Compromisso com a
Verdade é o
Alicerce
Indispensável da Intuição
Carlos Cardoso
Aveline
Flammarion nasceu
sob o signo de Peixes em 26 de fevereiro de 1842
O astrônomo Camille Flammarion
chegou por mérito próprio a uma compreensão intuitiva da sabedoria universal. Na
Carta 67 de “Cartas dos Mahatmas”, um Mestre escreve a A. O. Hume:
“Entre os membros cultos da
sua Sociedade você tem um teosofista que, mesmo sem ter familiaridade com a
nossa doutrina oculta, captou intuitivamente a ideia de um pralaya e um manvântara
solar. Estou me referindo ao famoso astrônomo francês Flammarion (...). Ele
fala como um autêntico vidente. Os fatos são como ele supõe, com pequenas
variações.”[1]
A intuição está interligada
com o compromisso ético. O alicerce indispensável da percepção superior é um respeito
incondicional pela honestidade da alma.
Em seu livro “Os Mundos Imaginários”,
Flammarion demonstra que sabe o que é defender uma causa nobre, quando se percebe
que ela foi distorcida e (em parte) soterrada por falsidades. Esta tarefa tem
sido feita desde tempos imemoriais pelos estudantes da sabedoria eterna, e parece
ser tão necessária como sempre no século 21.
A verdade é alcançada por
aproximações sucessivas, em meio a limitações. Cada estágio de percepção da
vida, mesmo imperfeito, deve ser preservado e defendido respeitosamente das
percepções menos elevadas. Nisso, precisamos seguir o nosso próprio
discernimento.
Membro do movimento teosófico
e também seguidor do espiritismo, Camille Flammarion escreveu:
“Ora, não será dever daquele
que se constitui representante ou defensor de uma causa, sustentar essa causa
em sua pureza, e preservá-la das agressões dos espíritos errôneos ou
exagerados? Não será seu dever eliminar os obstáculos, afastar as nuvens, e
apagar as luzes falsas que podem impedir que a sua beleza brilhe em todo o seu
esplendor?” [2]
De fato, o discernimento
espiritual força o peregrino a afastar tudo o que impeça a percepção da verdade.
O preço a pagar pelo avanço na direção do conhecimento é deixar para trás a
ignorância e a infantilidade.
NOTAS:
[1] “Cartas dos Mahatmas Para A. P. Sinnett”, Editora
Teosófica, Brasília, 2001, volume I, p. 295.
[2] “Os Mundos Imaginários”, Camille Flammarion,
Livreiro-Editor B.L. Garnier, Rio de Janeiro, 1876, 594 pp., ver p. 7. O
prefácio, de onde é reproduzida esta citação, foi escrito em 1865. O autor
tinha 23 anos de idade quando o livro foi publicado.
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O artigo “Camille Flammarion e a
Defesa de uma Causa” foi publicado como texto independente em 27 de julho
de 2018. Uma versão inicial dele, sem indicação do nome de autor, faz parte da
edição de fevereiro de 2008 de “O
Teosofista”, pp. 1-2. Título original: “Defendendo a Pureza de uma Causa”.
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