é
tentado a fingir que é cego, para permanecer ligado às ilusões consensuais. Ele
tem medo da solidão se seguir a verdade. Mas a sua capacidade de aderir
sinceramente à ilusão consensual vai ficando cada vez menor. Então ele encontra
outras pessoas que estão na mesma situação, e surge o processo da ajuda mútua.
A luz de um soma com a luz de outro.
O despertar se aprofunda, não sem desafios. O aprendiz
percebe que a chave está em manter o foco central da consciência no que é
correto, enxergando secundariamente - mas com rigor - o que não é correto.
Em determinado momento, ele percebe que a lamparina está
ficando sem combustível. Então ele olha para o Leste, e, pouco abaixo do brilho
de Vênus, vê chegar a luz ilimitada de um novo dia.
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O texto acima foi publicado pela primeira vez, sem indicação do nome do
autor, na edição de junho de 2009 de “O
Teosofista”. Título original: “Um Fósforo Aceso Antecipa o Novo Dia”.
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Em setembro de 2016, depois de cuidadosa análise da situação
do movimento esotérico internacional, um grupo de estudantes decidiu formar a Loja
Independente de Teosofistas, que tem como uma das suas prioridades a construção de um futuro melhor nas
diversas dimensões da vida.
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